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23 de Julho de 2021

Homeoffice durante pandemia afeta qualidade da voz, aponta estudo

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Pesquisa feita pelo Departamento de Estudos Clínicos da Fala e Linguagem, do Trinity College Dublin, na Irlanda, aponta que trabalhar em casa durante a pandemia afetou a voz das pessoas, aumentando principalmente os casos de disfonia, que tem como principais sintomas a rouquidão e o desconforto vocal. O professor de canto Marcio Markkx, mestre em Fonoaudiologia pela PUC-SP, explica que é possível proteger a voz com exercícios e mudanças na rotina, principalmente quem investe pesado em lives, podcasts e reuniões online durante os períodos de isolamento.

O estudo mostra que a mudança de ambiente de trabalho e o uso excessivo das novas modalidades de comunicação foram as principais causas para esse aumento de disfonia, que também se caracteriza por esforço ao emitir a voz, cansaço ao falar, falta de volume e projeção da voz e pouca resistência ao falar. E sugere que, se os escritórios “em casa” se tornarem rotina mesmo pós-pandemia, as empresas devem considerar o treinamento de voz para os funcionários para limitar as dificuldades potenciais.

A  mudança para maior comunicação online e telefônica, segundo o estudo, pode ter causado aumento da carga vocal, porque parece improvável que muitos espaços de trabalho domésticos tenham sido projetados tendo em mente a saúde vocal. Os participantes da pesquisa foram solicitados a descrever a qualidade da voz e o desconforto do trato vocal durante as atividades de telefone e videochamada, e se havia necessidade de aumentar ou forçar a voz.  75% dos entrevistados responderam que sim.

Cuidados com a voz

Cuidar da alimentação, segundo Markkx, é um dos principais fatores para evitar o pigarro, ou o famoso “aham”. Comidas gordurosas, bebidas alcoólicas, chocolates e derivados de leite deixam a saliva mais grossa, que por sua vez vai se transformar em pigarro. “E aí normalmente a pessoa vai forçar a voz para limpar a garganta, causando um atrito grande”, explica.

A maçã, fruta conhecida por “limpar” a voz, funciona, segundo Markkx, por conta de um ácido presente na fruta que ajuda a fluidificar a saliva grossa. “Maçã e água são sempre bem-vindos. A água gelada, apesar de não alcançar as cordas vocais, pode causar um choque térmico, por isso é preciso ficar atento como funciona seu corpo e perceber se tomar gelado realmente vai fazer mal”, completa, lembrando que tomar água em temperatura ambiente ajuda a manter todo o corpo hidratado, inclusive as cordas vocais.

Receitas caseiras como gargarejo ou usar pastilhas podem aliviar o pigarro, mas são medidas contraindicadas segundo o mestre em fonoaudiologia. “Elas podem aliviar momentaneamente e por isso você pode começar a forçar a voz sem perceber”, ensina.

Antes de gravar aquele podcast ou participar da videochamada que você sabe que pode ser longa, dá para usar técnicas de aquecimento da voz – exercícios como pronunciar “zzzzzzz” de forma constante, ou “hummmmm” com a boca fechada, também de forma constante.

Outra recomendação durante as videochamadas é usar fone de ouvido com microfone para reduzir o esforço vocal. Garantir uma postura adequada durante uso da voz em lives, podcasts e videochamadas também ajuda a reduzir esse esforço.

É preciso ficar atento e procurar um médico otorrinolaringologista no caso de qualidade vocal anormal com duração superior a duas semanas.

 

 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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