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12 de Novembro de 2021

O binômio corpo/mente, por Daladier da Cunha Lima

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*Por Daladier Pessoa Cunha Lima

Uma das notas mais chocantes das recentes olimpíadas, realizadas no Japão, refere-se à ginasta norte-americana Simone Biles, que era a favorita à estrela dos Jogos. A atleta de 24 anos, detentora da maior coleção de medalha de ouro na ginástica artística do seu país, revelou sua fragilidade mental, logo nas primeiras provas, a ponto de fazê-la desistir da competição. Seu corpo estava em perfeitas condições físicas, mas sua mente não seria capaz de comandar seus músculos no ritmo, na destreza e na harmonia tão próprios das performances que a tornaram grande campeã mundial. O caso de Simone Biles é típico para chamar atenção da forte conexão entre os transtornos físicos e os mentais. O fato é que “o corpo tende a reagir ao estresse mental como se fosse um estresse físico”, conforme declara o doutor David Spiegel, da Universidade Standford.

Pesquisas mostram que 20% da população adulta dos Estados Unidos sofre de ansiedade. Estudo realizado em 30 países, a cargo do Instituto Ipsos, com sede em Paris, revela que os brasileiros são a população que mais se preocupa com sua saúde mental, com um índice em torno de 75%, perante uma média global de 53%. Os dois países que mostraram menor reação foram a Coreia do Sul e a China. Segundo análises de especialistas, no Brasil, as prováveis causas são o agravamento da desigualdade social e a insegurança econômica, além da violência crescente no país. Também foi levada em foco a questão cultural, pois o brasileiro é mais propenso a externar suas emoções, quando comparado com outros povos, em especial, com os orientais. 

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), dados recentes revelam que o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina, com mais de 11,5 milhões de patrícios com essa doença. Um outro número também nos assusta, no tocante à ansiedade. Segundo a OMS, o Brasil é campeão em ansiedade no mundo, com cerca de 19 milhões de pessoas sofrendo desse transtorno mental. Não é raro coexistirem depressão e excesso de ansiedade, porém os dois transtornos são passíveis de tratamento eficaz. É de bom alvitre, no entanto, uma abordagem médica holística, ou seja, uma visão global do paciente.

Não restam dúvidas de que a pandemia tem importante parcela de responsabilidade na piora das graves condições já existentes. Sabe-se que a depressão severa é a principal causa de suicídio, e quem pensa em pôr fim à vida, dá sinais dessa intenção. Daí o grande mérito da campanha Setembro Amarelo, que visa à prevenção desses casos, por meio de esclarecimentos à população. Nunca é tarde para expressar nosso aplauso e nossa gratidão ao Corpo de Bombeiros Militar do RN, sob o comando do Cel. Monteiro Júnior, pelo sucesso da Campanha Setembro Amarelo (2021), com repercussão que se estendeu muito além das fronteiras do nosso estado

*Daladier Pessoa Cunha Lima é reitor do UNI-RN.

Artigo publicado na edição desta quinta-feira, 11/11/2021, do jornal Tribuna do Norte.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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