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22 de Maio de 2020

Ensino Superior: percentual de alunos que trabalha entre estudantes de instituições privadas é maior

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O estudo mostrado no Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020, divulgado ontem (21) pelo Instituto Semesp, apresentou uma diferença significativa entre estudantes das redes públicas e privadas, com relação à necessidade de trabalhar ao mesmo tempo em que se faz um curso superior. No caso dos alunos de instituições privadas, 61,8% trabalham concomitantemente aos estudos; e 69% deles têm carteira assinada. Já entre os alunos das instituições públicas 40,3% trabalham enquanto avançam nos estudos; e destes, 49,5% têm a carteira assinada.

Além do percentual de trabalhadores que estuda na rede pública ser menor, esses estudantes ainda trabalham com uma carga horária menor, muitas vezes justificado pelo fato dos cursos serem ofertados em período integral. Enquanto 38,9% dos estudantes de instituições de ensino superior privadas têm uma carga de 31 a 40 horas semanais de trabalho, no caso dos que estudam em instituições públicas este percentual é de 33,1%. Ainda segundo o estudo, 30% dos estudantes da rede privada têm uma carga semanal de 41 a 50 horas de trabalhos semanais, enquanto, no caso dos estudantes de instituições públicas, 19,9% dos que trabalham têm essa carga semanal de trabalho.

Uma das explicações para o carga horária média um pouco superior dos estudantes da rede privada em relação à rede pública é que esses alunos possuem trabalhos com carga horária maior. Enquanto os estudantes da rede privada realmente precisam trabalhar para se sustentar e pagar as mensalidades, os alunos das instituições públicas, geralmente, trabalham para ganhar experiência. A maioria dos alunos que frequenta um curso de graduação (72%) recebeu, pela atividade remunerada exercida em 2019, até 2 salários mínimos mensais.

Faixa etária, turno e condição no domicílio

Mais da metade das matrículas (59,2% das feitas em instituições públicas e 53,7% das privadas) são de alunos com idade entre 19 e 24 anos. Já o percentual de alunos com idade entre 25 e 29 anos está na faixa dos 18%.

Com relação ao turno do curso, a maior parte faz cursos noturnos (48% em instituições privadas e 33% na rede pública). No caso das entidades públicas, o turno integral é o mais abrangente, sendo cursado por 39,2% dos alunos matriculados (no caso das privadas, este percentual cai para 4,2%).

Ainda segundo o estudo, a maior parte dos alunos matriculados não são os responsáveis pelo domicílio onde residem: 64,3% dos estudantes de instituições públicas e 52,3% são filhos dos chefes de suas famílias; e 21,3% (nas privadas) e 14,3% (públicas) são as pessoas responsáveis por seus domicílios (chefes de família).

Ensino a distância

O levantamento aponta, ainda, que, enquanto a queda de matrículas nos cursos presenciais ficou em 2,1%, motivada principalmente pela diminuição do número de financiamentos feitos pelo Fies, as matrículas de cursos à distância aumentaram em 16,9%. Apesar de o ensino à distância (EAD) aumentar, a taxa de escolarização líquida do país não se altera significativamente, ficando em 17,9%. “Com base em modelo econométrico, a projeção para 2020 é de queda de 7,6% no número de matrículas e de 13,9% de ingressantes”, informou o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

Na avaliação do diretor do Semesp, o setor do ensino superior segue a tendência apontada nos últimos anos, de queda do número de estudantes nos cursos presenciais e aumento de estudantes na modalidade EAD. Ele, no entanto, destaca que uma análise mais aprofundada desse cenário mostra que o crescimento acentuado da modalidade EAD tem acontecido em virtude de uma troca de alunos em cursos presenciais no turno noturno pelo ensino a distância.

Cursos mais procurados

Entre os cursos à distância ofertados pelas instituições privadas, os que mais despertam interesse dos alunos são os de pedagogia (440,6 mil matrículas); administração (214,1 mil) e contabilidade (131,6 mil). Já nas instituições de ensino superior públicas são os de pedagogia (37,4 mil matrículas); matemática para formação de professores (16,5 mil); administração pública (13,2 mil); engenharia de produção (11,5 mil) e letras português, para formação de professores (10 mil).

Com relação aos presenciais, na rede privada, os cursos mais procurados são direito (776,9 mil matrículas), administração (357,2 mil), enfermagem (256,5 mil) engenharia civil (250 mil) e psicologia (233,7 mil).

Já na rede pública são pedagogia (93,6 mil matrículas), direito (86 mil), administração (75,9 mil), medicina (58,6 mil), engenharia Civil (52,1 mil) e agronomia (51,1 mil).

Taxa de evasão

Apesar de alta, a taxa de evasão presencial tem se mantido estável nos últimos anos, variando de 24,9%, em 2013, para 26,5% em 2018. Já no caso dos cursos de ensino superior à distância, ela é mais alta, passando de 28,8% para 36,5% no mesmo período, demonstrando tendência de crescimento, o que, segundo os pesquisadores, “aponta que o modelo precisa ser aperfeiçoado”.

O instituto é ligado ao Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior de todo o Brasil. Para a elaboração do estudo, o instituto usou os dados do Censo da Educação, referentes a 2018, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2019, além de outras fontes, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica.

Fonte: Agência Brasil

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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