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20 de Janeiro de 2022

Janeiro Branco: psicóloga chama atenção para saúde mental dos pais de crianças com autismo

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Cuidar de quem cuida. É com essa máxima que a psicóloga Jordylene Andrade lembra que o Janeiro Branco, campanha que chama atenção para a necessidade de cuidados com a saúde mental, também serve para a sociedade atentar para os pais e responsáveis por crianças e adolescentes com autismo e outros transtornos.

“A maioria desses pais e mães têm uma rotina mais pesada do que as famílias com crianças típicas. São muitas horas fora de casa, revezando entre escola e clínica, porque os filhos fazem muitas terapias, então acaba sendo desgastante”, explica a profissional que é coordenadora do corpo clínico infantil da Clínica de Atendimento Personalizado em Terapias Avançadas (CLIAP). O centro terapêutico e pedagógico é referência em Natal no tratamento de crianças e adolescentes com deficiência.

Atualmente, de acordo com dados divulgados em dezembro de 2021 pelo CDC (Center of Diseases Control and Prevention) dos Estados Unidos, uma em cada 44 crianças é autista. Jordylene aponta que para que os responsáveis possam estar disponíveis para suas crianças, eles precisam estar com a saúde mental e o emocional fortalecidos, tanto para cuidar melhor dessas crianças, quanto para manter a sua subjetividade. 

“Muitos pais, e especialmente as mães, acabam se negligenciando como indivíduos e se tornam apenas ‘pai/mãe de fulano’. Mas para além disso, eles são homens, mulheres, pessoas singulares que precisam de um tempo de qualidade para si mesmos, porque se não estão bem, a criança vai sentir e a família pode ficar toda adoecida”, alerta.

O acompanhamento psicológico é recomendado pela especialista, mas o tempo de autocuidado pode vir de outras formas:  fazer uma manicure, tomar um chope com os amigos, fazer exercícios físicos, por exemplo. “É preciso entender a realidade desses pais e equilibrar o que é possível. O ideal é ter férias, poder sair, mas nem sempre isso se encaixa na realidade da maioria das família”, pondera.

Nesse contexto, a profissional destaca a importância de uma rede de apoio para que esses pais possam tirar um momento para si e aponta também que a sensibilidade de terceiros é muito importante para aliviar a carga emocional dos pais de crianças especiais. 

“Muitas vezes os transtornos são romantizados, mas são muitas as dificuldades que as famílias enfrentam. Então, é necessário um olhar empático, não criticar se aquela criança está chorando, se jogando no chão. Ela não faz isso porque é malcriada, existe um motivo. E se você não pode fazer nada naquele momento para ajudar, não olhar com reprovação já ajuda”, enfatiza.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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