Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

11 de Junho de 2024

Com trabalho pioneiro no Brasil, ISI-ER discute tecnologias para SAF no Congresso da RBQAV

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) para energia eólica, solar e sustentabilidade, participa, na próxima semana, do 3º Congresso da RBQAV – Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação. O evento será realizado entre os dias 17 e 19 de junho em Foz do Iguaçu/PR.

A pesquisadora e coordenadora do projeto de desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação) no Instituto, Fabiola Correia, será uma das integrantes da mesa redonda “Produção de SAF por FT”, no dia 18, quando vai abordar aspectos técnicos da produção desse combustível pela rota Fischer-Tropsch – processo químico utilizado na primeira planta piloto do Brasil para produção de hidrogênio e combustíveis avançados, instalada desde 2023 no Instituto.

Fabíola é mestre e doutora em Engenharia de Petróleo, além de pós-doutora em tecnologias de captura de CO2 pela Universidade de Sherbrooke, no Canadá. A mesa terá mediação do Projeto H2 Brasil, por meio da agência de cooperação alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

“A ideia é falar das tecnologias que a gente tem. Vou trazer a recirculação química e a Reverse Water Gas Shift Reaction (reação de deslocamento gás-água reversa), que são as linhas que a gente está trabalhando”, disse ela. “Na recirculação química a gente trabalha com matérias-primas gerais, como glicerina e gás natural. E o Water Gas Shift é com a conversão do CO2 capturado do ar. A gente pega o hidrogênio verde, mais o CO2 capturado do ar, e converte em gás de síntese, que é para ir para o Fischer-Tropsch”.

Essas tecnologias, explica a pesquisadora, têm como grande vantagem a descarbonização – termo usado para o processo de redução de emissões de carbono na atmosfera, especialmente de dióxido de carbono (CO2), o mais abundante gás do efeito estufa. “O hidrogênio verde é um insumo limpo e o CO2 capturado do ar auxilia na descarbonização”, diz Fabíola, destacando a importância de discussões sobre esse tipo de tecnologia, neste momento.

“Essas são tecnologias promissoras para produção do SAF. O Fischer-Tropsch tem a maturidade industrial alta e um grande leque de matérias-primas que pode ser utilizado. Ele é como um passo à frente, por já ter uma escala de maturidade dentro da produção industrial e também por essa versatilidade, porque o SAF vai ser produzido por diversas rotas e por diversas matérias-primas, para atender toda a demanda que existe”, complementa a pesquisadora.

No dia 19, ela também apresentará no Congresso a linha de pesquisa que o ISI-ER desenvolve na área. “Vai ser um momento em que grupos de pesquisa selecionados vão expor iniciativas, descobertas e avanços na área de combustíveis sustentáveis”, diz Fabíola.

Estudos

Pesquisas pioneiras no Brasil relacionadas a combustíveis sustentáveis são desenvolvidas no Laboratório de Sustentabilidade do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), que reúne o grupo de pesquisa mais antigo do SENAI do Rio Grande do Norte. São mais de 10 anos de estudos e execução de projetos envolvendo rotas alternativas de produção de hidrogênio – aquelas que não geram emissão de carbono no processo industrial.

Em um dos atuais, o hidrogênio é um dos insumos para a produção de SAF (combustível sustentável de aviação). Em outro, são mapeados aspectos como gargalos tecnológicos, potenciais de produção e mercado.

Trabalhos na área também incluem o desenvolvimento de pesquisas em produção e distribuição de hidrogênio renovável, além do desenvolvimento de modelos matemáticos para avaliações econômicas dos recursos e otimização da logística de produção e distribuição do produto.

SOBRE O ISI-ER

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo novas tecnologias como o hidrogênio verde.

Faz parte da maior rede privada de institutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação criada no Brasil para atender as demandas da indústria, composta por 26 Institutos SENAI de Inovação.

A Rede tem como foco a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Desde que foi criada, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em projetos de PD&I.

O ISI-ER está em operação no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, no Rio Grande do Norte, desde 2018. A instituição herdou integralmente atividades de pesquisa aplicada realizadas pelo SENAI-RN, que desde 2002 atua nesse campo e na prestação de serviços para os setores de gás e energia, com diversas empresas privadas e estatais de grande porte, do Brasil e do mundo, e com entidades governamentais.

Na sua trajetória, o Instituto tem construído caminhos que contribuem para o progresso tecnológico do país e a sustentabilidade, com o avanço das energias renováveis e de inovações necessárias para a transição energética.

Pesquisadores/as do ISI foram pioneiros/as em estudos, com medições, sobre o offshore brasileiro, desenvolveram projetos como o novo Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte e estão à frente de iniciativas como o mais abrangente mapeamento em desenvolvimento no Brasil para identificar o potencial de geração de energia eólica com turbinas implantadas no mar, em convênio com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e de trabalhos como o desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação), em parceria com a Alemanha.

Texto: Renata Moura

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

+ Leia mais

Categorias