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06 de Abril de 2023

Inovação tecnológica e humanização no ensino são temas de fórum de educação

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As perspectivas do futuro do ensino com os avanços da tecnologia e um quadro de problemas socioemocionais que enfrenta a população no Brasil e, ainda assim, buscar inovar. Esse foi o enfoque principal do Fórum de Educação Empreendedora 2023, promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, em Natal e Currais Novos, entre os dias 4 e 5. O evento faz parte das ações do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE), por meio do projeto ALI de Educação Empreendedora, que encerrou o ciclo de 2022 e abre inscrições para as ações deste ano. O Fórum iniciou pela capital, no hotel Holiday Inn, na quarta-feira (4), e encerrou ontem, no Seridó.

A programação envolveu palestras com especialistas convidados, s, integrantes do curso de pós graduação, mestrado, de Inovação e tecnologia educacionais do IMD, e oficinas práticas, disseminando a temática para mais de mil professores. O objetivo é proporcionar a Educação Empreendedora a todos os profissionais de educação e estudantes da rede pública de ensino, principalmente da educação básica. O programa visa desenvolver habilidades e competências empreendedoras em todo o ecossistema escolar, contemplando alunos, professores e gestores.

A palestra principal foi ministrada por Andrea Filatro, consultora em educação à distância e líder do grupo de pesquisa IDE/UNASP – Inovação e Design em Educação. Filatro abordou o tema “Metodologias Inovativas: como Educar na Era Digital”. O Fórum também contou com a participação da psicóloga Flávia Diogo, que ministrou, em Natal, a oficina “Acolhendo Aspectos Socioemocionais no Ambiente Escolar”. O evento marcou o encerramento do 1º ciclo do programa ALI Educação Empreendedora, que está com inscrições abertas para o 2º ciclo. A meta do Sebrae é atender a mais 210 escolas, em 40 municípios do Rio Grande do Norte, neste ano com as ações do programa.

Nos dois eventos, o Sebrae entregou simbolicamente, durante o evento, os certificados do 1º ciclo do programa ALI Educação Empreendedora. O Fórum foi uma oportunidade única para profissionais da educação e estudantes, que buscam atualização acerca de conteúdos e reflexões sobre os rumos do ensino e desenvolvimento de habilidades empreendedoras.

O propósito das iniciativas do Sebrae nessa área é tornar a Educação Empreendedora acessível a todos os profissionais da área e estudantes da rede pública de ensino, a partir, prioritariamente, da educação básica. De acordo com a gestora do Programa Nacional de Educação Empreendedora no RN., Conceição Moreno, a ideia é ajudar todo o ecossistema escolar (estudantes, professores, gestores) a desenvolver competências e habilidades empreendedoras.

“O programa ALI Educação Empreendedora possibilita a escola, a realização do diagnóstico que avalia o uso de metodologias educacionais, novas tecnologias e estratégias. Pretendemos levar o programa a mais 210 escolas, em 40 municípios potiguares, neste ciclo 2023”, afirma Conceição Moreno.

Atividades

Durante palestras no Fórum, Andréa Filatro, que é mestra e doutora pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, tratou da relação entre o digital, inovação e os desafios para o segmento. Na visão da especialista, uma das alternativas para a falta de recursos para a melhoria do ensino público no Brasil é a usar a criatividade.

“Esse é um problema que nos acompanha desde sempre. Temos de enfrentar essa situação sempre com criatividade. Todo professor é mestre na criatividade. A alternativa é então seguir nessa linha, sempre com criatividade”, recomenda Andréa Filatro.

A especialista também acredita que, para a transformação digital se tornar uma realidade na escola pública, é necessário que todos, dos professores aos alunos e gestores, estejam abertos a possibilidades e ter pensamento critico e analítico sobre a tecnologia. “Primeiro, é preciso ter uma mentalidade de crescimento para que se possa vivenciar novas experiências, experimentar as coisas novas sem viés ou sem preconceito. Depois, aí sim, desenvolver um pensamento analítico e crítico em relação as potencialidades e as limitações dessas inovações, que aparecem a toda hora com promessas. Algumas se cumprem, outras não, mas a gente precisa, como educador, experimentar, refletir e desenvolver um pensamento crítico sobre elas. Assim é que a gente desenvolve uma boa educação na escola pública”

Para Andréa Filatro, o futuro da educação passa pela automatização do uso das tecnologias no processo de aprendizagem e pelo foco na humanização do ensino. “São duas vertentes complementares. Uma é da automatização da intensificação do uso de tecnologias na educação, através, por exemplo, de sistemas inteligentes de análise de dados. A outra vertente é a humanização. Os interesses por competências socioemocionais só crescem, pois o uso de tecnologias não dá conta de tudo que a gente precisa para enfrentar a vida”.

O socioemocional em foco

E os aspectos socioemocionais foram justamente o tema de uma oficina ministrada pela psicóloga especialista em saúde mental e gestão de pessoas, Flávia Dingo, durante o fórum, em Natal. A psicóloga explicou aos participantes como é possível fazer um acolhimento no ambiente escolar, levando em conta os aspectos socioemocionais. As competências socioemocionais já fazem parte da Base Nacional Comum Curricular do Brasil, orientadas tanto para professores, educadores e gestores quanto para alunos.

“Essa é uma temática muito importante para ser trabalhada nas escolas, tanto particulares como públicas do país. O foco é realmente os professores trazerem essa reflexão de como eles podem trabalhar as competências socioemocionais no ambiente escolar. Saber o que o próprio Sebrae oferece, através do programa Educação Empreendedora, para dar de suporte a essa demanda, que é gritante e foi a mais citada no programa ALI”, afirma Flávia.

A discussão sobre o assunto é complexa, no entanto, não é recente. Desde os anos 1980, discute-se o impacto decisivo do fator socioemocional em situações circunstanciais de violência na escola, por exemplo. “A base curricular foi pensada na escola como um ambiente em que se deve trabalhar além do cognitivo, o socioemocional, desde a década de 1980. Bem antes da pandemia. Esse contexto de violência, de intolerância, de doenças emocionais não é de agora. Mas, hoje é uma necessidade se pensar na implantação de programas que tratem disso. A escola precisa pensar em vários projetos para estimular o desenvolvimento de competências socioemocionais” apregoa a psicóloga.

Fórum no Seridó

Em Currais Novos, o Fórum de Educação Empreendedora foi realizado nesta quarta-feira, (5), no Aeroclube da cidade. O evento teve início à tarde, com oficinas, e teve sua abertura oficial às 19 horas, com a presença de Célio Vieira, Gerente da Agência SEBRAE no Seridó Oriental.

O evento contou com diversas palestras, com destaque para a apresentação de Dennys Leite Maia, Doutor em Educação e professor da UFRN, vinculado ao IMD e coordenador do PPgITE, que abordou os desafios dos educadores na era digital.

Logo em seguida, às 19h30, Andrea Filatro ministrou a palestra “Metodologias Inovativas: Como Educar na Era Digital”. Andrea é consultora em educação a distância e líder do grupo de pesquisa IDE/UNASP – Inovação e Design em Educação. Além disso, é autora de diversos livros sobre educação, tais como Design instrucional na prática, Design Thinking na educação, Produção de conteúdos educacionais, Práticas inovadoras em educação e Metodologias inovativas na educação presencial, à distância e corporativa.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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