Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

30 de Junho de 2023

Geração de energia pode ser 3 vezes maior que consumo em 2029, diz especialista

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

O especialista em energia Nelson Fonseca alertou nesta quarta-feira (28), durante reunião do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que o desequilíbrio no atual modelo do setor elétrico brasileiro poderá acarretar numa sobreoferta de energia. “A perspectiva é de excesso de geração. Se fala que em 2029 teremos geração três vezes maior que o consumo”, afirmou.

Ex-presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca avalia que, em alinhamento com a transição energética, o país terá grande oportunidade de exportar hidrogênio verde, a partir da sobra de energia. “Poderíamos exportar hidrogênio verde. O Brasil tem uma vocação enorme para isso, pois há um excedente de energia – não há como armazenar energia eólica e solar. Trata-se de uma grande oportunidade de negócio, mas temos que nos preparar bem antes”, destacou o especialista.

Fonseca mencionou que o atual modelo tem prejudicado os consumidores cativos de energia, que pagam tarifas cada vez mais caras da conta de luz. Ele defendeu a aprovação do Projeto de Lei 414/2021, que trata da modernização do setor, e propôs que todos os players – geradores, distribuidores e consumidores – entrem em acordo, renunciando a algumas vantagens, em busca de um novo modelo que promova mais segurança energética e preços mais justos. Para isso, citou que é preciso encontrar uma solução para reduzir encargos e subsídios embutidos nas tarifas de energia.

Alternativa passa por congruência setorial
Para o economista Cláudio Frischtak, sócio da Inter B Consultoria, a alternativa para um setor elétrico mais sustentável passa por uma congruência setorial que busque “um bem maior, com todos abrindo mão um pouco de seus interesses”.

Essa também é a visão de Edvaldo Santana, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para quem a principal fonte de ineficiência do setor elétrico brasileiro é a sua estrutura de governança. “É preciso fazer um acordo como foi feito em 2002, depois do racionamento. Seria um acordo em que muita gente vai perder, mas que adequaria o setor”, disse.

O diretor de Energia Elétrica da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Victor Iocca, demonstrou preocupação em relação à modernização do setor. “Viemos discutindo a modernização do setor elétrico há mais de 6 anos, mas não conseguimos avançar. Regredimos no mercado de energia elétrica, que está se deteriorando. Em algum momento vamos passar por uma nova ruptura”, enfatizou. “A questão dos encargos setoriais é o grande ponto da distorção do preço da energia. Nós da indústria precisamos nos unir para evitar a expansão e ou a criação de novos encargos suportados pela tarifa de energia”, acrescentou Iocca.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

+ Leia mais

Categorias