Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

04 de Setembro de 2020

Escolas privadas e famílias farão um ‘Manifesto pela Educação’ na próxima terça-feira, em Natal; Entenda os motivos

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

Um grupo formado por pais e gestores de escolas privadas, que têm se dedicado à luta para oferecer a opção de escolha para as famílias, no que se refere ao retorno das aulas presenciais, fará uma mobilização na próxima terça-feira, 08 de setembro, as 9h na Praça 7 de setembro, para chamar a atenção das autoridades sobre os inúmeros prejuízos causados pelo fechamento do ambiente escolar. O Sindicato das Escolas particulares do RN também participa do ato. 

De acordo com o grupo, as escolas que estão preparadas para seguir, rigorosamente, os protocolos de segurança sanitária, tendo em vista os inúmeros prejuízos causados pelo fechamento do ambiente escolar, podem voltar a funcionar com a modalidade presencial, oferecendo simultaneamente a modalidade remota, de forma que as famílias possam escolher a opção que mais atende às suas necessidades e limitações. O grupo defende ainda que, devidamente adaptadas à nova realidade, e seguindo protocolos de biossegurança, o retorno às aulas na rede privada oferecem ainda um espaço de experiência prévia para que as escolas públicas possam, sequencialmente, oferecer o direito à educação a todos, como preconiza nossa Constituição.

De acordo com as escolas, o pleito baseia-se em algumas considerações:
●    As escolas são serviços essenciais, importantes para o desenvolvimento pleno e o bem-estar das crianças e jovens.
●    Estudos do desenvolvimento psicossocial apontam para crescente adoecimento de crianças e adolescentes, do ponto de vista emocional, durante o atual período de isolamento: “o resultado, reportam psicanalistas, é uma longa enumeração de quadros sintomáticos, marcados pela ansiedade, irritabilidade, pela depressão” (Julián Fulks). Além disso, referem-se ainda ao aumento de violência doméstica e uso de álcool e drogas por menores. Segundo Winnicott, “a escola tem a função de oferecer, por algumas horas, a atmosfera emocional menos densamente carregada que a do lar”.
●    A Sociedade Brasileira de Pediatria, em 13/05/2020, alerta para a necessária parceria entre saúde e educação, no intuito de minimizar os impactos deletérios do isolamento social para a infância. Destaca a escola como um espaço de conectividade e local no qual “a criança possa falar sobre seus sentimentos, medos e dúvidas”.
●    As aprendizagens, no sistema remoto, apesar de eficientes para uma faixa etária específica, são limitadas do ponto de vista das interações e trocas.
●    Há uma exaustão dos alunos pelo modelo remoto, com relatos de dificuldade de  concentração e  baixa internalização de conceitos.
●    Há competências e habilidades que, na Educação Básica, somente são desenvolvidas no modelo presencial.
●    A UNESCO adverte que o fechamento de escolas acarreta altos custos sociais, com graves impactos para crianças e jovens.
●    O secretário-geral da ONU fez um apelo em defesa da Educação em tempos de pandemia pela abertura das escolas nas regiões onde a doença não está em pico. Segundo António Guterres, reabrir escolas deve ser prioridade.
●    Muitas crianças e jovens perderam o contato social, imprescindível para saúde mental.
●    São inúmeros desafios para mensurar e validar as aprendizagens no sistema remoto, comprometendo o uso da avaliação para rever processos e  a definição  de estratégias para sanar as lacunas apresentadas no processo.
●    A falta relação relação presencial entre professores e alunos, os distancia de figuras de referência positivas, afetando exponencialmente as emoções dos alunos, além de diminuir a motivação para a aprendizagem.
●    Alunos com necessidades educacionais especiais apresentam mais necessidade do ambiente presencial para o seu desenvolvimento.

Além desses aspectos, salientam ainda:  

●    O retorno da escola privada corresponde a 15% do número total de alunos do RN, não trazendo impacto significativo à circulação de pessoas.
●    A pesquisa realizada pelas escolas particulares com as famílias, que têm seus filhos regularmente matriculados, apontam que, inicialmente, apenas 30% dos alunos voltarão presencialmente à escola. Ou seja, será possível um retorno gradual, com pouca repercussão no isolamento social.
●    Com o retorno dos demais setores da economia, os adultos do núcleo familiar já voltaram a circular em diversos ambientes, o que não justifica categorizar a criança que vai à escola como importante vetor de contaminação nesse contexto.
●    O Conselho Nacional de Educação emitiu parecer favorável ao retorno das instituições de ensino privadas antes das instituições públicas.
●    As atuais condições epidemiológicas de nosso estado, mesmo após a flexibilização há mais de um mês, são favoráveis. A taxa de transmissibilidade está mantida abaixo de 1 no município de Natal e apenas aproximadamente  50% dos leitos críticos estão ocupados, bem como os números de mortos estão em ordem decrescente. Tal realidade, resultou em opinião unânime do comitê científico municipal favorável à volta às aulas presenciais, seguindo o protocolo apresentado.
●    

As escolas privadas já estão preparadas para oferecer ensino de qualidade e garantir o cumprimento do ano letivo de forma responsável, respeitando as individualidades dos alunos.

● As instituições de ensino privadas têm condições de oferecer um modelo híbrido de ensino, ficando a critério da família a data de retorno, o que certamente limitará  ainda mais a frequência dos alunos presencialmente, não ocasionando impacto significativo para diminuição do isolamento social atual. 

● Pesquisas já comprovaram que as crianças têm pouco risco de contaminação e são considerados agentes de baixa transmissibilidade, estando assim a Educação Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais muito favoráveis para o retorno.

● Muitas escolas estão preparadas, tendo feito altos investimentos para implantação dos protocolos, inclusive com suporte e treinamento do SEBRAE/SESI (em anexo), que está emitindo selo de Biossegurança para aquelas que cumprirem todas as etapas. Neste processo, estão incluídas as vans escolares.

● No protocolo de reabertura, existe o compromisso com a saúde de todos os profissionais de educação e fornecimento de todo equipamento de proteção individual.

● Já temos um exemplo de sucesso no retorno às aulas aqui no Brasil. A cidade de Manaus abriu suas escolas, seguindo todos os cuidados de prevenção, há 2 (dois) meses, e isso não contribuiu para o aumento de casos. O Amazonas, assim como o Rio Grande do Norte, apresenta hoje queda no número de casos e, assim, foi possível a reabertura das atividades econômicas, incluindo as escolas. Mesmo com essa retomada de atividades, o índice de contágio e número de mortes continuam caindo.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

+ Leia mais

Categorias