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20 de Novembro de 2018

Assistente de voz do Google já lê notícias de oito veículos de comunicação do Brasil para usuários

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O Google lançou nesta semana, em parceria com oito veículos de comunicação do Brasil, recurso por meio do qual os usuários brasileiros podem ouvir as principais notícias do dia a partir do Google Assistente em smartphones com sistema operacional Android (a partir da versão 5.0) e iOS (através de um aplicativo). Isso é possível porque a partir de agora a assistente virtual da gigante de tecnologia consegue ler as principais notícias em português. A experiência conta com parceria dos veículos CBN, O Estado de S.Paulo, Jovem Pan, Litoral FM, O Globo, Rádio Globo, Veja e Terra. Faz parte do lançamento uma campanha publicitária da companhia de tecnologia junto aos parceiros de mídia.

Para acessar o sistema, basta ao usuário dizer “Ok, Google, ouvir as últimas notícias” para o Google Assistente. É possível ainda pedir notícias de uma fonte específica entre os veículos parceiros. Desde que o Google lançou o novo Google Notícias em maio deste ano, o Brasil já é um dos cinco países com mais usuários diários ativos. O Brasil também é o terceiro país mais ativo no Google Assistente para smartphone, informou o Google. Além disso, o português brasileiro é o segundo idioma mais usado no Assistente em smartphones.

Veículos estrangeiros como Wall Street Journal, The New York Times, The Economist e CNN, já oferecem conteúdo em inglês no assistente do Google. No exterior, esses conteúdos podem ser acessados por meio das caixas de som conectadas, acionadas por voz. Nos Estados Unidos. esses dispositivos já estão presentes em uma em cada seis residências. Ainda não há data prevista para o lançamento dessa tecnologia no Brasil. 

As funções do Google Assistente são semelhantes às da Siri (do iPhone) e da Cortana (do Windows). É possível programar o aplicativo para que toda vez que seja dado um comando de voz, como bom dia, ele informe o clima, leia as notícias do dia e dê uma estimativa do tempo até o trabalho. “Vemos cada vez mais o conteúdo de áudio fazer parte da rotina das pessoas. Esse lançamento marca uma maneira inovadora para se consumir notícias”, diz Andrea Fornes, diretora de parcerias de produtos de notícias do Google para a América Latina.

Podcast potencializado

Uma das alianças, com o jornal O Estado de S.Paulo, libera acesso ao conteúdo do podcast Estadão Notícias. Emanuel Bomfim, editor de multimídia do Grupo Estado, diz que o projeto surgiu após pesquisas com ouvintes. “Identificamos que o público queria um recorte mais analítico do noticiário do País. Por isso, contamos com comentários de especialistas e repórteres do Estadão sobre os principais assuntos do dia”, diz.

A expectativa, afirma Bomfim, é que, em breve, outros podcasts estejam disponíveis na plataforma. Na lista de conteúdos a serem adicionados, há o editorial do Estadão, dicas de lugares para comer, colunistas do jornal e da Rádio Eldorado, informações sobre esportes e comentários sobre as principais notícias de economia da semana.

A jornalista e escritora Rebecca Mead, colaboradora da revista norte-americana The New Yorker, diz que vivemos a era de ouro dos podcasts, e os assistentes de voz certamente fortalecem ainda mais essa tendência. O sucesso dos podcasts, afirma, tem sólidos pilares nas vantagens que oferecem aos ouvintes em tempos tão frenéticos, em que as pessoas fazem várias coisas ao mesmo tempo.

As produções noticiosas nesse meio tendem a ser instigantes, por sua narrativa, e capazes engajar as pessoas com grande facilidade, tal qual uma história fictícia contada por áudio (assim como as que incluem imagem). “O áudio sob demanda pode ser baixado e tocado enquanto a pessoa viaja ou se exercita ou, dado o equipamento certo, toma banho. Um estudo recente conduzido pela Edison Research descobriu que quase um quarto dos americanos ouvem os podcasts pelo menos uma vez por mês”, conta a jornalista.

Além daqueles que estão no topo da preferência dos norte-americanos, há meio milhão de outros podcasts disponíveis, criados para todos os gostos ou gostos imagináveis, ressalta a jornalista. O podcast, continua, é um meio peculiarmente íntimo. “Normalmente transmitido por meio de fones de ouvido para um ouvinte solitários, ou tocado pelo som do carro durante uma viagem, uma narrativa em áudio pode ser imersiva de uma forma que raramente é um rádio tocando no fundo de uma cozinha. Os podcasts são projetados para ocupar tempo (...).  Em um meio digital, os podcasts são incomuns em seu compromisso com uma construção lenta e uma atmosfera sensual”, comenta Rebecca.

Risco de manipulação e pura propaganda

A jornalista, entretanto, adverte que essa intimidade por ser usada para manipular os ouvintes. Isso porque os podcasts estão integrados a um mercado comercial que pressiona os produtores a criar conteúdo que possa atrair milhões de ouvintes, o que não necessariamente contribui para o conteúdo mais qualificado.

Max Linsky, co-fundador do Pineapple Street Media e do Longform, bem como apresentador do podcast deste último, observou à Rebecca com alguma frustração que não importa muito para um anunciante se uma produção leva uma hora para ser gravada ou meses para ser apurada. “Tudo o que importa é saber se atrai muitos ouvintes”. Em alguns casos, os podcasts, infelizmente, são apenas propaganda.

Fonte: ANJ, disponível em: https://www.anj.org.br/site/component/k2/73-jornal-anj-online/14570-noticias-de-oito-veiculos-de-comunicacao-do-brasil-estao-disponiveis-via-celular-a-partir-de-comando-de-voz-em-parceria-com-google.html

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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