12 de Junho de 2019
Mais da metade das crianças brasileiras chega ao terceiro ano fundamental sem saber ler
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Mais da metade das crianças brasileiras chegam ao final do 3° ano do ensino fundamental sem saber ler e compreender textos variados, o que prejudica o aprendizado dos demais componentes curriculares nas diferentes etapas de formação. É o que revela a Avalição Nacional de Alfabetização (ANA 2015).
Este e outros desafios do século 21 na alfabetização estão sendo debatidos segunda-feira (10) pelo Instituto Ayrton Senna, que reuniu educadores e especialistas na área para apresentar possíveis caminhos e políticas públicas para que crianças e jovens tenham oportunidade de desenvolver todo seu potencial.
O economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, Ricardo Paes de Barros, apresentou um diagnóstico da alfabetização no Brasil, no qual um dos dados preocupantes é que crianças pobres se alfabetizam um ano mais tarde do que as ricas. "No nosso sistema efucacional, a alfabetização desnivela o ponto de partida, o que é péssimo para quem acredita que a educação é a base para construir uma sociedade mais igualitária", afirmou Barros.
Para o economista, o analfabetismo tem grande impacto enorme sobre o que acontece no dia a dia. "Na hora em que a pessoa sai de casa, vai fazer uma compra, vai pegar um ônibus. Enfim, tem uma consequência de longa duração naquilo que a pessoa vai conseguir alcançar no seu projeto de vida."
O diagnóstico mostra que, no Brasil. 55% das crianças ao final do 3° ano têm proficiência inadequada em leitura e 54% em matemática. A Meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE) é alcançar 0% em 2024.
"Os resultados [do diagnóstico] mostram a importância da alfabetização. E é importante perceber que o número de matrículas está caindo acentuadamente por causa da transição demográfica e porque estamos reduzindo a taxa de distorção idade/série", disse o economista. Ele acrescentou que, com isso, haverá cada vez menos crianças para ser alfabetizadas. "Com o aumento das funções docentes e da qualificação dos professores e com a estabilidade no gasto com a educação, vamos ter mais oportunidades para gerar uma alfabetização de melhor qualidade", afirmou o economista.
Fonte: Agência Brasil