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06 de Dezembro de 2019

IBGE: diferença de acesso à cultura está relacionada à cor e região

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A diferença de acesso da população preta e parda a equipamentos culturais está diretamente relacionada com o retrato das regiões do país. No Sul e Sudeste, onde a maioria da população é branca, há maior concentração de bens culturais. No Norte e Nordeste do país, onde a maioria da população é preta e parda, o número de equipamentos culturais é reduzido, segundo dados da quarta edição do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC), divulgado hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).

Exemplo dessa desigualdade está no acesso às salas de cinema. De acordo com a pesquisa, a população preta ou parda tem menor acesso potencial a esses equipamentos culturais. Enquanto 44% dos pretos ou pardos moravam em municípios sem cinema, esse número em relação aos brancos era de 34,8%.

Pesquisador do instituto, Leonardo Athias, destacou que a desigualdade regional reflete a desigualdade racial. Segundo ele, o cinema é um dos equipamentos culturais mais concentrados. Apenas 10% dos municípios brasileiros têm salas para exibição de filmes. Para o pesquisador, a concentração das salas em determinados municípios, principalmente capitais, acirra o desequilíbrio no acesso à cultura.

Internet

Athias ainda destacou o aumento do acesso à internet e do uso de mensagens instantâneas, enquanto e-mails vem sendo menos utilizados pela população. “Tem o acesso a vídeos, filmes e séries pela internet, o que leva a crer que tem tido aumento da fruição a partir disso”, disse.

Para o pesquisador, não há como comparar o gasto com cultura com os gastos essenciais. “No mundo todo tem uma estrutura de gastos que se ocupa mais por alimentação. Entre uma Pesquisa de Orçamento Familiar e outra a gente viu o aumento da importância do transporte. Isso pode estar levando a uma diminuição, a um teto de gastos nas famílias. As tecnologias mudam e os gastos também, mas parece que em um pouco menos de 8% dos gastos familiares [com cultura], próximo aos gastos com saúde que são 8%, me parece relevante para a cultura”, completou.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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