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22 de Fevereiro de 2019

Por que ainda (alguns) insistem no uso do papel?

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*Gláucio Brandão

Fundado em 1891, o Jornal do Brasil foi o primeiro jornal 100% digital em todo o país, ao criar em 28 de maio de 1995 o JB Online. Antecipando a tendência mundial, cinco anos mais tarde tornou-se 100% digital. Há alguns dias atrás o mais influente jornal do mundo, o The New York Times, também virtualizou-se integralmente. O dinheiro, que na verdade é só uma ordem de pagamento, está com seus dias contados, dado o avanço das criptomoedas.

Os cartórios, que atuam apenas como chaves de autenticação, já apresentam suas versões made in matrix. Escolas na Dinamarca já distribuem seus conteúdos em tablets, assim como colhem os resultados dos alunos. Curso de Ciência da Computação 100% online, criado por professor de Stanford, já apresenta maior índice empregabilidade do que seu dual presencial. A Wikipedia é tida hoje como a enciclopédia mais confiável do mundo. Exemplos não faltam para validar o que a grande rede provocou na humanidade: conexão.

A conexão, a despeito de várias atributos associados, existe nesses casos citados por causa de um elemento essencial: confiança na fonte. Sim, esta é a cola. Para esse nosso texto, chamarei o ente que baliza toda esta conexão simplesmente de lastro.

O lastro, no caso dos jornais, está ancorado em seus jornalistas. Para as criptomoedas, um algoritmo forte, chamado blockchain, impede que qualquer flutuação na rede passe despercebida. Os cartórios virtuais ancoram-se em leis acessíveis neste meio, questionadas também por quem as conhece, de que forma? Online, óbvio. Os centros de educação validam todos os seus materiais e os atualizam de acordo com a opinião de professores e da própria comunidade. E, no caso da Wikipedia, centenas, milhares de pessoas, tentam derrubar informações “instáveis” o tempo todo, como que em um grande jogo de caça ao tesouro. O que percebemos nestes critérios de validação? Respondo: todos são critérios dinâmicos. 

Acrescentamos o dinamismo à cola que identificamos e chegaremos ao mais poderoso elemento, aquele que faz com que estes serviços existam e tendam a liquidar de vez o velho papiro: o lastro dinâmico.

Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, afirmou que "neste novo mundo não é o peixe grande que come o peixe pequeno; é o peixe rápido que come o peixe lento". O Papel é o “peixe” lento e, contendo a informação errada, não terá chance de utilizar o Ctrl Z, pois estará com o erro cristalizado. Nunca ouvi falar em recall de jornal impresso. 

O jornal online, mesmo com a grande proliferação das famosas fake news, consegue se corrigir em um tempo rápido suficiente e anterior à queda de sua credibilidade, quando percebe que a coisa “não foi bem assim”. É o “peixinho” rápido.

A verdade não é mais absoluta, pois os lastros são dinâmicos. Passamos a viver em um mundo de verdade estatística. Meu conselho aos agora “velhos” jornais: o papel congela tudo, principalmente o erro. Dinamizem-se!E outra:  os ecologistas agradecem!

*Professor Associado da UFRN. Gerente Executivo da incubadora INPACTA-UFRN. Tem por missão transformar a Escola de Ciências e Tecnologia em uma Escola de Negócios.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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