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09 de Maio de 2024

Inspirado em histórias reais, “Não, e Pronto!”, de Kalline Pondofe Santana, aborda o abismo das drogas no mundo adolescente

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Pedro, Davi, Danilo, Letícia, Raquel, mãe Maria, João, sargento Antunes e delegado Rubens são nomes tão comuns e amigáveis que poderiam ser personagens de alguma novela de TV; ou mesmo nossos amigos, parentes e vizinhos. Em “Não, e Pronto!”, estreia literária da advogada e mentora de gestão familiar, Kalline Pondofe Santana, esses personagens transitam em ambos os mundos: A autora entrelaça ficção e fatos reais para contar a história de uma família aparentemente harmoniosa, mas que vive o drama comum nos dias de hoje: as drogas (lícitas e ilícitas) no mundo adolescente. 

“Não, e Pronto!” será lançado dia 21 de maio, às 18h30, na Biblioteca Câmara Cascudo. Logo após o lançamento, a autora inicia uma jornada de bate-papos em escolas públicas e privadas.

Escrito como um roteiro, no qual cada capítulo é narrado por um personagem, o livro traz diferentes abordagens parentais ou não. São visões que um tem sobre o outro, pai, irmãos, mãe, filhos; sobre os acontecimentos que viveram, as escolhas e consequências para cada um. O texto é fluido, de rápida leitura e atrai não só os adolescentes, foco do livro, mas também traz lições para toda a família e sociedade. 

“Considero esta uma coletânea de histórias reais com acontecimentos que mudaram a vida de muitas pessoas. Um quebra-cabeça de histórias/estórias de famílias diferentes que se encaixam para formar o quadro da vida real”, explicou Kalline, que na construção da obra contou com a colaboração de familiares que conviveram com adolescentes usuários de drogas, amigos que cruzaram a linha vermelha mas retornaram, assim como seu marido que por um período esteve à frente da delegacia especializada em narcóticos. 

“A cada história que ouvia, me entristecia a alma, como a de um pai que pedia para a polícia prender seu filho, pois não sabia mais o que fazer; ou porque seu filho estava furtando até o vaso sanitário de casa para comprar drogas. Em cada história, minha empatia com esses pais aumentava, e me marcava”, conta a autora. Além dos relatos, outra inspiração para Kalline é o conhecido livro “O Estudante”, de Adelaide Carraro, originalmente uma obra de ficção de 1975 que aborda o mesmo tema.

O personagem que deu a partida em “Não, e Pronto!”, o Luizinho, é inspirado em outra história. “Entendia que para chegar na linguagem do jovem eu precisava ‘pensar como jovem’ e me utilizar da história de um deles. Foi quando o personagem Luizinho surgiu”, conta.

Vícios que pareciam inofensivos, como o cigarro eletrônico, também são relatados no livro. “Temos aqui a história de um garoto de 15 anos que estava usando o “famigerado” cigarro eletrônico, e ele foi mais além, bagunçando a vida dele e também de sua família”.

Em um determinado momento do livro, uma pergunta vem à mente: “Qual a história de vida que você está construindo? O final que você busca é feliz ou triste?” Curiosamente, o livro não encerra com um único desfecho, mas sim três finais que são igualmente reais, desafiando o leitor a refletir sobre as escolhas, enxergando as ramificações de cada decisão e experiência interativa para inspirar e educar.

“Quando estava escrevendo os dois finais, me perguntei: por que não escrever mais um final real? Quem escreve dois pode escrever três, até porque tinham suas diferenças. Lembrei da história do irmão de uma amiga do colégio, e que na época impactou a mim e ao meu filho. Meu primogênito havia acabado de ler “O estudante”, quando aconteceu o episódio com o rapaz. Foi manchete em vários jornais locais, e aproveitei para mostrar para meu filho que a história do livro podia acontecer de verdade, era a arte imitando a vida, ou melhor, nesse caso era a vida imitando a arte”, relata.

Para todas as idades

O autor do prefácio, o escritor, procurador e acadêmico Marcelo Alves Dias de Souza, disse que o romance realista de Kalline Pondofe Santana, que também pode ser lido como ficção policial, é um alerta/libelo nesse grave contexto. “É direcionado à juventude, às famílias, é verdade. Mas, deveras bem escrito, encantará a todos. É forte. É sobretudo tocante, já que, no decorrer das páginas, cada leitor encontrará um personagem para chamar de seu. O meu é Davi.”

O fato é que “Não, e pronto!”, entre muitas sacadas, filosoficamente nos alerta para uma coisa que parece simples, mas que é às vezes dificílima: dizer “não” para quem a gente gosta. “Para as tentações da vida. Entretanto, é desse “não” que dependerá um pouco – ou muito – a felicidade das nossas vidas”, pontua.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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