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30 de Agosto de 2019

ENTREVISTA: Marília Rocha, diretora de Comunicação Institucional da AL, explica priorização do legislativo por campanhas que focam “nas pessoas''

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A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte está com uma nova campanha social no ar. O tema, desta vez, é a alienação parental. Esse ato é definido como uma interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente que pode ser promovida ou induzida por um dos pais, avós ou por quem tenha a guarda da criança ou do adolescente, com o intuito de repudiar o pai ou a mãe ou dificultar os vínculos com eles. Na entrevista abaixo, a diretora de Comunicação Institucional da AL RN, Marília Rocha, fala sobre a escolha deste assunto, como é feita uma campanha como essa, porque a AL tem buscado temas ligados à sociedade para suas campanhas e quais foram os resultados deste trabalho até o momento. Confira:

Por que a Assembleia decidiu realizar a campanha sobre alienação parental?

A Assembleia Legislativa é conhecida como a Casa do Povo. E não apenas por ser o maior espaço de debate de questões da sociedade através de audiências públicas, reuniões com outros poderes ou pronunciamentos em plenário. A convocação para planejar e idealizar os novos formatos de Comunicação e de campanha é feita pelo Presidente da ALRN, deputado Ezequiel.

Como em todos os anos da sua gestão, desde 2015, este ano ele dedicou o esforço do legislativo ao tema debatido na sociedade: a alienação parental. São mais de 20 milhões de pessoas no mundo que sofrem com a alienação e no Rio Grande do Norte, 80% dos casais separados tem em seus registros de divórcio questões relacionadas a alienação. Então, o propósito da campanha é a conscientização e estabelecer dispositivos legislativos para atuar pela população.

A AL já realizou campanhas sobre adoção, autismo, abuso infantil. Por que a escolha de temas ligados à família?

Na verdade, os temas envolvem pessoas. E pessoas precisam de cidadania, de democracia, precisam ser respeitadas e incluídas na sociedade. O objetivo do presidente Ezequiel Ferreira na gestão da Assembleia é o de sempre estar mais perto da população e, para isso, ele não mede esforços. Está sempre atento, escuta com cuidado as demandas que chegam em seu gabinete e por mais que pareçam conflituosas as questões, se as pessoas estão comentando, se o assunto ainda não foi abordado em campanhas educativas, o presidente reforça a máxima “fazer mais pelas pessoas”. E ele tem feito.

E as marcas disso veremos nesta e nas próximas gerações, que terão mais espaço para o diálogo e para o entendimento de novos comportamentos humanos. Como um chefe de poder pode ser omisso às questões como adoção e abuso infantil ou ao ver crianças sendo confinadas em casa por que são diagnosticadas com um transtorno de comportamento como o autismo? E como ver pessoas praticando alienação parental e achar que não é papel dele? O presidente Ezequiel pensa diferente. E seguimos os passos dele quando o assunto é inclusão, respeito, cidadania e uma sociedade melhor e mais justa.

Você poderia nos contar como é o passo a passo do trabalho da comunicação no desenvolvimento de campanhas desse porte?

O poder público tem uma atuação diferenciada quando o tema é comunicação. É possível fazer planejamento, prever orçamentos e ainda abordar temas em campanhas educativas. A Assembleia RN foi convidada pela UNALE (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais) para apresentar todas essas etapas e esperamos levar informação e conhecimento aos também diretores de Comunicação. Pensamos e iremos apresentar assim:

  • ::PROCESSO DE CAMPANHA::

  • 1. PESQUISA – 1º MÊS

  • a) Pesquisa interna com servidores e Deputados para sugestão de temas

  • b) Avaliação dos possíveis temas:

  • - Relevância

  • - Lacunas sociais

  • - Ineditismo

  • 2. BRAINSTORM

  • Reunião com a redação jornalística e equipe publicitária

  • a) Busca de fontes - Pesquisa, livros, artigos, reportagens.

  • b) Conversa com especialistas

  • c) Criação de grupo para imersão no tema

  • 3. PLANEJAMENTO – 2º MÊS

  • a) Orçamento disponível

  • b) Elaboração de Briefing

  • c) Convocação da agência responsável

  • 4. PRODUÇÃO

  • a) Elaboração do Conceito

  • b) Definição de Redação e Identidade Visual

  • c) Apresentação de "bonecas"

  • 5. INCLUSÃO COMO POLÍTICA PÚBLICA

  • a) O tema já tem amparo legal?

  • Caso não:

  • - Elaboração de Projetos de Lei

  • - Criação de Frente Parlamentar

  • - Núcleo para atendimento social

  • - Acompanhamento pós-campanha

  • 6. PRÉ-CAMPANHA

  • a) Divulgação de releases em 3 etapas:

  • - Anúncio teaser

  • - Exposição completa, informativa, com falas e agenda de eventos

  • - Convocação de véspera

  • b) Exposição do tema na mídia via entrevistas e notas em variados meios de comunicação

  • c) Envolvimento via veículos oficiais:

  • - Whatsapp funcional da ALRN (Listas de transmissão)

  • - Reportagens TV Assembleia e Rádio Assembleia.

  • 7. AUDIÊNCIA PÚBLICA

  • a) Convocação da sociedade para o debate presencial e com transmissão ao vivo pela TV Assembleia e Redes Sociais

  • b) Apresenta o Projeto de Lei

  • c) Lançamento da Campanha

  • 8. A CAMPANHA

  • a) Peças

  • b) Veiculação

  • c) Engajamento

  • - Deputados

  • - Servidores

  • - Especialistas

  • - Influenciadores digitais

  • d) Checking

  • e) Números

  • f) Resultados

Você acredita que a realização dessas campanhas tornou a AL mais presente na vida dos cidadãos?

Vivemos em um mundo conectado e a comunicação da Assembleia projeta neste modelo novos canais de comunicação. Isso também ocorre com programas como o Procon Legislativo; a Escola da Assembleia e demais projetos que recebem pessoas todos os dias na tentativa de conviver e viver melhor. Por isso, temas mais humanos e importantes para a sociedade parecem ter alterado o olhar e conceito das pessoas sobre o que fazem, o que são e como conduzem a atuação no legislativo estadual. Esperamos que a proximidade com as pessoas que compartilham as campanhas tenha também direcionado a visão atual de como trabalha e está presente na vida de cada um, através de leis ou de temas debatidos nos auditórios com participação da população.

As campanhas da AL têm tido destaque, inclusive premiações, pela criatividade e o zelo com que são feitas. Como vem sendo o trabalho da comunicação da Casa neste sentido?

A gestão do presidente Ezequiel Ferreira busca excelência em sua atuação. São diretores, coordenadores e servidores comprometidos com uma atuação eficaz e eficiente. Eficaz na rapidez e resultados. Eficiente nas respostas e nas mudanças necessárias. Somos premiados e temos espaços nacionais nas diretorias da Unale na área da Escola da Assembleia; Procuradoria; Recursos Humanos; Comunicação e tantos outros exemplos de bons resultados. Hoje, os servidores têm orgulho em fazer parte da história do legislativo, sem constrangimento e com argumentos positivos pelo trabalho da Assembleia.

Além da parte publicitária, as campanhas da AL envolvem um engajamento muito relevante. Quais números você pode destacar a respeito desse engajamento?

Em 2015, além da campanha institucional dos 180 anos da Assembleia RN, a campanha “Adoção - amor não se escolhe” resultou em um excelente resultado. Em um ano, mais da metade das crianças foram adotadas e mais famílias entraram no cadastro para adoção. No ano de 2016, estabelecemos a campanha institucional (O que é o legislativo?) com um formato moderno, informativo, sobre as missões e valores do legislativo.

As campanhas internas, de baixo investimento, como o dia das mães e pais e Conexão Enem, além da Escola da Assembleia e o combate à microcefalia, conscientização e educação são quase imensuráveis né? Em 2017, o desafio aumentou e mergulhamos no universo da doação de órgãos, um tema dolorido para quem precisa de órgãos e para as famílias que sofrem com a perda de um ente. A campanha “Doação de órgãos - doe órgãos, salve vidas” foi destaque no noticiário local e no mês de setembro, a negativa sobre doação caiu de 8 a cada 10 pedidos para 2.

Mais famílias doaram e o tema passou a integrar o noticiário e as redes sociais, comemoramos quando captamos órgãos para o RN. Na sociedade, percebemos que novas ações também foram feitas, como no Natal Shopping, que possui um outdoor fixo no estacionamento falando sobre doação de órgãos. Em 2018, ampliamos a institucional com o tema “O que faz o legislativo?” e o mesmo formato e ainda o “Respeito e proteção aos idosos” que lançou luz aos cuidados com os amigos da melhor idade. Em relação a resultado, percebemos que mais pessoas se engajaram em campanhas particulares ou em grupos. O grupo de arquitetos da Casa Cor adaptou alas de circulação interna deles, garantindo acessibilidade, respeito e direitos de ir e vir da população, as bandeiras da campanha.

No ano passado, a pedido do presidente Ezequiel Ferreira, nos reinventamos. Ele convocou a comunicação a vestir a camisa contra o buso infantil. Após 5 meses de planejamento junto à agência Crioula e sua equipe de publicitários, BIa e Artur, personagens criados para tratar o tema de forma lúdica, estavam nas ruas e no filme inspirado nas criações da Disney e desenhado pela Rox estúdio.

Com apenas 30 segundos, o vídeo alertava para um vizinho com padrão de comportamento comum e que virava um “monstro” e abusava de crianças. O mote era “para algumas crianças, monstros existem” e alertava no final, disque 100 e denuncie. Os resultados? Escapam algumas lágrimas aqui.. são imensuráveis. A campanha, além de aumentar o número de denúncias nas delegacias de proteção à criança, atingiu também os adultos - que independente da classe social e econômica - projetavam atos libidinosos a crianças.

No período, o atleta Diego Hipólito denunciou abusos sofridos por ele na seleção de ginástica rítmica e alertou a população para a questão tão frequente no dia a dia das pessoas e tão escondida na alma delas. O que mais chamou a atenção? O engajamento das pessoas nas redes sociais. Foram milhares de compartilhamentos e centenas de reposts nas redes sociais. No mesmo ano, aprimoramos as técnicas juntos aos profissionais específicos e, pela primeira vez, falamos sobre autismo com o tema “Autismo: entenda o ritmo de cada um”, com a criação da agência Art&C e não paramos por aí.

O legislativo protocolou e aprovou leis que foram acompanhadas por câmaras municipais, como a de Mossoró, em que legitima o Transtorno do Espectro Autista (TEA) - como doença e atribui aos estabelecimentos comerciais placas preferenciais para pessoas autistas. Os cinemas locais também colocaram placas e, hoje, um ano após a campanha, além das vagas em estacionamentos como prioridade, as famílias levam os filhos a lugares com circulação de pessoas como shopping e supermercados onde são respeitados e compreendidos. A campanha foi feita com base no cotidiano de Caio, diagnosticado com autismo e que a família abriu as portas para explicar os detalhes do comportamento da criança. Afinal, somos todos especiais, não é mesmo?

E para finalizar essa longa narrativa, este ano iniciamos com a campanha “O trabalho que transforma”, apresentando resultados práticos de como as leis beneficiam a população. Por exemplo: mais de 350 queijeiras do Seridó agora tem certificado do queijo da região, ampliando os números da economia e gerando emprego e renda para a população. Para fechar com chave de ouro, após 3 meses de planejamento, o tema “Alienação parental - os mais prejudicados são os filhos” está na rua com destaque para um assunto inédito no Legislativo do Brasil e que está em todas as camadas sociais e independente de classes econômicas.

As campanhas que vem sendo realizadas refletem o estilo da gestão do presidente Ezequiel Ferreira?

Literalmente. O presidente, o deputado, o homem e o chefe Ezequiel Ferreira se confundem muito quando o assunto são as questões que envolvem reflexos na sociedade. E olhe que o trabalho dele não acaba com a campanha institucional, nem na área publicitária. Hoje, tramitam no legislativo projetos como Dia da Alienação Parental, a Semana da Alienação Parental e a formação de um núcleo com psicólogos, advogados e assistentes sociais, de forma pioneira no Legislativo do Brasil. Uma estrutura de apoio às famílias, com conciliação e mediação de conflitos. Um exemplo para os demais legislativos do país.

 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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