03 de Junho de 2022
UFRN abre programação em homenagem à Semana de Arte Moderna
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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) iniciou, nesta quinta-feira, 2, a programação do evento 22 em 22, em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. A abertura foi realizada no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM), com um tributo a Villa-Lobos, seguido da palestra O modernismo: Anos 20 no RN, ministrada pelo professor Humberto Hermenegildo de Araújo. O momento contou com a presença do reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, que ressaltou o legado da Semana de Arte Moderna para o Brasil e os impactos no Rio Grande do Norte.
Para o reitor Daniel Diniz, a programação reforça o empenho institucional no âmbito da arte e da cultura, quando coloca em destaque o Movimento Modernista, que foi um divisor de águas na cultura brasileira. O gestor desejou ainda que a comunidade universitária aproveite ao máximo a programação, que foi organizada por meio de parcerias entre diversos setores da universidade.
Segundo a diretora do Núcleo de Arte e Cultura da UFRN (NAC), Teodora Alves, a homenagem tem como objetivo celebrar e despertar reflexões após 100 anos do movimento artístico, cultural, político e social, que buscou uma identidade nacional e questionou aspectos relacionados à própria arte. Entre as questões que podem ser discutidas, estão a luta pelo pleno acesso aos direitos culturais; a democratização do acesso às artes; a problematização sobre os conceitos preponderantes de arte, sobretudo, aqueles ligados à ideia de elitização da arte; de alta cultura, de dicotomias entre arte popular e erudita.
“Isso precisa ser cada vez mais repensado em uma sociedade tão plural, com tanta riqueza cultural advinda de diferentes grupos étnicos, de modo que suas produções criativas, seus conhecimentos, suas práticas de saberes, merecem ser percebidos, reconhecidos, valorizados. Há muitos modos de se produzir arte e cultura, há muitas possibilidades criativas e diversas em um país como o Brasil”, citou Teodora Alves.
O retrato do modernismo no Rio Grande do Norte foi apresentado pelo professor Humberto Hermenegildo de Araújo, que falou sobre o Livro de Poemas de Jorge Fernandes, citando os diferenciais da obra, como o formato horizontal da publicação. Ainda segundo o professor, o livro foi escrito em um momento construtivo do modernismo, ou seja, ligado à tradição da literatura.
O primeiro momento do evento 22 em 22 ainda foi marcado pelo lançamento do livro O Boi Careta e a Morte do Cavalo Baio, de Newton Navarro, e pela abertura da exposição +/Quantos Patos na Lagoa? – Edição UFRN, do artista Renato de Cara (SP). A programação segue até novembro, com o desenvolvimento de uma série de debates, exposições, apresentações artísticas, vídeos e lançamento de livros. Para tanto, contará com a participação de intelectuais, artistas, curadores e escritores que têm investido no tema.
A iniciativa é organizada pelo NAC, em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e a Editora Universitária da UFRN (EDUFRN), e em articulação com outras unidades, como a Escola de Música da UFRN (EMUFRN) e o Departamento de Artes (Deart).
Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna foi um movimento artístico ocorrido em fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, e contou com conferências, recitais poéticos, concertos musicais e exposições, na busca de uma identidade nacional para a arte brasileira e uma renovação estética para além dos padrões europeus. Contou com a presença de intelectuais e jovens artistas entusiasmados para criarem novos projetos culturais que fugissem do predomínio dos padrões artísticos europeus, entre eles Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade e Villa-Lobos.
Foto: Cícero Oliveira
