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20 de Dezembro de 2021

RN implementa audiências concentradas em unidades socioeducativas

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Deu na Tribuna do Norte:

O Poder Judiciário começa a reavaliar as medidas socioeducativas dentro das unidades de atendimento da Fundase (Fundação de Atendimento Socioeducativo) do RN. A metodologia das audiências concentradas está sendo implantada inicialmente em Natal, promovendo a integração de toda a rede de apoio dos jovens em semiliberdade, incluindo suas famílias.

As audiências, recomendadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), são realizadas dentro das próprias unidades e reúnem o sistema jurídico como um todo (juiz, defensor e Ministério Público). Segundo o juiz José Dantas de Paiva, os órgãos “participam da reavaliação judicial do adolescente e ao mesmo tempo acompanham a rotina da unidade, com ações técnicas, estruturais e funcionais. Com isso, toma as decisões mais adequadas, podendo manter a medida de internação ou progredir”. 

O juiz, que também é coordenador estadual da Infância e Juventude (CEIJ), explica que a mudança de procedimentos traz benefícios para a rede e para os adolescentes em cumprimento de medida, com o acompanhamento que assegura maior qualificação nos casos em que se decide pela substituição, extinção ou suspensão da medida socioeducativa.

Audiência concentrada realizada no Centro de Atendimento Socioeducativo em Semiliberdade – Casemi Nazaré

Ele ainda explica as possibilidades que podem surgir para cada caso. “Se houver necessidade de encaminhar o adolescente para curso de formação profissional, será encaminhado. Se houver necessidade de encaminhar para o tratamento contra dependência química, terá uma pessoa que possa acolhê-lo, e assim por diante. Há uma participação da Fundase, que é o órgão de execução, mas também da própria rede”, completa.

Primeiras audiências

As primeiras audiências foram realizadas no Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino – Casef Padre João Maria, na última terça-feira (14). Na quarta e na quinta-feira (16) foi a vez do Centro de Atendimento Socioeducativo em Semiliberdade – Casemi Nazaré receber as audiências. O encontro tem em média 40 a 50 minutos cada, e passa a ser realizado com intervalos de três meses, e não mais seis.

Tribunais de todo o país têm fortalecido a prática em parceria com os órgãos executores da socioeducação, já tendo sido implementado nos estados do Amazonas, Amapá, Paraíba, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso. Além do RN, o modelo está em fase de teste em Alagoas, Piauí, Tocantins, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Prática

A gerente do Casemi Nazaré, Flávia Santos, destaca que as unidades da Fundase mudam a rotina de trabalho para receber as audiências, aumentando o quantitativo de agentes na escala para dar continuidade às atividades de rotina. A assistente social também contextualiza que as equipes já faziam contato com os municípios, mas não era algo convocado pelo judiciário.

“Quando o município é muito pequeno, as famílias escondem o fato para não estigmatizar. Por um lado, isso dificulta o acesso aos serviços locais de assistência. Essa integração provoca a reação dos municípios”, detalha a assistente social, lembrando que alguns adolescentes chegam ao sistema socioeducativo até mesmo sem documentação.

A subgerente técnica do Casef, Maria Rita Oliveira, concorda e destaca a participação das famílias: “Uma experiência muito rica e positiva, com as famílias presentes, entendendo o que é o socioeducativo. Nós temos um papel delegado pela Justiça. As normativas internas da Fundase e a legislação são aparatos que conduzem a nossa postura diante da medida que cada interna recebe”. 

Disponível em: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/rn-implementa-audia-ncias-concentradas-em-unidades-socioeducativas/528112 / Foto: Cedida/Fundase RN

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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