08 de Julho de 2024
JULHO AMARELO: Hepatites A, B e C são os tipos mais comuns no RN
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O mês de julho é marcado pela campanha Julho Amarelo, uma iniciativa para o combate e conscientização sobre as hepatites virais. O infectologista Igor Queiroz, que é professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali,
Os sintomas das hepatites virais podem variar significativamente. Nas fases agudas, são comuns náuseas, vômitos, icterícia (amarelamento dos olhos e da pele). Nas fases crônicas, os sintomas podem ser inespecíficos, como mal-estar, má digestão e fraqueza. O grande desafio, no entanto, reside no diagnóstico, especialmente em indivíduos com comportamentos de risco.
"Chegar ao diagnóstico das hepatites virais nessas pessoas é tarefa árdua, pois muitos desconhecem os fatores de risco para infecção e não associam seus sintomas inespecíficos a uma doença crônica. Vale lembrar que os testes rápidos para hepatites B e C estão disponíveis nas unidades de saúde municipais e estaduais. São testes que têm resultado em aproximadamente 20 a 30 minutos. Eles servem como a triagem para que depois o paciente possa ser encaminhado devido ao tratamento", afirma Queiroz, que também é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), médico no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI).
As hepatites virais são causadas por diferentes tipos de vírus: A, B, C, D e E, cada um com agentes etiológicos, períodos de incubação e métodos diagnósticos distintos. “No Rio Grande do Norte, os tipos A, B e C são os mais prevalentes, enquanto as hepatites D e E são menos comuns. A transmissão da hepatite A ocorre principalmente por meio de água e alimentos contaminados. Já as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue infectado, relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de materiais perfurocortantes”, explica.
A prevenção das hepatites virais é diversa e inclui medidas como saneamento básico e vacinação. Desde 2013, a vacina contra a hepatite A é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de 15 meses, resultando em uma queda significativa na incidência da doença. A hepatite B também pode ser prevenida por meio de vacinação, aplicada nos primeiros meses de vida e disponível para qualquer idade. A hepatite C, que não tem vacina, requer a conscientização sobre os fatores de transmissão para evitar o contágio.
Tratamentos
O tratamento das hepatites também varia. A hepatite A, geralmente benigna, é tratada com medidas de suporte como repouso e hidratação. A hepatite B possui um tratamento antiviral disponível pelo SUS, que visa controlar a replicação viral e prevenir a progressão da doença. A hepatite C, por sua vez, tem um tratamento altamente eficaz com chances de cura próximas a 100%, também custeado pelo SUS.
Embora algumas hepatites tenham cura, a hepatite B, por exemplo, requer controle contínuo para evitar complicações graves como fibrose, cirrose e câncer de fígado. "Essas doenças precisam ser avaliadas periodicamente para verificar a progressão. A prevenção, diagnóstico e tratamento adequados são essenciais para evitar essas complicações e garantir a saúde dos pacientes”, enfatiza o especialista.
“Dessa maneira, a campanha Julho Amarelo é um lembrete da importância da conscientização sobre as hepatites virais, incentivando a população a buscar informações, vacinar-se e realizar exames regularmente. A luta contra essas doenças depende do esforço conjunto de profissionais de saúde, governo e sociedade”, lembra o docente da UnP/Inspirali.