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21 de Agosto de 2021

[ARTIGO] O futuro dos negócios é open e conectável

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*Por Lucas Tempestini

Reinventar-se é um trabalho desafiador e diário para as grandes empresas. As mudanças promovidas pelo avanço tecnológico já são bem evidentes na sociedade e na economia, e a prova é o surgimento de um novo perfil de consumidor, cada vez mais ávido por novas experiências digitais. Manter-se competitivo em um mercado que muda a cada dia exige adoção de uma nova mentalidade de fazer negócio. Por isso, as companhias mais bem-sucedidas do mundo são aquelas que reinventaram-se, e muitas delas recorreram a um ecossistema aberto para acelerar a inovação, alcançar novos mercados e impulsionar a geração de receita. 

Diferente dos modelos tradicionais, que os líderes olhavam para os seus processos de forma verticalizada, o conceito de open innovation inverte essa ordem ao incentivar à inovação interna e através de parceiros. Portanto, o grande desafio não é oferecer o melhor produto, mas sim como se posicionar dentro de um ecossistema de inovação. 

Porém, para alcançar esse patamar a organização deverá ser aberta e conectável para se conectar com outras empresas. Esse processo é mandatório para o que chamamos de “futuro open” dos negócios. 

Do open banking ao open everything

Hoje, os clientes bancários esperam ter com o seu banco a mesma experiência digital que possuem com o Uber. A transformação digital no setor financeiro está em curso e obriga as instituições financeiras a se adequar à nova realidade. Do contrário, estarão fora do circuito. Neste contexto, o open banking promete revolucionar o sistema bancário brasileiro, justamente porque o conceito tem um objetivo muito claro: abrir o leque de opções para o consumidor, oferecendo a ele maior autonomia sobre a sua vida financeira.

A liberdade de levar as suas informações para a instituição financeira que quiser, sem precisar começar um relacionamento do zero, é outra vantagem para os clientes ao fazer parte do novo modelo e a expectativa por parte dos usuários é grande. Segundo projeção da FCamara, consultoria especializada em soluções digitais, a perspectiva é de que cerca de 5 milhões de brasileiros devem aderir ao novo sistema. O exemplo mais avançado de open banking no mundo é da Grã-Bretanha, que chegou a 1,1 milhão de usuários dois anos após sua estreia, em 2019.

Esses números ratificam que o Brasil tem um enorme potencial para criar um hub de inovação no setor financeiro. Mas não apenas os bancos se beneficiarão com a abertura dos negócios. Outros segmentos também estão investindo no conceito de co-criação para escalar a sua oferta de produtos e serviços por meio do consumo de APIs abertas.

É o caso das seguradoras, que já miram estratégias de Open Insurance. Trata-se de um modelo que visa promover a criação de um ecossistema de inovação aberta para melhorar a experiência dos usuários com os serviços de seguros. O novo conceito vai trazer maior transparência na relação entre cliente e seguradora, além de aumentar a concorrência do mercado. 

A inovação aberta para as seguradoras já é uma realidade e o Brasil é o pioneiro no mundo na regulamentação do Open Insurance, que acontecerá em três fases, sendo que a primeira está prevista para acontecer em dezembro deste ano, e a segunda e terceira etapas no decorrer de 2022.

No caso da área da saúde, existe uma busca por inovação aberta para impulsionar os negócios do setor, que tem como característica a integração das soluções com plataformas de terceiros. O Open Health é um movimento em ascensão porque é uma alternativa para que as empresas comecem a tratar a abertura dos dados de forma estratégica, além de se posicionarem no mercado como uma plataforma de saúde.

O que está por trás desse movimento disruptivo são as APIs, que atuam como “colas digitais” e habilitam a abertura de dados estratégicos para criação de produtos personalizados em diferentes segmentos. Se o mundo caminha para ser mais aberto e conectado, são as APIs que vão permitir que os negócios sejam realmente conectáveis, ao mesmo tempo em que essas plataformas irão fornecer governança e segurança no compartilhamento desses dados.

Essa tendência de abertura dos modelos de negócios, que já é uma realidade no mercado financeiro, deverá multiplicar-se em outros segmentos, como seguros, saúde e varejo, muito brevemente. A união de inovação, segurança, comodidade e conectividade é um ativo importante para as empresas na hora de ofertar seus produtos. 

*Lucas Tempestini é Global Marketing Manager da Sensedia

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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