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19 de Outubro de 2023

Novos projetos da Petrobras, no mar do RN, trazem grandes perspectivas para micro e pequenas empresas, diz SENAI

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A Petrobras detalhou, nesta terça-feira (17), oportunidades que os novos projetos da companhia voltados à energia eólica e à exploração de petróleo no mar do Rio Grande do Norte trazem para o setor de micro e pequenas empresas. “É toda uma cadeia que poderá ser desenvolvida no estado e na região”, disse o gerente geral de Geração Renovável da estatal, Daniel Faro.

O assunto foi discutido no “Encontro com Fornecedores – Construindo Negócios com a Petrobras”, promovido em parceria com o Sebrae-RN e o apoio da Federação das Indústrias (FIERN).

Segundo as instituições envolvidas, o objetivo do evento foi aproximar as demandas atuais e futuras da companhia de potenciais ofertantes, em um contexto em que novos investimentos despontam no horizonte. 

“Nós já vimos isso dar certo antes, quando houve a instituição do PROMINP (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, criado para fomentar a participação da indústria nacional de bens e serviços, na implantação de projetos do setor) e a mobilização para atividades onshore (em terra) de óleo e gás, que deu origem à cadeia produtiva”, disse o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, representando o presidente da FIERN e do Conselho Regional do SENAI, Amaro Sales de Araújo, na abertura. 

O movimento de estímulo à participação de micro e pequenos fornecedores potiguares na cadeia de suprimentos da Petrobras foi iniciado cerca de 20 anos atrás com foco nas operações que a empresa mantinha na região de Mossoró. 

Agora, segundo o executivo, novas áreas de investimento já anunciadas expandem possibilidades de negócios e de dinamização da economia. 

“Imaginem o que pode acontecer agora, quando as perspectivas são muitas vezes maiores, num ambiente mais maduro e com as novas frentes que se abrem na Margem Equatorial, com óleo, gás e a grande fronteira energética do Brasil, que é a eólica offshore”, frisou Mello, diante de dezenas de empresas na plateia. 

O diretor disse enxergar “um real potencial de fortalecimento econômico do Rio Grande do Norte na esteira dos novos projetos” e que “a Federação das Indústrias, que mantém-se parceira da Petrobras em ações de educação, Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, através do SENAI, não medirá esforços para contribuir para o melhor sucesso possível desse movimento”.

Oportunidades

Hoje, dos 44 mil fornecedores da companhia cadastrados no Nordeste, 6 mil são do Rio Grande do Norte e a necessidade de “uma forte cadeia fornecedora” é acentuada, segundo a empresa, em áreas que vão desde bens e serviços até tecnologia e inovação. 

No caso da geração eólica offshore, por exemplo, possibilidades desde a fase de pré-desenvolvimento dos projetos foram apresentadas. 

“Nós temos 10 projetos no Brasil e sete deles estão no Nordeste, sendo quatro a serem desenvolvidos no Rio Grande do Norte”, disse Daniel Faro, gerente na área. “Esses projetos envolvem vários equipamentos, subestação, embarcações, instalação”, exemplificou ainda. 

Os pedidos de licenciamento para implantação dos complexos em áreas marítimas foram anunciados em setembro, no Brazil Windpower, o maior evento do setor eólico na América Latina. Na área do petróleo, a Petrobras divulgou, no início de outubro, já estar com a licença necessária à perfuração de dois poços exploratórios em águas profundas da Bacia Potiguar.

Com a maior empresa da indústria de óleo e gás no Brasil reforçando a atuação na atividade e firmando posição clara em relação às energias renováveis, um novo cenário de oportunidades surge na área, frisou, durante o Encontro, o pesquisador do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Raniere Rodrigues. 

“O fato de a companhia estar no Brasil, país que se destaca em disponibilidade desses recursos renováveis no contexto internacional, também faz com que toda uma cadeia produtiva possa ser desenvolvida e abre margens para outras ações, como armazenamento e captura de carbono, além de biocombustíveis”, analisa. 

Durante apresentação em que se debruçou sobre “energias renováveis, transição energética e descarbonização”, ele acrescentou que a “sociedade 5.0, que caminha em paralelo com o que a indústria tem vivido em termos de revoluções, cobra ao setor industrial cada vez mais sustentabilidade”.

“Essa é uma sociedade hiperconectada, que passa a exigir da indústria que os processos produtivos sejam cada vez mais monitorados, e sejam cada vez mais sustentáveis. E a base para que isso possa acontecer de maneira sustentável é a energia”, disse Rodrigues. “A sociedade cobra e vai passar a cobrar cada vez mais que a energia que chega para essa indústria seja cada vez mais sustentável, mais limpa. Vai querer saber que os insumos utilizados também são gerados de maneira sustentável. E, nesse contexto, diversos países também têm caminhado para acordos de descarbonização e aí vem o papel do Brasil. Nesse protagonismo que o país tem, a vocação natural na capacidade de explorar fontes renováveis, há margem para a criação, para inovação”, pontua.

O pesquisador observa que o Brasil tem capacidade instalada de 200 Gigawatts (GW), considerando todas as fontes de energia. E que apenas o potencial eólico offshore estimado corresponde a mais que o triplo desse volume, alcançando 700 GW. “Isso traz uma série de oportunidades. Entendemos que caminhar para a exploração desse potencial abrirá portas para outras cadeias produtivas e traz a necessidade de inovar e desenvolver em diversas áreas”, frisou.

Caminhos

O Encontro nesta terça reuniu dezenas de atuais e potenciais fornecedores da Petrobras, com apresentações também sobre transição energética na empresa e retomada exploratória na Bacia Potiguar, além de oportunidades e projetos vislumbrados nesses campos. Os caminhos para fornecer à companhia foram detalhados, incluindo programas disponíveis para financiamento dos fornecedores. 

“As micro e pequenas empresas representam 30% do fornecimento da Petrobras no RN e é importante que se saiba que é possível vender à companhia não só de forma direta, mas também por meio de outras empresas que detém contratos com a companhia”, disse Márcio Pereira, gerente geral de relacionamento com o mercado fornecedor da estatal. Entre os desafios para empresas fornecedoras foram citados o atendimento aos requisitos de compras e outros ligados a aspectos econômico-financeiros, técnicos, de compliance e à práticas de sustentabilidade. 

O diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, destacou que a entidade tem, historicamente, apoiado as micro e pequenas empresas para trilharem esses caminhos e que o processo vem contribuindo para o crescimento de diversos negócios. “É uma parceria para o desenvolvimento do estado”, ressaltou.

A gerente do Polo Sebrae de Energias Renováveis, Lorena Roosevelt, avaliou o Encontro como oportunidade de os pequenos negócios se aproximarem da Petrobras para entender as demandas da empresa e como devem se preparar para a inserção nas cadeias produtivas da estatal. Ela chamou a atenção, ainda, para a necessidade de “startups se estruturarem e criarem conexões com empresas tradicionais para que ambas aproveitem ao máximo as oportunidades de negócio”.

O evento foi realizado no auditório do Sebrae-RN em Natal e contou com a participação de Kátia Ferreira, representante da Petrobras na área de relacionamento institucional com entidades externas, da gerente executiva de Suprimentos da empresa, Marina Quinderé, do gerente executivo de Terra e Águas Rasas, Francisco Queiroz, além do diretor de Operações do Sebrae-RN, Marcelo Toscano. 

Fotos: Moraes Neto

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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