Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

27 de Setembro de 2021

Principal revista científica do mundo publica artigo de pesquisadores potiguares

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

Um artigo produzido por pesquisadores do Rio Grande do Norte é destaque na Revista Nature Scientific Report, uma das publicações científicas mais importantes em todo o mundo. O artigo “The influence of antenna gain and beamwidth used in OSSEUS in the screening process for osteoporosis” (“A influência do ganho da antena e da largura do feixe usado no OSSEUS no processo de triagem para osteoporose), trata dos resultados obtidos no projeto OSSEUS, resultado de uma parceria do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, e o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN). Para acessar o artigo, clique AQUI.

O OSSEUS é um projeto de pesquisa aplicada desenvolvido para o diagnóstico auxiliar de doenças osteometabólicas, onde sua aplicação vai possibilitar a detecção de pacientes com osteoporose já na atenção básica em saúde, assim, possibilitando melhores resultados no tratamento e, consequentemente, em melhor qualidade de vida. O diagnóstico é realizado por meio de um dispositivo biomédico baseado em machine learning e ondas eletromagnéticas.

“A publicação na revista Nature Scientific Report atesta a qualidade das pesquisas científicas desenvolvidas pelos pesquisadores do LAIS (UFRN) por meio de cooperações técnicas relevantes com pesquisadores do Núcleo Avançado de Inovação (NAVI) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)”, enfatizou o diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim. Opinião semelhante é compartilhada pelo professor João Paulo Queiroz, coordenador do NAVI/IFRN e do Projeto OSSEUS. “A notícia demonstra e ratifica a qualidade da pesquisa em inovação tecnológica do NAVI em nível internacional. E, claro, em parceria com o LAIS”.

O artigo é de autoria dos pesquisadores Bruno de Melo Pinheiro, Antônio Luiz Pereira de Siqueira Campos, Dionísio Dias Aires de Carvalho, Agnaldo Souza Cruz, Ricardo Valentim , Nicolas Vinícius Rodrigues Veras e João Paulo Queiroz dos Santos.

O que é o OSSEUS
Até o ano de 2050, os casos de osteoporose entre idosos no Brasil deverão ter um aumento de 32%. A projeção é da Fundação Internacional de Osteoporose, organização sem fins lucrativos, sediada na Suíça. As consequências mais graves, ainda de acordo com o relatório, serão as fraturas de quadris em pessoas acima de 38 anos. De acordo com levantamentos, atualmente, são registrados no Brasil mais de 120 mil casos desse tipo de fratura, havendo uma projeção de crescimento no número de ocorrências de 16% até 2020.

A osteoporose é apenas uma das doenças osteometabólicas, juntamente com a artrite, hiperparatireoidismo primário, raquitismo, entre outras, que afetam homens e mulheres com idades entre 40 e 50 anos. Para esses casos, o indicado é realizar uma densitometria óssea, exame que permite o diagnóstico precoce, determinando o início do tratamento e a prevenção de fraturas. Este método é o mais utilizado para medir a densidade mineral dos ossos, sendo, porém, um exame de alto custo e de difícil acesso para a população, por se tratar de um serviço de saúde disponibilizado somente na alta complexidade ou na rede especializada.

Diante desse cenário, os pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram o OSSEUS – método baseado em inteligência artificial e ondas eletromagnéticas para o diagnóstico auxiliar de doenças osteometabólicas. De acordo com o Ricardo Valentim, este trabalho irá possibilitar a triagem de paciente com osteoporose já na atenção básica, o que favorece um melhor cuidado e ainda contribui para ampliar e democratizar o acesso aos serviços de saúde de melhor qualidade e mais eficientes”.

“Hoje, um aparelho para exames de densitometria óssea tem um custo elevado, o que inviabiliza esse tipo de exame já no primeiro atendimento ao paciente, ou seja, na atenção básica. A nossa pesquisa visa, neste contexto, desenvolver uma tecnologia que possa ser utilizada na Unidade de Básica de Saúde (UBS) pelas equipes de saúde da família no SUS do Brasil. Deste modo, esperamos que ela chegue a quem mais precisa”, destacou o doutorando Agnaldo Souza Cruz.

Trata-se de um dispositivo portátil de fácil operação, cujo princípio é ser de baixo custo. Isso permitirá um alto fator de escalabilidade, o que potencializa o seu uso em qualquer município do Brasil. O exame realizado pelo OSSEUS é não invasivo e pode ser aplicado diversas vezes em intervalos de tempo menores, pois não há nenhum efeito colateral para os pacientes, diferente de outros métodos tradicionais.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

+ Leia mais

Categorias