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04 de Março de 2019

País onde famílias controlam maior parte dos veículos, Brasil passa a atrair marcas de mídia internacionais

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País marcado pela alta concentração da mídia jornalística, o Brasil tem visto seu mercado de jornalismo se diversificar na última década com a chegada de organizações internacionais. O exemplo mais recente é da CNN, que licenciou sua marca para uso de uma nova empresa brasileira — com promessa de 400 novas vagas para jornalistas. Apenas nos últimos anos, recebemos filiais do The Intercept (que chegou em 2016), Huffington Post (2014), El País (2013) e BuzzFeed (2013), que se juntaram a veículos internacionais já em funcionamento no Brasil, como Vice e BBC, de acordo com as informações do Portal Comunique-se, especializado na área.

O editor-executivo do The Intercept Brasil, Leandro Demori, acredita que o interesse no Brasil começou a crescer antes dos Jogos Olímpicos de 2014, quando houve uma corrida de organizações estrangeiras para estabelecer escritórios ou correspondentes no país. Embora a atenção internacional tenha diminuído após a competição, os recentes acontecimentos políticos no Brasil e na América Latina foram responsáveis por voltar novamente os olhos do mundo para a região, diz o jornalista.

Neste ano, Argentina, Uruguai e Bolívia vão passar por importantes eleições gerais, e a Venezuela continua imersa em uma crise que movimenta o cenário geopolítico global. No Brasil, os eleitores escolheram no ano passado um presidente de direita, depois de mais de uma década de administrações posicionadas à esquerda. O novo governo tem sido marcado pela relação tensa com a imprensa. Veículos internacionais consideram o presidente Jair Bolsonaro parte da extrema-direita.

Concentração de mídia e diversificação

Um estudo de 2017 das organizações Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e Intervozes colocou o país em “alerta vermelho” devido à alta concentração de audiência e propriedade da mídia brasileira. A pesquisa mostrou que cinco famílias controlam 26 dos 50 veículos com maior audiência no Brasil. No entanto, há tentativas de organizações nacionais de definir com clareza se sites de internet se encaixam nas mesmas regras de propriedade sobre capital estrangeiro que regem outros veículos.

Segundo o portal Comunique-se, o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, disse na época à Folha de S. Paulo que a atuação de empresas de mídia estrangeira no país tratava-se de concorrência desleal, já que elas podem captar recursos no exterior. “Elas não estão aqui nas mesmas condições, então o que buscamos é que, para atuar no Brasil como empresa jornalística, se enquadrem na Constituição”, afirmou.

O editor-chefe do HuffPost Brasil, Diego Iraheta, no entanto, garante que as organizações internacionais vieram ao país para ficar — a chegada da CNN ao Brasil, segundo ele, reforça essa percepção, embora a CNN Brasil seja apenas uma espécie de franquia — uma empresa brasileira obteve a licença para usar a marca CNN.

Fonte: Portal Comunique-se, disponível em: https://portal.comunique-se.com.br/apesar-de-restricoes-legais-brasil-continua-atraindo-m

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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