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26 de Janeiro de 2022

Projeto da UFRN recruta estudantes para pesquisa sobre depressão

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O Laboratório de Medidas Hormonais, do Departamento de Fisiologia (DFS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), recruta estudantes voluntários da instituição para participar do Programa de Enfrentamento à Tristeza, do projeto Terapias Complementares para o Tratamento da Depressão Maior. Podem se inscrever estudantes que se sentem constantemente tristes, que acham que têm depressão ou que já têm o diagnóstico. As inscrições são realizadas  pelo aplicativo UpSaúde ou pelo site. As vagas são limitadas.

O projeto fornece quatro modalidades de tratamento, uma com uso de medicamentos antidepressivos comerciais e três de tratamentos complementares, como exercício físico, yoga e meditação. Antes de serem encaminhados para um dos grupos de tratamento, os voluntários passam por atendimento psiquiátrico. Os estudantes não podem optar por um grupo de tratamento.

Com duração de 12 semanas, o tratamento será realizado de maneira virtual. Os participantes dos grupos das terapias complementares terão aulas síncronas e assíncronas. A única etapa da pesquisa que será realizada presencialmente será a ida ao Centro de Biociências (CB) da UFRN para coleta de sangue e preenchimento de formulário. O processo será repetido na quinta semana e ao final do tratamento. Um questionário semanal deve ser respondido todas as sextas-feiras, enquanto durar o tratamento. 

A Depressão Maior (DM) é comum na população e apresenta sintomas como alterações no apetite, psicomotoras, insônia, perda ou ganho de peso, fadiga, mudanças no humor e  baixa autoestima, por exemplo. O transtorno se inicia, muitas vezes, na adolescência e se apresenta de maneira crônica. 

O tratamento da depressão com medicamentos continua pouco eficaz. Após iniciar o tratamento com remédio, menos da metade dos pacientes ficam livres dos sintomas, além de demorarem a  fazer efeito. Por isso, muitas pesquisas são voltadas para a descoberta de tratamentos complementares.

De acordo com a professora Nicole Galvão, do Departamento de Fisiologia (DFS) da UFRN, o Programa de Enfrentamento à Tristeza foi criado em 2018, como um estudo de mestrado, durante o qual foi aplicada terapia cognitiva comportamental em grupo para tratar pacientes com depressão. Já havia uma linha de pesquisa que trabalhava com pacientes graves, resistentes aos tratamentos e, nesse ano, surgiu a necessidade de trabalhar também pacientes com graus leves do transtorno.

Com a pandemia da covid-19, o projeto teve que se reinventar. Passou-se então a trabalhar com a plataforma de telemedicina UpSaúde, criada por estudantes da UFRN. Na plataforma, há uma área destinada ao Programa de Enfrentamento à Tristeza, no qual os voluntários realizam um cadastro e respondem algumas perguntas. Se o voluntário passar pela triagem inicial, será encaminhado para uma equipe de psiquiatria, composta por alunos de residência da Universidade. Com a confirmação do diagnóstico, o paciente é incluído no estudo.

O principal objetivo da pesquisa é verificar se os tratamentos complementares têm poder “adjuvante”, ou seja, se podem reforçar o efeito da medicação. “A gente acredita que sim e, além disso, que essas terapias complementares podem reduzir os efeitos colaterais, que são muito comuns nos antidepressivos”, explica Nicole Galvão. A professora conta também que a pesquisa busca validar biomarcadores sanguíneos que podem ajudar no diagnóstico da depressão. 

A expectativa é recrutar 160 pacientes para o estudo. Nicole acredita que o Programa pode se tornar permanente na UFRN e que possa haver a ampliação das vagas. Ela destaca ainda a importância das ferramentas tecnológicas que auxiliam nas pesquisas: “A utilização da ferramenta web e do aplicativo vem mostrando o quanto é importante a gente ter essa tecnologia como aliada, porque vem facilitando imensamente a triagem dos pacientes”, conclui. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail enfrentamentoatristeza@gmail.com.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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