Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

As oportunidades para a cadeia de energia eólica offshore foram tema do “Encontro Brasil-Reino Unido”, realizado nesta terça-feira (14), na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). O evento contou com palestras de especialistas britânicos sobre desafios, soluções, tecnologia e infraestrutura de escoamento. O Encontro Brasil-Reino Unido é promovido pelo Consulado do Reino Unido no Recife (PE), em parceria com o SENAI do Rio Grande do Norte, e está inserido na I Semana da Amazônia Azul & Economia do Mar.

“Este momento aqui é um desdobramento da missão internacional que a Federação liderou juntamente com o Senai. No mês de maio nós visitamos o Reino Unido, que é líder na geração de energia offshore na Europa. Muito obrigado pela recepção lá, e muito obrigado também por terem vindo ao Rio Grande do Norte continuar esse intercâmbio de informações e conhecimento”, disse o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, durante a abertura do evento, dirigindo-se à delegação do Reino Unido.

O presidente da FIERN também enfatizou o potencial que o Rio Grande do Norte tem para desenvolver a economia no ambiente offshore, ou seja, no mar. “Existe um mapeamento de arco inicial de 51 Gigawatts; e agora, com um estudo que está sendo realizado, na margem equatorial, que vem do Amapá até a ilha de Fernando de Noronha, nós estamos com a estimativa de 697 Gigawatts no Brasil todo. E o Rio Grande do Norte possui não só a possibilidade do offshore, ele já é líder na geração de energia eólica em terra. E com muitas outras potencialidades. Eu falo muito que o Rio Grande do Norte tem um patrimônio natural disponível”, destaca.

De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-RN) a discussão sobre o tema ocorre em um momento em que investimentos no setor eólico offshore já são realidade na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos e em que, em território brasileiro, começam a despontar no horizonte também como oportunidades. O Reino Unido é líder do setor na Europa e sedia o desenvolvimento do maior complexo eólico offshore do mundo. A geração da ‘energia dos ventos’, com turbinas instaladas no mar, e a cadeia produtiva em torno dessa indústria existem há aproximadamente 10 anos na região.

O diretor regional do SENAI-RN, Rodrigo Mello, coaduna com o presidente Roberto Serquiz no sentido de que a Federação buscou, com o encontro, completar o trabalho iniciado em maio, onde formatou um grupo de empresários que foram Reino Unido conhecer o que estava sendo feito, como é que eles tinham desenvolvido, quais tinham sido as principais dificuldades, quais as principais oportunidades geradas, para que as empresas aqui no Rio Grande do Norte pudessem, enxergando de longe, se prepararem para aproveitar essas oportunidades.

“Hoje, a gente conclui este processo inicial, expandindo para mais pessoas, completando uma programação iniciada ontem com a Marinha, em discussão. Sobre a economia do mar, hoje já mais focada na área de exploração de energia, acho que foi extremamente proveitoso. Fica a provocação dos senhores e claramente a preocupação da Federação das Indústrias com o futuro que está a acontecer, sobre de que forma a gente participa mais do desenvolvimento do estado”, diz o diretor.

O consultor britânico Leonard Taylor, da Lenergy Consulting Ltd, focou sua palestra nos ‘Desafios e soluções da implantação da cadeia de energia offshore no Reino Unido’. Com mais de quinze anos de experiência no setor de energia, cobrindo diversas áreas como energia eólica offshore, biomassa, captura de carbono e, mais recentemente, hidrogênio, Taylor detalhou para os participantes os desafios e soluções da implantação da cadeia de energia offshore no Reino Unido.

“Para tratar desses desafios trago para vocês os marcos da eólica offshore e também a política e regulamentação da indústria offshore no Reino Unido, com uma demonstração do que precisa fazer para atingir a tecnologia. Não é apenas colocar as turbinas. Há toda uma gama de suplementos até chegar no ponto de perfeição”, diz o Leonard Taylor.

O gerente de vendas e licitações das Divisões de Petróleo, Gás e Renováveis da JDR Cables, Jordan Tapscott abordou ‘Tecnologia e Infraestrutura de escoamento de energia em parques eólicos offshore’. A JDR Cables é líder no mercado de cabos de energia submarinos e em outras atividades relacionadas à indústria de energia eólica offshore. O executivo tem quatorze anos de experiência no setor de energia, e liderou a expansão da JDR no Brasil.

“Gostaria de falar sobre a importância do offshore. Como os mundos estão evoluindo, estamos vendo tanta necessidade de mais energia. As populações estão crescendo, as populações estão expandindo. Muitas pessoas estão se movendo para o futuro, e o custo de energia está aumentando. Então, a energia não é algo que vai ficar por um tempo e depois vai embora. A energia renovável vai ser o futuro”, diz Jordan Tapscott.

Os participantes do Encontro Brasil-Reino Unido seguem nesta terça-feira ainda, para uma visita ao Porto Ilha, na cidade de Areia Branca/RN. A I Semana da Amazônia Azul & Economia do Mar é idealizada pela Sociedade Amigos da Marinha em Natal (Soamar), com apoio do Comando do 3º Distrito Naval, FIERN e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Fotos: Anna Cláudia Costa e Jô Lopes