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16 de Dezembro de 2022

Pesquisadores da Oxford visitam Instituto Atena para conhecer processos e estratégias utilizadas durante a pesquisa da vacina contra Covid-19

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Nesta quinta-feira (15), pesquisadores da Universidade de Oxford fizeram visita técnica ao Instituto Atena de Pesquisa Clínica. A equipe veio conhecer os centros que mais incluíram voluntários nas pesquisas da vacina Oxford/Astrazeneca, além de participar de reunião para discutir os processos e estratégias utilizadas. Por meio do Instituto Atena, em apenas seis dias foram recrutados 328 voluntários para o estudo.

Na comitiva estavam Sue Ann Costa Clemens, professora em Vacinologia e Saúde Global e diretora da Oxford Latin America Unit, baseada no Brasil, que liderou os testes da vacina Oxford/Astrazeneca no país; Georg Hollander, chefe do Departamento de Pediatria; Andrew Pollard, chefe do Grupo de Vacinas de Oxford; e Tess Lambe - do Head Laboratory Oxford, e Sarah Gilbert - do Pandemic Sciences Institute, biólogas que desenharam o imunizante. 

“Natal foi uma das cidades que mais recrutou voluntários para os protocolos de vacina contra Covid-19. Isso é realmente fantástico, porque se a gente pensar no benefício que o mundo teve em decorrência disso, é para engrandecer cada um de nós, por essa disponibilidade de ser voluntário. Trabalhamos muito nesse processo para que o dado que fosse gerado por nós fosse extremamente confiável, apesar da rapidez com que foi obtido”, ressaltou Dra. Sanali Paiva, médica e diretora do Instituto Atena.


Os pesquisadores também comemoraram a recente aprovação do centro de pesquisa na inspeção feita pela China, que resultou na aprovação do uso emergencial do imunizante do laboratório Sichuan Clover Biopharmaceuticals. O ensaio clínico foi coordenado nacionalmente pela Dra. Sanali Paiva. O Instituto Atena recrutou um total de 3.110 voluntários para o estudo.

“A inspeção na qual o Instituto Atena passou pelo governo chines é de suma importância porque é uma vacina que estava sendo inspecionada para uma possível aprovação. Englobou tanto a parte de manufatura quanto a parte clínica. Com o resultado positivo houve o uso emergencial e a população da China já está sendo vacinada nas últimas duas semanas. E a vacina de proteína traz uma plataforma nova, porque ela apresenta, nessa fase pós-imunização primária, características muito importantes para uma dose de reforço, dentre elas uma longevidade maior, ou seja, a pessoa fica protegida por mais tempo - o que implica em um número menor de doses, e também uma segurança maior; ela tem um perfil de segurança diferente das outras plataformas, que apresentam miocardite, trombose, etc, sendo uma vacina mais segura. Por todos esses motivos, incluindo o custo, para as políticas de saúde, incluir uma vacina de proteína como essa, é muito importante”, comemorou a pesquisadora Sue Ann.

Uma das biólogas que desenhou a vacina, Sarah Gilbert, relatou que parte dos motivos da visita ao Brasil foi para agradecer à equipe pelo trabalho e empenho nas pesquisas. E falou ainda sobre perspectivas para novas colaborações com o país, em especial no desenvolvimento de vacinas.

“Eu acho que existem vacinas que a gente poderia trabalhar em conjunto para desenvolver algumas que são necessárias aqui no Brasil e na América Latina. Quais vacinas são necessárias e como nós, sendo uma instituição acadêmica na Universidade de Oxford, podemos colaborar com os estudos clínicos para manufaturar, produzir, testar essas vacinas e fazer em larga escala”, comentou a pesquisadora Sarah Gilbert.

O momento contou ainda com uma sessão de autógrafos do livro História de Uma Vacina, da pesquisadora e professora Sue Ann Clemens. Na obra, a cientista relata sua trajetória no estudo realizado no Brasil, desde quando recebeu o convite para liderar a pesquisa, até a chegada dos primeiros lotes do imunizante ao país.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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