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27 de Outubro de 2021

Cursos da UFRN conseguem boa avaliação no Enade com envolvimento de alunos, servidores e Centros Acadêmicos

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No último período do curso de graduação, além de se deparar com a elaboração do trabalho final, alguns alunos precisam passar ainda por residências e estágios curriculares. Isso sem falar na possibilidade de o curso ser selecionado para participar do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Muitos chegam a essa etapa sem saber o que é o Enade e qual a importância para seu curso, ao obter uma boa nota, e para a Universidade, ao possibilitar a autoavaliação das graduações, em busca da excelência acadêmica. 

Por falar em conseguir uma boa nota, alguns cursos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conseguiram alcançar a pontuação máxima no exame, ou mesmo aumentaram suas notas em relação às avaliações anteriores. Um deles, o curso de Turismo da Faculdade de Engenharia, Letras e Ciências Sociais do Seridó (Felcs), com a pontuação 2, corria o risco de ser extinto e conseguiu reverter a situação, alcançando a nota 4.

Em 2018, quando a Faculdade ainda não tinha sido criada e o curso era vinculado ao Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres – Currais Novos), os alunos da graduação fizeram o Enade. A ex-aluna Amanda Larissa de Medeiros Costa, trabalhando hoje em uma agência de turismo em Currais Novos, lembra como foi a preparação que levou o curso a atingir a nota 4 no exame.

“Começamos a nos preparar um semestre antes da prova, quando a coordenação do curso colocou na grade curricular uma disciplina específica do Enade, direcionada aos alunos que iriam fazer o Exame. Nessa disciplina, fomos respondendo provas anteriores, discutindo questões, fazendo redações, todo um processo de preparação até a prova”, comenta. 

Quando entrou na graduação de Turismo, Amanda disse que se apaixonou pelo curso. Por isso, destaca, ela e os outros alunos se empenharam muito para que conseguissem mostrar que ele valia a pena e não devia ser fechado, pois “representava muito para a região em que está inserida [Seridó] e por tudo que ele podia oferecer”.

Amanda coloca ainda que o Enade tem uma grande importância para mostrar o que o aluno está vivenciando e o que está adquirindo de conhecimentos na universidade. “Se a forma de ensino está sendo aplicada corretamente, isso fortalece muito com a nota do Enade. Com a elevação da nota, nosso curso passou a ser mais valorizado, principalmente para quem queria ingressar no meio acadêmico. Se o curso tem nota baixa, acaba não sendo visto com bons olhos”, conclui.

Outro curso que conseguiu se destacar na avaliação do Enade, dessa vez em 2019, foi o de Fonoaudiologia, vinculado ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), em Natal. A graduação conseguiu subir a pontuação no Exame, passando de 3 para 5. Naquele ano, sete cursos do CCS obtiveram nota máxima no Enade. Alcançaram a nota 5 as graduações de Nutrição, Enfermagem, Medicina, Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Saúde Coletiva. Já Odontologia e Farmácia obtiveram nota 4.

A fonoaudióloga Natália Lucena, que se submeteu à prova em 2019, recorda toda a preparação que levou a conquista da nota máxima no Enade. “Nosso departamento foi maravilhoso. Junto com todos os professores realizaram oficinas, simulados Enade, aplicação de provas anteriores, oficina com técnicas para controlar a ansiedade antes da prova, fizemos até meditação. Foi um ano de preparação, que nos motivou muito a participar do Exame e fazer uma ótima prova”, lembra. Natália inclusive participou de um vídeo, em 2019, divulgado no Instagram da UFRN, voltado a falar sobre a preparação para o exame.

Natália considera que o Enade é muito importante para mostrar como está o desenvolvimento da grade curricular do curso e saber se a Universidade está conseguindo transmitir todo o conhecimento necessário com os cursos. Há ainda a questão de repasse de verbas, avalia ela, ao mostrar que é preciso mais investimentos, melhorando cada vez mais a qualidade do ensino.

Já o ex-aluno do curso de Engenharia Civil da UFRN, ligado ao Centro de Tecnologia (CT), André de Figueiredo Stabile, ressalta que teve uma relação interessante com o Enade. “No ano em que tive de prestar a prova (2019), eu também estava participando de ações de motivação, organizadas pelos PETs e pelas coordenações dos cursos do CT, para que os alunos fizessem o exame com seriedade”, explica. Além disso, um bom resultado de seu curso no exame também seria importante para ele, isso porque André queria fazer mestrado e muitos dos processos seletivos levam em conta a nota do curso como ponderador da nota individual do candidato na análise do currículo. 

“Dessa forma, a obtenção ou não de uma nota 5 me impactava diretamente”, comentou. Toda a preparação para realizar a prova fez com que, em 2019, o CT conseguisse o conceito 5, no Enade, em quatro cursos: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Engenharia Elétrica. Foi o melhor resultado obtido pelo Centro desde a criação dessa modalidade de avaliação.

Para André, o Enade é um mecanismo bastante importante de avaliação dos cursos de ensino superior, já que ele não apenas testa os conhecimentos dos candidatos em seu campo de formação, como também leva em conta a visão dos alunos de sua instituição. “Acho que ele tem grande potencial de ser empregado como instrumento de autoavaliação e detecção de pontos de melhoria pela própria instituição”, frisa.

A conquista do conceito 5 do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN contou com a colaboração de David Sicolo, ex-aluno da graduação. Ele lembra que a direção do curso e professores fizeram questão de comunicar a importância do conceito do Enade para o curso e para a Universidade, o que inspirou um senso de responsabilidade em todos alunos e contribuiu para a alcançar a nota máxima no exame. David acredita que o Enade ajuda a medir o impacto do investimento público para financiar uma educação de qualidade, por isso é importante que os alunos participem. 

É o que pensa também Amanda Larissa, que deixa um recado para os alunos da UFRN que irão participar do Enade neste ano. “Procurem se esforçar para fazer a prova. Façam o Enade não apenas pela nota, mas acreditando que o curso vai ser valorizado e ter melhorias. O Enade mostra que o curso está existindo porque tem um fundamento, porque vale a pena. Essa avaliação é essencial para que ele possa melhorar cada vez mais”, afirma.

Incentivo e preparação

Para incentivar a participação dos alunos e auxiliar na preparação para o Enade, com melhoria das notas, as direções de centros, departamentos e coordenações de cursos da UFRN tiveram também um papel de destaque nas últimas edições do Enade.

No Centro de Tecnologia (CT), entre essas ações desenvolvidas, houve a elaboração do projeto de extensão Enade 2019: reflexões sobre o processo formativo nas áreas de Engenharia e Arquitetura, que investiu em estratégias para motivar os alunos naquele ano. Foram inscritos 796 estudantes concluintes de cursos do CT no Enade 2019, e 739 fizeram a prova.

O Técnico em Assuntos Educacionais do CT, Pedro Isaac Ximenes, que foi coordenador do projeto, lembra que foram realizados encontros com resolução de questões, sorteios de livros, cartaz afixado no setor de aulas, papel de parede dos computadores do setor de aulas, plantão de dúvidas sobre o Questionário do Estudante, entre outras ações. “Criamos um perfil do CT no Instagram e no YouTube, divulgando vídeos abordando aspectos da infraestrutura e oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional na UFRN também”, disse.

Pedro destacou que o apoio e o engajamento dos próprios estudantes foram fundamentais para a obtenção dos conceitos satisfatórios e máximos. Além da mobilização dos Centros Acadêmicos (CA’s), os Programas de Educação Tutorial (PET) foram ativos no processo, resolvendo, inclusive, questões de Enades anteriores, a fim de tirar dúvidas e demonstrar a forma de abordagem do conteúdo no Banco de Itens do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 

Para ele, outros fatores levaram ao resultado positivo do CT no Enade 2019. “Antes de tudo, a UFRN possui um ensino de qualidade reconhecido no âmbito acadêmico e na sociedade. Então, o Enade não se restringe a ações de vésperas, mas sim reflete a formação oportunizada aos estudantes ao longo da graduação”, acredita. Outro ponto foi a análise do Questionário de Percepção da Prova de exames anteriores, que serviu de subsídio para pensar ações de mobilização, além do envolvimento de todos os segmentos que compõem a comunidade universitária.

“Temos consciência de que todos os nossos cursos possuem qualidade excelente. Isso ficou comprovado nos conceitos. Devemos enaltecer conceitos 3 e 4, que são satisfatórios, indicam que o curso garante um padrão de qualidade. Isso tudo, somado a outros índices e indicadores, representa que estamos no caminho certo”, acrescenta Pedro Isaac.

Na graduação de Fonoaudiologia, que pulou do conceito 3 para o 5, sendo a melhor média nacional no Enade entre os cursos da área no país, o foco foi investir na percepção dos alunos em relação ao exame. Segundo a professora Vanessa Giacchini, a preparação começou quando saiu o resultado anterior do Enade e, a partir daí, a coordenação do curso organizou um plano com objetivo inicial de passar da nota 3 para a 4. A primeira iniciativa foi aplicar um simulado. 

“Os alunos não tinham ideia de como era o Enade, achavam que parecia um concurso público. Eles não se saíram bem com o resultado e se assustaram. Em 2019, começamos a realizar atividades mensais, com reforços de conteúdos, foi feito todo um acompanhamento para que conseguissem perceber as limitações e melhorar o que era necessário”, relata. Nesse momento, discorreu Vanessa, os alunos começaram a entender que o exame não era só para a instituição, era para a vida deles também, que estariam se formando numa turma 4 ou 5. 

Segundo ela, além de encontros mensais ou bimestrais com reforço de conteúdos, houve uma preocupação em trabalhar a questão emocional dos alunos. Ela lembra que o Centro Acadêmico foi parceiro em todo esse processo de preparação. “O CA foi maravilhoso para nós. O que pedimos para estimular os alunos, eles faziam. Fizemos um mural com depoimento de alunos desejando sorte para os quem ia fazer o Enade, uma semana antes da realização da prova”, frisa. 

O resultado do Enade modificou a forma como o curso era visto nacionalmente. “Éramos só mais um curso e, a partir desse Enade, passamos a ter destaque nacional, uma graduação em que se formam bons profissionais”, afirma.

Na preparação dos alunos, de acordo com ela, foram desenvolvidas várias ações, como a oferta de disciplinas optativas com foco no Enade; realização de simulados; uso de questões no modelo Enade nas avaliações dos componentes curriculares obrigatórios e optativos oferecidos semestralmente; uma pesquisa de avaliação do curso, utilizando o questionário Enade; e acompanhamento dos alunos no dia da prova. 

Como forma de engajamento dos alunos, a coordenação buscou uma sensibilização, conversando com os alunos concluintes em sala de aula, explicando sobre a importância de terem um bom desempenho no exame e ainda, sobre os impactos de uma boa nota para a UFRN e para eles como futuros egressos. 

Agora em 2021, 42 cursos de graduação da UFRN participam do Enade nas modalidades presencial e ensino a distância. Na Instituição, 1.538 estudantes estão aptos a fazer a prova do Enade, que acontece no dia 14 de novembro. Assim como nos anos anteriores, em 2021 a UFRN vem desenvolvendo várias iniciativas que visam a dar suporte aos alunos se prepararem para a prova do exame, com simulados e aulas temáticas. A proposta é aproximar-se dos alunos participantes. 

Uma delas é a campanha Meu Curso na FASE 5, que tem como objetivo incentivar os alunos a realizar uma boa prova, por meio de uma atmosfera lúdica e informativa. Todo o material da campanha está sendo veiculado nas mídias da UFRN (InstagramTwitter e YouTube), Universitária FM 88.9, TV Universitária (canal 5.1 digital) e site da UFRN. O material da campanha está sendo distribuído também, por meio da Coordenadoria de Promoção Institucional e da Coordenadoria de Planejamento e Avaliação Acadêmica da Prograd (Copav), para todas as coordenações de cursos de graduação da UFRN.

Se para Fonoaudiologia o resultado do exame foi importante, para o curso de Turismo (Felcs), ele foi essencial. Isso porque o curso de Turismo do campus Currais Novos, nos anos de 2013 a 2015, apresentou uma queda brusca de ingressantes e um aumento significativo de evasão, o que deu início a um processo de discussão sobre o fechamento do curso em 2015. 

“Para os alunos, o desempenho no Enade 2018 era uma forma de mostrar que o curso era de qualidade e valia a pena ser mantido. E foi isso que eles mostraram com a nota 4 no Enade 2018, que o curso de Turismo do campus Currais Novos de fato oferece uma formação de qualidade aos alunos”, ressalta a professora Carolina Todesco, que foi coordenadora do curso de Turismo entre os anos de 2015 a 2019.

Por Hellen Almeida - Agecom/UFRN / Fotos: 1, 2 e 5 cedidas; 3 e 4 por Wallacy Medeiros 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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