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06 de Setembro de 2018

Facebook e Twitter são questionados no Senado dos Estados Unidos

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Representantes do Facebook e do Twitter foram questionados por senadores em audiência promovida pelo Comitê de Inteligência. Entre os diversos temas abordados, os parlamentares cobraram os executivos pela dificuldade em combater a influência de outros países no debate político nas redes sociais e em processos eleitorais. Os políticos também criticaram os prejuízos causados pela disseminação de desinformação (e das chamadas notícias falsas) e de mensagens de ódio no interior das plataformas.

A preocupação com a influência externa na política dos EUA ganhou visibilidade com os indícios de que grupos russos teriam atuado nas eleições presidenciais do país em 2016. Uma investigação foi aberta no Parlamento e tanto Facebook quanto Twitter admitiram ter identificado contas controladas por russos com atuação no pleito. Perfis com responsáveis de outros países também foram localizados. O receio foi retomado com a aproximação das eleições intermediárias deste ano no país.

O presidente do Comitê, senador Richard Burr (Republicano – Carolina do Norte), destacou a insuficiência das medidas adotadas pelas empresas contra atuações nocivas no debate político, especialmente estrangeiras. “Infelizmente, essa vulnerabilidade de segurança nacional e risco inaceitável continuam sem respostas. Providências estão sendo tomadas, mas esses problemas não estão indo embora. Não tenho nem certeza se estão indo na direção correta”, comentou, em tom crítico.

A executiva-chefe de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, reconheceu que as eleições de 2016 evidenciaram o que pode acontecer quando há abusos nos serviços da empresa, como o uso destes pela Rússia em uma campanha de minar instituições democráticas e interferir nas eleições. “Nós fomos muito lentos para entender isso e para agir. Isso é nossa culpa”, admitiu, assim como Mark Zuckerberg já havia feito nas audiências no Parlamento ricano em maio.

Ela citou como respostas apurações internas, monitoramento de conteúdos por sistemas automatizados e por profissionais e a derrubada de contas não autênticas. A executiva mencionou a remoção de contas vinculadas a grupos Russos, do Irã e de Mianmar. “Estamos trabalhando com especialistas de fora e governos para compartilhar informação sobre ameaças e prevenir abusos. Estamos ficando melhor em achar e parar nossos oponentes. Mas não temos acesso à inteligência a que o governo tem. Nós nem sabemos sempre quem está por trás dos ataques e seus motivos”, ponderou.

O chefe-executivo do Twitter, Jack Dorsey, também admitiu falhas da empresa em lidar com esse e outros problemas. “Não estamos orgulhosos de como essas interações livres entre usuários estão sendo aparelhadas e usadas para distrair e dividir pessoas e nossa nação. Nós nos encontramos mal preparados e mal equipados para a imensidão de problemas que identificamos. Abuso, assédio, exércitos de trolls, propaganda por bots [robôs] e humanos, campanhas de desinformação e filtros-bolha. Isso não é uma praça pública saudável”, assumiu.

Entre as medidas do Twitter, Dorsey citou a fiscalização e a derrubada de contas falsas em uma média de 8 a 10 milhões por semana. Segundo ele, a companhia aumentou em 200% o ritmo de remoção desse tipo de perfil no seu interior. A senadora Susan Collins (republicana – Maine), entretanto, criticou o fato de a empresa não ter avisado usuários que seguiam ou interagiam com contas operadas por agentes russos. “Precisamos de algo mais, dizer pessoas que elas pessoas foram envolvidas, vítimas inocentes de influência estrangeira”, disse. “Concordo, é inaceitável”, respondeu o chefe-executivo do Twitter.

Os senadores criticaram a ausência de representantes do Google na audiência. “Google tem uma imensa responsabilidade nesse espaço [da internet] dado o seu tamanho e influência. Eu pensei que os líderes do Google queriam mostrar o quão levam a sério esses desafios”, disse o senador Mark Warner.

Com informações da Agência Brasil

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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