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06 de Janeiro de 2023

Tendências em tecnologia para 2023 e que podem atrair os investidores

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Com a tecnologia fazendo cada vez mais parte do cotidiano de cidadãos comuns, o mercado de desenvolvimento de novas soluções para este setor cresce anualmente no mundo inteiro – e no Brasil não é diferente.

De acordo com a Pesquisa do Mercado Brasileiro de TI, realizada pela Advance Consulting, a estimativa é que o nosso país tenha um crescimento de 23,4% em 2022, na comparação com 2021.

Puxados por áreas como automação e computação em nuvem, o crescimento tem um pouco de reflexo da pandemia. A crise sanitária trouxe novos desafios para os departamentos de TI, que precisaram em pouco tempo adotar ações para permitir que os funcionários continuassem trabalhando de casa.

O levantamento considera também, porém, os efeitos negativos da recessão econômica que foi causada tanto pela covid-19 quanto pela Guerra na Ucrânia. Sem esses fatores, o crescimento do ramo da tecnologia da informação poderia ser ainda maior.

“Não conseguimos mais pensar em um futuro sem tecnologia. E se lembrarmos que essa área é vital para qualquer tipo de negócio atualmente, também precisamos lembrar o quão importante são os investimentos em inovações que facilitam o cotidiano das pessoas”, argumenta Jennifer Chen, especialista em conexões entre grandes empresas e investidores e CEO da JC Capital, companhia que atua no mercado nacional e internacional através da captação de recursos.

Atração de investidores

Detalhando o pensamento anterior, Chen explica que a tecnologia se popularizou a ponto de não ser mais exclusividade de poucos setores. Há algumas décadas, a tecnologia estava reclusa na computação, por exemplo, onde hardwares e softwares eram desenvolvidos para uso exclusivo do exército ou grandes corporações.

Com a chamada Terceira Revolução Industrial – também conhecida por termos como Revolução Tecnológica –, soluções como robótica, eletrônica e telecomunicações foram se popularizando a ponto de gerar produtos utilizados de maneira massificada pelos consumidores.

Neste sentido, ela salienta que o setor da tecnologia é um dos que mais recebem investimentos e que as startups brasileiras precisam se preparar para apresentar seus produtos e serviços. Apesar da alta circulação de capital, a disputa é igualmente grande e os empreendedores precisam se destacar para conseguir o capital.

A especialista em conexões entre grandes empresas e investidores cita a participação em eventos como uma forma de se fazer networks, aprender com debates e conversar com empreendedores que estão em fases parecidas ou até fases superiores de amadurecimento do negócio.

Ela exemplifica a Gitex como uma dessas oportunidades. Considerada a principal feira de robôs e tecnologia do futuro do mundo, na edição de 2022 (realizada em outubro na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos) o evento contou com a participação de mais de 170 mil participantes, 5 mil empresas expositoras de 90 países, 800 startups e uma circulação de US$ 698 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões na cotação atual).

“Eventos como este oferecem uma grande oportunidade para encontrar inspiração para melhorar os próprios negócios. Eu tive o prazer de participar da edição deste ano e assisti a grandes palestras que trouxeram um olhar diverso sobre o setor da tecnologia e as inovações que estão sendo aplicadas em vários lugares do mundo”.

Com a participação de executivos de empresas como Huawei, Kaspersky, Meta, Mastercard, Cisco, Amazon e IBM, a Gitex contou com novidades como o Cadillac Innerspace. Ele é um carro elétrico autônomo que tem um monitor multimídia para que os passageiros assistam filmes, séries ou outros programas enquanto o veículo se desloca automaticamente ao destino.

Dentre as iniciativas inovadoras exibidas aos visitantes estavam ainda: o Xpen X2 (carro voador, que fez a primeira exibição de voo); HoloLens 2 (óculos de realidade virtual da Microsoft); HYPERVSN (tecnologia que cria imagens de projeção holográfica com alta qualidade) e o Ameca (robô humanoide da Engineered Arts que tem expressões faciais realistas).

A próxima edição da Gitex será realizada em outubro de 2023 e a expectativa é que haja a participação de mais de 5 mil expositores, mais de 1 mil startups e 170 mil pessoas de 176 países. No próximo ano, Jennifer Chen organizará um grupo que será levado à Gitex em Dubai para visitar a feira e ter conversas com potenciais investidores.

Jennifer Chen cita outras dicas para que empreendedores que trabalham com algum tipo de solução tecnológica, independente do setor, consigam investimentos:

- Realize um bom estudo de mercado;

- Faça um bom plano de negócios;

- Procure o perfil correto de investidor e o tipo de captação pretendida;

- Calcule o valor pretendido para o investimento;

- Monte um pitch que chame a atenção e responda todas as dúvidas sobre a sua empresa;

- Realize uma prospecção ativa de investidores em eventos, redes sociais, programas de incubação, entidades de fomento etc.

 Perspectivas para 2023

A Gitex e outras feiras dão o tom de que a expectativa para 2023 é positiva para as empresas de tecnologia. A estimativa é que a América Latina registre um crescimento de 12% nos investimentos no setor, segundo o levantamento IDC FutureScape Worldwide IT Industry 2023 Predictions, realizado pela IDC, multinacional de consultoria e inteligência de mercado.

A pesquisa da empresa revela que a perspectiva de crescimento para o setor de tecnologia é maior do que o próprio crescimento do PIB da região. Para 2023, a América Latina deverá crescer somente 2,1%, já que os países devem ainda colher os frutos da crise econômica.

“Os movimentos do mercado de tecnologia estão disseminados e os investidores estão olhando com bastante atenção as inovações em ferramentas de automação, computação em nuvem, metaverso, inteligência artificial, infraestrutura como serviço, processamento de dados e outras. Essas e outras aplicações estão resolvendo problemas práticos e por isso estão sendo acompanhadas tão de perto”, diz Chen.

A especialista aponta que esse ano pode gerar um destaque ainda maior para empreendimentos e startups de setores como sustentabilidade/ESG, agronegócio, educação, financeiro e saúde.

“O mercado de startups é pujante no Brasil e eu sempre me surpreendo com a quantidade de soluções tecnológicas que os brasileiros conseguem oferecer nas mais diversas áreas. Contudo, é preciso pensar na inovação não somente em forma de um produto ou serviço. A inovação é um conceito complexo que também precisa fazer parte da forma de pensar. Ou seja, os empreendedores precisam inovar nos processos internos, na mentalidade, na cultura empresarial e na própria forma de enxergar o mercado”, finaliza Chen.

 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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