02 de Maio de 2018
Escolas de Natal investem em disciplinas como robótica, libras, inteligência emocional e educação patrimonial na formação da nova geração de alunos
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Por Juliska Azevedo
Escolas de Natal estão ampliando o número e a variedade de disciplinas oferecidas aos alunos, trazendo oportunidade de aprendizado bem distantes do currículo tradicional de anos atrás, como forma de estimular a aprendizagem em novos campos de conhecimento e complementar a formação humana e profissional que exige mais do que o currículo escolar definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
A reforma do ensino médio prevê que os alunos tenham até 40% do tempo com disciplinas optativas. Mas mesmo antes da chegada dos estudantes nessa etapa, as escolas se movimentam para oferecer a oportunidade de aprendizado em áreas como robótica, ética, educação patrimonial, meio-ambiente, empreendedorismo, entre outras iniciativas. O resultado tem sido uma receptividade excelente dos alunos e pais às novas propostas.
“Trabalhar outras disciplinas além das comuns curriculares têm sido de grande importância na formação integral dos nossos alunos e têm atraído grande participação, mesmo sem serem obrigatórias”, destaca a diretora pedagógica do CEI Romualdo, Cristine Rosado. Ela conta que as disciplinas “diferentes” têm atraído grande interesse. “Além da formação ético-social, trabalhamos os diversos contextos com aulas integradas sobre temas interdisciplinares e projetos voltados a determinadas áreas do conhecimento como os projetos Demasiadamente Humanas e Geoconexão, que são sucesso absoluto entre os estudantes”, explica.
Outro exemplo é o Centro Educacional Tereza de Lisieux, na Zona Sul de Natal, onde aulas de Libras e do programa Escola da Inteligência, de inteligência emocional, estão entre as novas disciplinas. “Libras é o suporte de exemplo para incluir o outro e, principalmente, mostrar que há outras possibilidades de se comunicar”, afirma a diretora da escola, Maria Ferreira. A escola enfatiza que o projeto de valores que são passados através das disciplinas tem base na crença que não é só o “conteúdo programático que completa as pessoas”. Lá os programas especiais são direcionados aos alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental.
Debate e visão social
No Marista de Natal, os alunos têm contato com disciplinas como Iniciação Científica, Educação Patrimonial, Ética relacional e urbanidade, Relações Públicas, entre outras, que representam, segundo explica o diretor, Irmão José de Assis, uma abordagem de “novos campos do conhecimento”. “Nas aulas de robótica, por exemplo, os alunos têm que produzir conhecimento de modo individual e também coletivo”, explica. “O trabalho com os alunos é sempre buscando a relação direta com o dia a dia, é para envolve-los em ações da sociedade, provocar o debate e a visão crítica de casos reais”, diz.
Em outra rede de ensino tradicional da cidade, os colégios Salesiano Dom Bosco e São José, os alunos cursam empreendedorismo e espanhol, que não é língua obrigatória pela grade nacional. Segundo a direção da escola, “há planejamento para a inclusão de uma disciplina que envolva a robótica, área que possui um crescimento global e que se apresenta como chave para muitas soluções”.
Enquanto no Rio Grande do Norte a oferta de disciplinas extra curriculares se confirma como um tendência, escolas particulares de São Paulo, por exemplo, já oferecem a alunos do ensino médio uma vasta gama de possibilidades. Uma das escolas mais tradicionais da maior cidade do país, o Colégio Dante Alighieri, oferece opções como Astronomia, Gastronomia italiana, física quântica e mercado de ações. Outra tradicional escola de SP, o Colégio Santa Maria, oferece relações internacionais, geopolítica e linguagem teatral entre as possibilidades.
Como destaca o diretor do Marista de Natal, Ir. Assis, o fato é que as disciplinas extra currículo procuram criar oportunidades para que sejam exercitados valores além da competitividade imposta no mundo atual. “O mercado evoluiu de tal modo que a evolução da competição é maior do que a do ‘importar-se’ com o outro. A gente se preocupa em formar o ser humano que perceba o outro com suas riquezas e desafios, que seja solidário”, afirma. Quem mais ganha com a inovação são, sem dúvida, os alunos desses novos tempos.