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28 de Agosto de 2023

Negócios da cajucultura podem ir muito além do processamento da castanha

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O Brasil descarta, anualmente, uma média de dois milhões de toneladas de pedúnculo de caju, que é a parte anexa à castanha. O baixo aproveitamento do produto, registrado em todas as regiões produtoras de caju do país, não só eleva o desperdício, mas provoca grave desequilíbrio no setor da cajucultura. No Rio Grande do Norte, terceiro maior produtor nacional de caju, iniciativas estimulam a utilização do pedúnculo na fabricação de derivados com foco não só no aumento do consumo, mas também na geração de oportunidades de negócios.

É o caso da CajuDrinks, competição que reuniu bartenders de Mossoró e região para desenvolver coquetéis, à base de caju e derivados. Uma realização do Sebrae no Rio Grande do Norte em parceria com o Instituto Caju Brasil (ICB), o evento atraiu a atenção dos visitantes do Espaço da Agência Sebrae na Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), que aconteceu em Mossoró até sexta (25).

A ideia, segundo o diretor administrativo e de Projetos do ICB, Maurício Campos, é mostrar a potencialidade do pedúnculo, que pode ser utilizado para a fabricação dos mais variados produtos gastronômicos, a exemplo das bebidas.

“Imagina todos os estabelecimentos, bares, restaurantes comprando, toda semana, caju e produtos derivados do caju para utilizar em suas receitas, em seus coquetéis? Nós conseguiríamos fortalecer a cadeia produtiva e gerar negócio e renda, porque isso estimula o negócio local, o turismo”, provoca.

Além do pedúnculo in natura, a competição estimulou o uso de diversos derivados do caju, como o xarope e o mel. Com o drink autoral “Caia caju no sertão”, que tem como base a geleia de caju e homenageia a cidade de Caicó, a barista do restaurante caicoense Caiçara 21, Nathalia Carvalho mais que consagrou-se campeã do torneio. A receita, com base alcóolica de cachaça, levará potiguar ao maior concurso nacional de coquetelaria, o EnChefs Brasil.

“Eu trabalho há pouco mais de três anos no setor e estou muito feliz com o resultado e a oportunidade de poder apresentar um coquetel vencedor, feito com produto tão presente em nossa região e que pode ser utilizado de tantas formas”, comemora.

Para o gestor de Fruticultura do Sebrae RN, Franco Marinho, iniciativas como o CajuDrinks, associada a outras ações desenvolvidas junto a produtores e representantes da cadeia produtiva da cajucultura devem fazer a diferença para aumentar o aproveitamento do caju como um todo, e não só a amêndoa. “Temos buscado mostrar as potencialidades e a versatilidade do caju a partir de iniciativas como esta e em capacitações de produtores, estímulo ao mercado, para chamar a atenção para as excelentes oportunidades de negócios que temos na cajucultura como um todo, e não só com o aproveitamento da amêndoa. É um trabalho que tende a gerar resultados e, assim, fortalecer o setor”, pontua.

Sabor e oportunidade

Aos poucos, empreendedores começam a enxergar no pendúnculo do caju uma oportunidade de negócio. É o que aconteceu com Adriene de Lima, da Caju Fit, ao desenvolver uma receita de doce de caju voltada a uma linha mais saudável, sem adição de açúcar ou qualquer tipo de conservante.

“Por que não unir o caju, tão abundante na nossa região, com os anseios por uma alimentação mais saudável? Observamos essa oportunidade e desenvolvemos nosso doce, que é 100% natural, e pode ser consumido sem medo”, explica.

A aceitação do produto pelos consumidores superou as expectativas. O produto atraiu a atenção dos visitantes do espaço da Agência Sebrae montado na Expofruit e deixou a empreendedora ainda mais otimista para a próxima fase do negócio: ofertar a sobremesa no formato de barras. “Empreender é uma batalha árdua, temos dificuldades a superar, e o Sebrae tem nos dado todo o suporte, o direcionamento e hoje, aqui na feira, nos deu também a oportunidade de expor nossos produtos em Mossoró, pela primeira vez, e tem sido um sucesso. Estamos felizes demais com o resultado”, celebra.

Ao longo dos três dias da Expofruit, que teve início na última quarta-feira (23), o Espaço da Agência Sebrae na Expofruit reuniu empreendedores inseridos em diversas atividades da fruticultura potiguar. Esta é a 30ª edição da feira, considerada a maior do setor no Brasil e expõe, em 420 estandes instalados na Estação das Artes Elizeu Ventania, produtos e serviços dos mais variados nichos da atividade frutícola do país.

Fotos: Edilberto Barros

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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