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09 de Março de 2021

Escolas adotam medidas de bioprevenção para garantir as atividades em sala de aula

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Os sistemas de ensino, tanto da rede privada, como pública, foram fortemente afetados pela pandemia do coronavirus (Covid-19), mesmo nas escolas e universidades que já tinham a prática do EAD - ensino à distância. Para minimizar os efeitos provocados pelas medidas restritivas, como o distanciamento e normas de prevenção, o Sebrae no Rio Grande do Norte criou de forma pioneira, em 2020, o Programa de Bioprevenção, denominado Reinicie. Desde então, vem atendendo micro e pequenas empresas de todos os setores e segmentos da indústria, comércio e serviço. O segmento de escolas particulares foi um dos que mais demandou o programa de bioprevenção. Ao todo foram atendidas, no decorrer de um ano, 324 escolas da educação infantil, ensino fundamental e médio em todo o estado, através de consultorias do programa Sebraetec, que subsidia até 70% do investimento feito por cada pequena empresa.

Depois de passarem um período com aulas exclusivamente remotas, as escolas buscaram a consultoria de orientação em bioprevenção, visando garantir a retomada das aulas presenciais de forma segura, a partir da adoção de boas práticas higiênico-sanitárias e todo um protocolo de prevenção contra a Covid-19. Para tanto, necessitaram adequar processos internos, que envolveu equipes de colaboradores e os clientes que foram orientados quanto às boas práticas. Com a adesão ao programa Reinicie, as escolas ganharam maior credibilidade por parte dos clientes - pais e alunos – gerando confiança nos protocolos estabelecidos para o retorno às atividades em sala de aula. Ao final das três etapas do programa, o estabelecimento recebe o certificado de Bioprevenção, que confirma  sua participação no programa e a adoção de protocolos próprios específicos para a estrutura escolar e, por conseguinte, garante um diferencial competitivo.

A gestora do Programa de Bioprevenção nas Escolas e analista técnica do Sebrae-RN, Marijara Leal, destaca que as escolas particulares de Natal e Região Metropolitana foram as que mais aderiram ao programa, além de escolas estabelecidas no interior do estado em municípios como Currais Novos, Mossoró e Goianinha. “Muitas empresas entenderam a importância de adequarem seus processos e estrutura interna. Contudo, do universo de 2.396 (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação profissional e ensino superior), atendemos 324 escolas, o que corresponde a 13,5 % do total de pequenos negócios”, contabiliza Marijara Leal.

Formas de prevenção

Segundo informações da engenheira de Segurança no Trabalho do Sesi-RN, Eloisa Pereira Maurício Tavares, atualmente na capital, a consultoria em bioprevenção está sendo executada pela equipe da instituição em cinco escolas. Do total de 131 escolas em Natal, o Sesi-RN, concluiu o programa em 126 estabelecimentos, através do Sebraetec. Dividida em três etapas, a consultoria inicia com o alinhamento da demanda, através da aplicação de um questionário para se obter um diagnóstico criado pelo Sebrae, visando identificar as necessidades de melhoria das ações de prevenção nos ambientes. A segunda fase consiste na orientação de boas práticas, em que a enfermeira realiza uma capacitação de todos os colaboradores da escola, incluindo orientações sobre prevenção, principais sintomas e recomendações sobre fluxo e formas de prevenir. Além disso, é feito um plano de ação no qual são apresentadas as recomendações de melhorias para o ambiente e um protocolo adequado às condições ambientais do estabelecimento.

Na terceira e última etapa da consultoria em bioprevenção é feita a orientação para a implantação das boas práticas definidas no plano de ação. Após a verificação das medidas implementadas, a escola recebe um certificado e o selo de do Programa de Bioprevenção, fornecido pelo Sebrae-RN. O tempo de conclusão das etapas da consultoria varia em função das condições de cada escola. Algumas necessitam apenas de ajustes nos processos de bioprevenção que já haviam adotado por iniciativa própria.

Para executar a prestação do serviço de consultoria, o Senai-RN conta com uma equipe de 12 profissionais na área de engenharia, entre engenheiros de Segurança do Trabalho e técnicos, que atuaram nos diversos municípios. Além de uma equipe de Medicina do Trabalho, cuja a enfermeira do Trabalho e Auditora em Sistemas de Saúde do Senai-RN, Monique Vivianne Cavalcante Dantas, é coordenadora. Segundo Monique Dantas, muitas vezes os dirigentes de escolas e os próprios educadores sabem das determinações dos decretos, mas não sabem como se adequar. “Nós também fazemos essa orientação. Orientamos sobre diversas situações, como por exemplo, quando alguém estiver suspeito ou confirmado de estar com a Covid-19 - se for aluno, profissional, familiar - como a escola deve proceder”, afirma.

Equipe multiprofissional

Monique Dantas defende que para oferecer um retorno seguro para profissionais e alunos, é necessário que a escola siga todos os protocolos e plano de ação passado pela equipe multiprofissional de biossegurança. Para tanto, a escola precisa que profissionais, alunos e pais façam um trabalho em conjunto. “Nós elaboramos protocolos e orientamos medidas de biossegurança, desde a saída dos profissionais de suas residências, no transporte à caminho, chegada na escola, período em que estão dentro do ambiente de trabalho, até o seu retorno à residência”, explica Monique, lembrando que as ações são feitas contemplando todas as faixas etárias de alunos, em todos os ambientes que aquela escola utiliza, materiais e equipamentos utilizados no dia a dia.

A enfermeira do Trabalho e Auditora em Sistemas de Saúde do Senai-RN enfatiza a importância do programa de bioprevenção para as escolas, a partir da elaboração de um diagnóstico específico e o plano de ação com orientações voltadas para as necessidades que cada uma das empresas. “Cada escola possui uma estrutura física diferente. Temos escolas com metodologias de ensino diferentes, que implicam diretamente na biossegurança da equipe de profissionais e alunos. Nosso trabalho é orientar cada uma a se adequar dentro dos protocolos e decretos a que cada uma responde, seja estadual ou municipal, dentro da sua estrutura”, relata Monique.

Durante a consultoria são capacitadas as equipes administrativas, equipes de higiene, portaria, e educadores das escolas. Nestas capacitações são abordados todos os aspectos dos processos e normas de biossegurança e os participantes podem dirimir todo tipo de dúvidas, desde as mais simples até as mais complexas. “Cada escola tem uma estrutura específica. Um exemplo da diferença de estrutura são tamanhos de salas para se fazer distanciamento de carteiras. Os tipos de mesas do ensino infantil, individual ou conjugadas, por exemplo, tem particularidades que precisam ser tratadas e orientadas para a forma mais segura de se trabalhar”, exemplifica a enfermeira.

No portal do Sebrae-RN estão disponíveis informações sobre o programa de bioprevenção https://www.rn.sebrae.com.br/bioprevencao/ para micro e pequenas empresas de diversos segmentos, incluindo o da Educação. As escolas de portes de Microempresa (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) que contratarem a consultoria em Bioprevenção podem receber o acompanhamento de um Agente Local de Inovação – ALI por até quatro meses, com foco na produtividade do trabalho e aumento do faturamento ou redução de custos. Para tanto, basta se inscrever no link https://brasilmais.economia.gov.br/.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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