15 de Julho de 2021
Twitter revela aumento de pedidos de retirada de posts de jornalistas e veículos
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Um relatório de transparência publicado pelo Twitter nesta quarta-feira (14) mostra que, em 2020, houve um aumento nos pedidos de governos em todo o mundo para retirar conteúdo publicado por jornalistas e veículos de notícias. Os países que mais solicitaram remoções foram Índia, Turquia, Paquistão e Rússia.
Segundo o documento, 199 perfis sofreram 361 demandas legais do tipo no segundo semestre de 2020 — 26% a mais que na primeira metade do ano. No fim, o Twitter removeu cinco tuítes. É a primeira vez que a plataforma divulga esse tipo de dado: até agora, ela não monitorava esses pedidos.
A informação vem em um momento em que as plataformas de mídia sociais (como o próprio Twitter, o Facebook e o YouTube) enfrentam investigação dos governos sobre os conteúdos publicados em seus domínios. Alguns países passaram a impedir ou restringir o acesso a redes sociais.
Na segunda-feira (12), por exemplo, o governo de Cuba limitou o acesso ao Facebook e a mensageiros como o WhatsApp e o Telegram em razão de protestos contra a administração. Em junho, a Nigéria aboliu o Twitter do país e solicitou que rádios e TVs não usem a plataforma para colher informações.
A rede social já se envolveu em diversos conflitos com países sobre regras de conteúdo para mídias sociais. Na semana passada, a companhia informou que contratou um chefe de compliance interino na Índia e pretende selecionar outros executivos para cumprir essas normas.
Tecnologia proativa
Segundoa a empresa, seus algoritmos identificam automaticamente mais de 65% do conteúdo abusivo e os enviam para revisão, em vez de apenas confiar em denúncias de usuários. O relatório de transparência diz que as visualizações de tuítes que violaram as regras da plataforma representam menos de 0,1% do total global no segundo semestre de 2020.
A rede social tem tido dificuldade, assim como mídias similares, para controlar o discurso de ódio, a desinformação e outros abusos. Jack Dorsey, CEO da plataforma, foi um dos executivos entrevistados no Congresso americano em março sobre desinformação.
Nesta semana, depois da vitória da Itália sobre a Inglaterra na Liga dos Campeões, as redes sociais foram invadidas por ataques racistas a jogadores negros da equipe inglesa. As plataformas, então, voltaram a ser criticadas pelo discurso de ódio.
Fonte: NBC News, via Canaltech, disponível em: https://canaltech.com.br/mercado/twitter-revela-aumento-de-pedidos-de-retirada-de-posts-de-jornalistas-e-veiculos-189869/