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31 de Julho de 2023

ISI-ER apresenta projeto do maior mapeamento eólico offshore do Brasil ao Amapá e inicia medições no estado

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O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade, apresentou nesta segunda-feira (31), ao Amapá, o projeto do maior mapeamento em curso no país para identificação do potencial eólico offshore, no mar. O estado é o principal contemplado no levantamento, que tem como foco a Margem Equatorial Brasileira.

A região total no centro do estudo corresponde a 38,6% do litoral do Brasil, incluindo o Rio Grande do Norte, líder nacional em geração eólica em terra e um dos potenciais polos de investimentos futuros em complexos eólicos offshore, com os primeiros já à espera de licenciamento. Os estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará também farão parte do projeto.

A ideia do mapeamento surgiu em 2020, após 13 dos 16 municípios amapaenses sofrerem um apagão de 22 dias, no que foi considerado o maior blecaute da história do país. Como fruto de articulações dos senadores da República Davi Alcolumbre (Amapá), Marcio Bittar (Acre), e do, à época senador do Rio Grande do Norte, e, atualmente, presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um convênio para o desenvolvimento da iniciativa foi firmado entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o ISI-ER, responsável pela execução do trabalho.

Além do mapeamento do potencial eólico offshore da Margem Equatorial Brasileira, o projeto terá como resultado o primeiro Atlas Eólico e Solar do estado do Amapá.

“É um momento de extrema importância para o desenvolvimento do nosso estado e para o povo amapaense. Este projeto de pesquisa avaliará o potencial eólico da margem equatorial do nosso estado e seu potencial eólico e solar, o que representa um grande passo para o desenvolvimento econômico do estado e para dar mais qualidade de vida para o povo do Amapá”, afirmou o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que participou dos eventos de lançamento nesta segunda.

A cerimônia de apresentação do mapeamento, realizada no auditório do SEBRAE em Macapá, capital do estado, também contou com a presença do governador Clécio Luís; de secretários estaduais, prefeitos e outras autoridades e lideranças políticas, como o secretário executivo do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro.

Antes do evento, em outra parte da programação, Alcolumbre apertou o botão que oficialmente pôs em operação uma das estações que irão medir os potenciais eólico e solar no estado. A estação foi inaugurada no SENAI – Santana, o Senai do Amapá.

Diversificação da matriz
“O Amapá passou por uma crise de disponibilidade energética importante, durante a pandemia, e uma das vertentes desse projeto é apontar caminhos possíveis para a diversificação desta matriz energética, hoje baseada principalmente na fonte hídrica”, disse o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello.

“Neste momento estamos apresentando o projeto, o início da operação, da instalação dos equipamentos que vão gerar os dados necessários, para se chegar ao potencial de geração de energia eólica e energia solar. Isso é muito relevante porque a qualidade e o volume de dados que existem na região ainda são baixos”, acrescenta o executivo, que representou o presidente do Sistema FIERN e do Conselho Regional do SENAI-RN, Amaro Sales de Araújo, nos eventos.

O projeto “Potencial eólico offshore da Margem Equatorial Brasileira e o Potencial Energético do Amapá” terá duração de dois anos e prevê investimento total de R$ 5 milhões para identificação das áreas mais promissoras à implantação de parques eólicos na Margem Equatorial Brasileira. As medições foram iniciadas no Porto-Ilha de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, e agora começam também no Amapá, onde um total de seis estações deverão contribuir para as análises dos especialistas.

“Nós damos o start das medições no Amapá e um aspecto fundamental disso é que medir variáveis climatológicas numa região que é bastante influenciada pelo clima da Amazônia contribui para que possamos entender toda a influência da Zona de Convergência Intertropical sobre o clima da Margem Equatorial. Isso é importante porque não existem ainda dados observacionais na região. Não existem dados sobre medição de vento nas faixas de altura que queremos alcançar”, frisa o coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Antonio Medeiros. Ele observa que o trabalho também ajuda a entender e a poder proporcionar uma melhor integração energética da Margem Equatorial Brasileira.

O projeto prevê a identificação das melhores áreas de potencial eólico para fomentar o desenvolvimento de projetos de usinas e, além disso, auxiliar os fabricantes de equipamentos a dimensionarem aerogeradores, torres e fundações adequados ao perfil de vento do país. Os trabalhos incluem medições de velocidade e direção dos ventos em pontos estratégicos e o mapeamento de áreas para projetos eólicos offshore.

“Estamos em busca de soluções definitivas para que nosso estado cresça a cada dia mais e o povo amapaense nunca mais viva um dos piores capítulos da nossa história”, frisou Davi Alcolumbre, destacando na cerimônia o papel relevante que o ISI-ER, sediado no Rio Grande do Norte, tem desempenhado para companhias com atuação global no setor.

Apresentações
Durante o evento de lançamento do mapeamento, foram realizadas apresentações do diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, do coordenador de P&D do ISI-ER, Antonio Medeiros, e dos pesquisadores do Instituto, Vanessa de Almeida Dantas e Jean Souza dos Reis. Atividades já desenvolvidas e quais serão os produtos entregáveis aos brasileiros e especificamente aos amapaenses foram detalhados pela equipe.

Mello também apresentou resultados da análise “Impactos Socioeconômicos da produção de energia eólica nos municípios do Rio Grande do Norte”, desenvolvida pelo Observatório da Indústria MAIS RN – Núcleo de Planejamento Estratégico da Federação das Indústrias do RN (FIERN) – a pedido do SENAI.

O trabalho, explicou ele, mostra que municípios com parques eólicos instalados no Rio Grande do Norte deram um salto nos últimos anos em geração de riquezas, empregos e criação de negócios.

Para que os benefícios econômicos ajudem a alavancar também indicadores sociais, entretanto, chama a atenção para a necessidade de políticas públicas e atenção à gestão nessas áreas.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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