29 de Dezembro de 2021
Comércio online tem avanço tímido no Natal e consumidor prioriza roupas e alimentação
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Com menor poder de compra, o consumidor brasileiro apostou em roupas, itens de perfumaria e alimentos nas compras de Natal pela internet este ano, que tiveram um avanço bem mais tímido do que em 2020.
De 10 a 25 de dezembro, as vendas on-line alcançaram um faturamento de R$ 6,6 bilhões, uma alta nominal de 17,9% sobre os R$ 5,6 bilhões obtidos no mesmo período de 2020, segundo levantamento da empresa de análise de dados Neotrust. Descontando a inflação de 10,42% no ano, considerando o IPCA-15, houve um crescimento real de 7,5% no período.
Mesmo levando em conta a alta nominal de 17,9%, o desempenho é bem menos significativo que o salto de 69,7% nas vendas on-line do Natal do ano passado frente ao resultado de 2019.
Segundo Paulina Dias, líder de Inteligência da Neotrust, a desaceleração do crescimento do e-commerce este ano também reflete a reabertura das lojas físicas, após os períodos mais críticos da pandemia. "No ano passado, parte do crescimento se deu porque as lojas estavam fechadas e a única opção era comprar on-line."
Neste ano, o volume de 16,1 milhões de pedidos on-line foi 18% superior ao registrado no Natal de 2020, mas o tíquete médio teve leve recuo de 0,8%, para de R$ 412.
"O cliente levou 6% mais itens por cesta este ano, com uma média de 2,7 itens por carrinho, ante 2,5 itens no Natal passado", afirma Paulina.
Além das categorias tradicionais de moda e perfumaria, que mantiveram o primeiro e segunda lugar em volume de vendas on-line, respectivamente, compras de itens de alimentação se destacaram na terceira posição no Natal deste ano.
"A categoria de alimentação estava em oitavo lugar no ano passado", nota Paulina. "As pessoas passaram a procurar mais essa categoria por conta da situação econômica".
Itens de saúde subiram da sexta posição em volume de vendas, no Natal passado, para a quarta, este ano, o que pode refletir a preocupação com a pandemia e a epidemia da gripe influenza. A categoria superou os volumes de pedidos em telefonia, que caiu do quarto para o quinto lugar este ano.
Em faturamento, o segmento de telefonia, onde estão os smartphones, sustentou a liderança em vendas natalinas, assim como os eletrodomésticos, na segunda posição. Já os eletrônicos, que incluem acessórios, perderam o terceiro lugar em faturamento para a categoria de moda e acessórios, que subiu uma posição.
Os itens de informática, que incluem notebooks e tablets, seguiram em quinto lugar.
Os brasileiros deixaram para fazer a maior parte das compras do Natal um pouco mais tarde, este ano, o que gerou um pico de vendas no dia 15. No Natal de 2020, o pico foi registrado no dia 11 e, em 2019, no dia 10. "Como as entregas estão mais rápidas, isso leva a crer que as pessoas confiaram mais nos prazos do comércio eletrônico", diz Paulina.
Fonte: Valor Econômico, disponível em: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/12/26/comercio-on-line-fatura-r-66-bi-no-natal-e-registra-alta-de-18percent.ghtml