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13 de Novembro de 2018

Estudantes de Psicologia chamam a atenção para o impacto do “produtivismo acadêmico” na saúde

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Tornou-se comum nas instituições universitárias brasileiras uma exigência maior pela produção excessiva de trabalhos acadêmicos, o produtivismo acadêmico. O tema já vem em debate há algum tempo por muitos estudiosos na área.

Nessa perspectiva, virou objeto de estudo do trabalho apresentado por dois estudantes de Psicologia – Lucas Lopes Ribeiro e Yuri Stayne Batista Soares, com a orientação da professora Maria Fernanda  Santos –,  num evento de iniciação científica de uma instituição de ensino superior particular de Natal, a UNI-RN.

Na percepção dos dois jovens, o produtivismo acadêmico coloca em risco não só a saúde dos docentes, que orientam, simultaneamente, uma grande quantidade de trabalhos, como também a dos discentes, que se veem pressionados a concluir um projeto de pesquisa, que em geral, necessitaria de anos de dedicação. 

O trabalho apresentado por Lucas Lopes e Yuri Soares chama a atenção, ainda, para a negligência do pensar. Da forma como vem ocorrendo nas universidades brasileiras, segundo eles, o resultado é um trabalho elaborado de maneira superficial e com queda na qualidade científica, em razão do empobrecimento dos conteúdos. 

“Cabe aqui refletir se os universitários estão realmente interessados nos temas que são objetos de estudos em suas pesquisas ou apenas reproduzindo informações para concluir o projeto, levando em conta a obrigatoriedade do “produto final”, sem se importar com a qualidade ou a finalidade do que é produzido”, enfatizam os jovens.   

Eles afirmam que o intuito do trabalho não é o de levantar intervenções contra o que se produz nas universidades, mas propor uma reflexão e conscientização das diversas problemáticas que rodeiam essa etapa de vida de todo universitário. 

E acrescentam que se mesmo não se enquadrando numa patologia como a Síndrome de Burnout, em função de ser essa causada pelo esgotamento profissional, percebe-se entre os discentes sintomas muito parecidos com os de seus docentes, que vão do físico ao psíquico e comportamental.  

“Nesse trabalho, mostramos que o produtivismo acadêmico, sendo um extremo do que seria a produtividade, traz impactos à saúde biopsicossocial e negligência do pensar, o que acaba por fazer relação também com a saúde, visto que a incapacidade de raciocinar, lentidão no curso do pensamento e falhas na memória são sintomas da Síndrome de Burnout, marcada por estresse emocional, irritabilidade e momentos desagradáveis”, destacam os jovens.

E finalizam ressaltando que os resultados mostraram que o produtivismo acadêmico é uma realidade nas universidades brasileiras, e por ser maléfico aos envolvidos, merece uma reflexão e modificações no sistema educativo, que de acordo com os teóricos vistos, ocorreu a partir da “mercantilização do ensino”.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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