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21 de Maio de 2022

Estudos mostram aumento de procedimentos estéticos pela geração selfie

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Um estudo recente publicado no periódico Journal of the American Society of Plastic Surgeons aponta um aumento na procura de procedimentos estéticos pela "geração selfie". Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), houve um aumento de 141% no número de cirurgias plásticas entre adolescentes de 13 a 18 anos nos últimos anos, coincidindo com o crescimento no Brasil do uso das redes sociais.

Afinal, por que eles querem tanto?

A adolescência é uma fase caracterizada por inúmeras transformações, tanto no aspecto orgânico como psicossocial. O fato é que a distorção do corpo ideal, massificada pelas redes sociais, fez com que a cirurgia plástica se tornasse uma solução e um objetivo a ser alcançado.

“A ditadura da beleza é um fenômeno que penaliza os adolescentes, que nunca estão satisfeitos com a própria imagem e vivem em busca de uma pseudo perfeição. Esta fase, por si só, já engloba uma série de alterações físicas e psicológicas difíceis de lidar. Passar por elas na geração atual se torna um desafio maior, com as redes mostrando fotos irreais, retocadas com filtros ou mesmo feitas em ângulos que favorecem a imagem. Isso gera gatilhos que impactam ainda mais a autoestima dos jovens”, comenta a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

O que deve ser levado em conta

De acordo com o Dr. Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico, com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês; uma cirurgia plástica, mesmo que simples, configura uma mudança no corpo humano. “Daí a importância de pais e responsáveis estarem atentos e buscarem compreender o que tanto incomoda o adolescente a ponto de querer se submeter ao procedimento”.

Segundo ele, as cirurgias plásticas na adolescência devem ser discutidas pelo pediatra (dependendo da idade), pelo cirurgião plástico e, se for o caso, por um psicólogo. O objetivo é obter um julgamento cirúrgico adequado, devendo ser valorizados aspectos como idade ideal para correção, inserção social, estabilidade emocional, higidez física, autoestima e autoimagem.

“É preciso também orientar o jovem e os pais sobre a cirurgia plástica em adolescentes. Discuta todos os pontos da cirurgia. Tratamento de acne pode envolver laser ou peelings químicos, assim como botox e preenchedores só podem ser aplicados se houver indicação médica não estética. Já a mamoplastia de aumento deve ser realizada, preferencialmente, acima de 18 anos de idade, enquanto a redutora e os implantes para correção de assimetria mamária são aceitáveis após esclarecimentos aos responsáveis”.

O cirurgião aponta ainda que a rinoplastia é somente em casos excepcionais, e com indicação para meninas entre 15 e 17 anos, e, para meninos, entre 17 e 19 anos. Já a lipoaspiração deve ser evitada, salvo raras exceções. Por fim, a ginecomastia e otoplastia podem ser realizadas sem grandes problemas.

“Em suma, os adolescentes podem passar por determinados procedimentos, desde que sejam avaliados os pontos citados. Além disso, jovens costumam ser apressados. Se as recomendações pós-cirurgia não forem seguidas à risca, a cirurgia plástica pode não apresentar os resultados esperados”, orienta Luís Maatz.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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