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09 de Setembro de 2020

Pesquisa revela que pequenas empresas podem contribuir com US$ 2,3 tri para o crescimento do PIB global até 2024

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De acordo com o novo Estudo de Maturidade Digital das Pequenas Empresas 2020 (2020 Small Business Digital Maturity Study), realizado em oito países, as empresas de pequeno porte podem acrescentar US$ 2,3 trilhões ao PIB mundial até 2024, contribuindo para a recuperação econômica durante e após a pandemia. A pesquisa, realizada pelo IDC e encomendada pela Cisco, analisou pequenas empresas nos Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Chile, Reino Unido, Alemanha e França para entender melhor suas oportunidades e desafios atuais e a correlação entre maturidade digital e maiior rapidez de recuperação. Juntas, essas oito economias também podem ter um incremento de 5,5% e gozar de uma taxa de crescimento 42% mais rápida graças à maior digitalização de pequenas empresas.

A fim de entender o nível de maturidade da digitalização dessas empresas, o IDC desenvolveu parâmetros para ajudá-las a avaliar com clareza suas capacidades atuais e saber onde estão em um índice de quatro estágios ­– que vai de Digital Indifferent, no primeiro estágio, até o Digital Natives, o mais avançado. Esse estudo é uma continuação do estudo APJC SMB, divulgado em julho.

“A pandemia de Covid-19 exacerbou a desigualdade digital que já estava presente no mercado de pequenos negócios e está forçando as empresas a acelerar sua digitalização", afirma Daniel-Zoe Jimenez, vice-presidente associado e chefe de pesquisas de Transformação Digital e PME do IDC. "As pequenas empresas estão se dando conta de que a digitalização não é mais uma opção, e sim uma questão de sobrevivência. Embora a pesquisa mostre que muitas pequenas empresas estão progredindo, elas devem aumentar o foco nos processos e nas operações de digitalização, utilizando tecnologias digitais para garantir a continuidade dos negócios e sua resiliência futura."

Maioria dos pequenos negócios no Brasil se encontra na fase inicial de digitalização

O estudo trouxe dados exclusivos sobre o cenário de digitalização das pequenas empresas no Brasil. 51% delas se encontram no estágio inicial, Digital Indifferent ou Fase 1. Isto coloca o país na 18ª posição no ranking de maturidade digital das pequenas empresas. A estimativa é que até U$ 9 bilhões podem ser somados ao PIB nacional até 2024 através da digitalização das pequenas empresas.

Para os pequenos empresários, entre as áreas mais impactadas pelas Covid-19, estão estilos de trabalho (14%), fluxo de caixa (14%), produção de vendas (13%) e produção (13%). Contudo, 96% das pequenas empresas dizem que a COVID-19 tornou seus negócios mais dependentes da tecnologia.

Outro dado importante é referente à digitalização futura do negócio. 81% creem que a Covid-19 acelerará a digitalização de seus negócios. Mas para 79%, esta aceleração se dará no patamar entre 11%-50%. Além disso, 62% das pequenas empresas acreditam que a digitalização de negócios é fundamental para sua organização se tornar mais resiliente no futuro. Os pequenos empresários também estão reconhecendo o papel da digitalização na sua competitividade: 67% dizem que o principal motor para se transformar digitalmente é trazer novos produtos e serviços para o mercado, distanciar-se da concorrência e crescer.

Os entrevistados brasileiros também responderam sobre os principais desafios para digitalizar seus negócios, entre eles estão: a resistência cultural à mudança (18%), escassez de talentos e habilidades dentro da organização (17%) e falta de tecnologias necessárias para viabilizar a transformação digital (12%).

Por fim, os principais investimentos em soluções  tecnológicas que as pequenas empresas farão nos próximos 18 meses incluem soluções para ajudar os funcionários a trabalhar remotamente e/ou automatizar processos principais (44%), tecnologias digitais para melhorar as vendas online (44%) e  uma estratégia digital que os ajudará a navegar na crise com metas claras (42%).

De acordo com Jay Gumbiner, Vice-presidente de Pesquisa da IDC América Latina, “O segmento de PME sempre será importante na região da América Latina, pois é um dos ‘motores’ de crecimiento que representa mais de 80% dos empregos. No ecossistema de 13,2 milhões de empresas formais, quase 900 mil têm entre 50-499 empregados, enquanto mais de 12 milhões têm menos de 50 empregados. Os fornecedores que encontrarem formas de oferecer serviços e suporte para esse bloco de empresas de uma maneira eficiente serão os líderes de amanhã.” 

No mundo: pequenas empresas estão em estágios variados de sua jornada de digitalização

As pequenas empresas variam entre os quatro estágios de maturidade digital, surpreendentemente com apenas 25% das empresas participantes da pesquisa no estágio mais avançado (quarto estágio) e 4% ainda no primeiro estágio/estágio de nativa digital – grupo formado pelos três países da América Latina pesquisados: Brasil, México e Chile.

Em média, as pequenas empresas da América do Norte e da Europa ocidental estão mais digitalmente maduras do que as da América Latina, com mais de 33% das empresas nos estágios 3 e 4 nas duas primeiras regiões.

Na comparação entre os oitos países, as pequenas empresas do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Alemanha progrediram mais em suas jornadas de digitalização, seguidas pelas francesas e canadenses. As pequenas empresas da América Latina aparecem atrás.

Em relação à recuperação durante e após a pandemia, as pequenas empresas que estão no terceiro e quarto estágios, de maior maturidade, têm o maior índice de recuperação, são capazes de responder mais rapidamente às mudanças das condições do mercado e estão aumentando seu faturamento a taxas mais altas.

16% dos entrevistados afirmam estar prosperando e sentir que suas empresas são ágeis e resilientes.

Na outra extremidade, 36% das pequenas empresas pesquisadas ainda estão no modo sobrevivência, e 50% delas estão focadas em aumentar ou reformular seus negócios.

Se 50% das pequenas empresas pesquisadas conseguirem avançar para terceiro estágio do índice de maturidade até 2024, pode haver um incremento de US$ 2,3 trilhões no PIB.

Pequenas empresas sabem que a tecnologia é essencial para a recuperação, mas não sem desafios

A Covid-19 só fez reforçar o fato de que a digitalização não é mais opcional para as pequenas empresas, mas uma necessidade.

Mais de 70% das pequenas empresas pesquisadas ao redor do mundo estão acelerando a digitalização de seus negócios por causa da pandemia.

Ainda que atualmente as tecnologias digitais estejam mais amplamente disponíveis e ajudem a equiparar a concorrência, as pequenas empresas enfrentam entraves em muitos aspectos.

Estilos de trabalho, segurança dos funcionários, fluxo de caixa e vendas são as áreas mais impactadas nas pequenas empresas de todo o mundo devido à pandemia.

Além disso, a escassez de habilidades e qualificação profissional para o digital, a resistência cultural às mudanças e a falta de orçamento/compromisso são desafios-chave para as pequenas empresas, mesmo sem pandemia.

Pequenas empresas são mais dependentes da tecnologia e investirão em áreas-chave

Esta crise tornou as pequenas empresas mais dependentes da tecnologia e mais cientes da importância da digitalização.

Cerca de 45% das pequenas empresas pesquisadas esperam que mais de 30% de seus negócios sejam digitais em 2021.

36% das pequenas empresas planejam investir em soluções que possam ajudar seus empregados a trabalhar remotamente, e 33% investirão em tecnologias digitais para melhorar as vendas on-line.

32% das pequenas empresas também estão planejando desenvolver uma estratégia digital com metas comerciais claras, e 32% estão investindo em talentos e na qualificação certa.

No que se refere ao investimento em tecnologia nos próximos 18 meses, as pequenas empresas pretendem investir em soluções na nuvem e também construir infraestrutura on-premises, tanto de software quanto de hardware.

A segurança é crucial para as pequenas empresas, que consideram soluções de segurança como uma de suas três prioridades.

Soluções de experiência de cliente e de colaboração estão entre as cinco principais áreas de investimento. As pequenas empresas com maior maturidade também estão priorizando IA/analítica para aumentar ainda mais sua competitividade e reduzir a intervenção humana.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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