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04 de Abril de 2025

Arranjo de egresso da EMUFRN integra concertos da Orquestra Sinfônica da Islândia

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Vitória Mendes – Agecom/UFRN

É unânime a importância do potiguar Aldo Parisot para a arte norte-riograndense e brasileira. Músico, pedagogo, pintor e professor, reconhecido mundialmente como um dos maiores violoncelistas de todos os tempos, é também uma influência para as novas gerações de musicistas. Feito para o ensemble de violoncelos em homenagem aos 100 anos do potiguar, celebrados em 2018, o arranjo de Bruno Lima, bacharel em Música pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), está programado para integrar a temporada oficial de concertos da Orquestra Sinfônica da Islândia em 2025.

A inclusão da obra com o arranjo do egresso ocorreu após a participação de Fábio Presgrave, docente e diretor-adjunto da EMUFRN, como professor convidado no Festival de Tallinn, em 2024, ao lado de outros profissionais da Estônia, Lituânia, Dinamarca e Islândia. Para a montagem do concerto com os estudantes dos países bálticos, foram escolhidas Bachiana N° 5, de Heitor Villa-Lobos, e Casinha Pequenina, com o arranjo feito por Bruno Lima, que contou com a colaboração de Fábio na seleção das obras.

Após a apresentação no festival de violoncelos da Estônia, Presgrave afirmou que, especialmente, a peça com o arranjo de Bruno encantou os participantes e o público presente. Sigurgeir Agnarsson, um dos professores participantes em Tallinn e primeiro violoncelo da Orquestra Sinfônica da Islândia, foi um dos muitos admiradores da versão. O músico foi responsável por levar a peça ao grupo e, posteriormente, por sua inclusão na temporada oficial.

Bruno Lima em umas das suas apresentações com o violoncelo – Foto: Arquivo pessoal/Bruno Lima.

Bacharel em Música pela UFRN desde 2021, Bruno Lima também é mestre pela Academia Sibelius, em Helsinque, Finlândia. Sobre a produção da peça, o musicista destaca que escreveu o arranjo de Casinha Pequenina para o ensemble de violoncelos em homenagem aos 100 anos de Aldo Parisot. “Havia uma versão bem simples para piano e a gravação de Sílvio Caldas serviu de inspiração, além de alguns elementos da Bachiana N° 5 de Villa-Lobos, que foi uma grande referência de peça para ensemble de violoncelos”, conta.

A notícia da inclusão de seu arranjo na programação da temporada oficial da Orquestra Sinfônica da Islândia foi uma surpresa muito positiva para Bruno. “Saber que meu arranjo foi escolhido para ser interpretado por músicos de alto nível é uma grande honra e uma validação do meu trabalho como arranjador e compositor. Participar de uma temporada oficial de uma orquestra tão prestigiada é uma experiência indescritível”, destaca Bruno, que recebeu a notícia de Fábio Presgrave, seu antigo professor.

A Orquestra Sinfônica da Islândia 

Por definição, orquestra é um conjunto musical formado por diversos músicos com uma composição que une diferentes famílias de instrumentos, entre eles cordas (como o violoncelo), percussão e sopro, criando uma combinação complexa para interpretar peças de música clássica e outros gêneros. 

Fábio Presgrave (à direita) no Festival de Cellos em Tallinn, em 2024 – Foto: Arquivo pessoal/Fábio Presgrave

A Orquestra Sinfônica da Islândia é o grupo nacional daquele país. Em 2025 completa 75 anos de existência, sendo considerada uma das instituições mais prestigiadas no cenário cultural local. Suas temporadas anuais têm uma importante notoriedade no contexto musical internacional, com concertos por toda a Europa e outros continentes. O grupo também possui diversas indicações e prêmios em sua história, mais recentemente teve a indicação ao Grammy de melhor performance orquestral em 2021 e ganhou na categoria de melhor artista de grupo em música clássica e contemporânea no Icelandic Music Awards, também em 2021.

Fazer parte ou ter a obra selecionada para integrar o circuito musical é um símbolo muito especial para qualquer artista e, ainda mais significativo, pela dificuldade, estar nas apresentações anuais de um grupo internacional. Para o diretor-adjunto da EMUFRN, a conquista do seu ex-aluno é muito expressiva. “Entrar nessas temporadas artísticas de alto nível é muito difícil e mostra que, além de ser um grande violoncelista, Bruno é um talento como arranjador”, destaca Presgrave. 

Sentimentos e significados 

Participar de uma temporada oficial de orquestras internacionais representa uma conquista importante na trajetória de qualquer músico. Para o ex-discente da UFRN, essa experiência traz uma combinação de orgulho, gratidão e motivação, além de estimular a busca por novos caminhos para expandir sua linguagem artística.

Bruno Lima (à direita) tocando uma versão para violoncelo e violão de Casinha Pequenina, em Sibelius Museum, na Finlândia, em 2023 – Foto: Arquivo pessoal/Bruno Lima

O violoncelista destaca o significado dessa oportunidade. “Ver a música brasileira sendo interpretada por músicos tão talentosos em diferentes lugares do mundo através dos meus arranjos é a concretização do meu objetivo de difundir a música do nosso país e principalmente do meu nordeste”, ressalta Bruno Lima.

A escolha de Casinha Pequenina para integrar os concertos da Orquestra Sinfônica da Islândia tem um significado especial para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e sua Escola de Música. O fato de uma obra criada por um egresso fazer parte da programação de uma instituição de alto prestígio internacional destaca a qualidade da produção acadêmica e musical da UFRN, atraindo reconhecimento não apenas em território nacional, mas também fora do Brasil. “É uma coisa muito, muito fora da curva e que mostra, sim, que dentro da UFRN estamos fazendo um trabalho que está ressoando em outros países, não apenas em outros estados do Brasil”, conclui Fábio Presgrave.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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