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10 de Agosto de 2022

RN não alcança a meta de cobertura vacinal infantil para nenhuma das vacinas de rotina desde 2018

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Desde o ano de 2018, o Rio Grande do Norte não alcança a meta de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde para nenhuma das vacinas de rotina indicadas para as crianças de até um ano de idade. Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap/RN) analisados pelo Instituto Santos Dumont (ISD) revelam que a cobertura vacinal infantil do Estado tem apresentado tendência de queda desde antes da pandemia, o que preocupa especialistas da área de saúde diante da possibilidade de retorno de doenças já consideradas erradicadas, como a poliomielite, como relata a preceptora infectologista do ISDCarolina Damásio. 

“A recusa na vacinação tem sido associada a surtos de varicela, doença pneumocócica, sarampo e coqueluche. Recentemente, estamos acompanhando relatos de volta de doenças controladas há vários anos, como a poliomielite”, afirma.

De acordo com os dados da Sesap, das 11 vacinas que constam no calendário infantil até 1 ano de vida, apenas as de BCG e Hepatite B atingiram as metas preconizadas de 90% no ano de 2018. Após esse ano, nenhuma das vacinas obrigatórias atingiu os percentuais indicados pelo Ministério da Saúde, que variam de 90% a 95%. 

Outra doença que tem apresentado índices de cobertura vacinal que preocupam profissionais da saúde é o sarampo. Em abril, o Ministério da Saúde deu início a uma campanha nacional para incentivar a imunização. Entretanto, apesar de ter sido prorrogada duas vezes e já ser normalmente disponibilizada dentro das vacinas de rotina, apenas 36% das crianças até 4 anos de idade haviam sido vacinadas até o começo do mês de agosto, de acordo com dados da plataforma RN + Vacina.

Os baixos índices de cobertura vacinal não são exclusividade do Rio Grande do Norte. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Brasil registrou uma das mais baixas coberturas vacinais dos últimos anos. A cobertura vacinal contra pólio chegou a 100% em 2013; ficou em 84,74% em 2017; e no ano passado despencou para 67,71%. Três a cada dez crianças não foram vacinadas, segundo o DataSus. 

Quedas nos índices de vacinação infantil podem trazer sérios riscos à saúde pública, como retorno de doenças controladas ou já erradicadas, ocasionando sofrimento desnecessário a crianças menores (incluindo sequelas permanentes) e desperdícios de recursos geralmente já limitados na saúde. Recentemente, várias campanhas têm sido feitas  pela Sociedade Brasileira de Imunizações, com o objetivo de desmentir as fake news relacionadas à vacinação infantil e estimular a vacinação”, diz a preceptora infectologista Carolina Damásio.

A médica ressalta também que a decisão individual de não vacinar os filhos pode ter consequências coletivas, e representa um risco para a saúde pública. “As vacinas são uma das maiores conquistas da história da ciência, que protegem milhões de vidas todos anos de doenças infecciosas graves. A decisão de não vacinar tem consequências não só para o indivíduo ou o núcleo familiar, mas para toda a comunidade, principalmente para pessoas mais vulneráveis a infecções, como crianças e  adultos com doenças crônicas, idosos, ou pessoas que têm menos acessos a serviços de saúde. Isso tem sido exemplificado no momento atual com a pandemia, e a dificuldade de controle devido ao acesso desigual às vacinas”, completa. 

Campanha de Vacinação da Poliomielite 

No dia 8 de agosto, teve início a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente. A campanha segue até o dia 9 de setembro, e a expectativa é atingir a meta de cobertura vacinal de 95%, preconizada pelo Ministério da Saúde. 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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