Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

05 de Março de 2020

Cientistas da UFRN desenvolvem lentes de contato para tratamento de conjuntivite e glaucoma

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

Uma lente de contato capaz de liberar medicamentos de várias classes terapêuticas, tais como antibióticos, antifúngicos e anestésicos, promete melhorar o tratamento de pacientes com uma liberação controlada da medicação, diretamente sobre a córnea, o que tem por consequência direta uma maior comodidade terapêutica. O produto oftalmológico é produzido a partir de hidrogéis de poliálcool vinílico, um polímero solúvel em água e um agente reticulante, o trimetafosfato de sódio. Nesse sistema, é então incorporado um medicamento.

O produto é fruto da dissertação da mestranda do Programa de Pós-Graduação de Ciências da Saúde, Fábia Julliana Jorge de Souza, uma das pesquisadoras envolvidas, e os experimentos foram desenvolvidos no Laboratório de Sistemas Dispersos (LaSiD), vinculado ao Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “Essas lentes de contato podem ser usadas no tratamento de diversas doenças oculares, tais como conjuntivite, glaucoma e ceratite fúngica. O que define é a medicação incorporada à lente de contato oftálmica”, explicou Fábia. Em vídeo disponibilizado em https://www.instagram.com/p/B9T7uvilSYQ/, ela deu outros detalhes a respeito da pesquisa.

Denominada Lentes de Contato Oftálmicas Terapêuticas Produzidas com Hidrogéis para Veiculação de Fármacos, o estudo rendeu um pedido de depósito de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Além de Fábia, o grupo autor do depósito de pedido de patente é formado também por Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito, Francisco Alexandrino Júnior, Éverton do Nascimento Alencar, Lucas Amaral Machado e Joerbson Medeiros de Paula. Os cientistas pontuaram também que as lentes de contato são mais uma alternativa pela característica de conduzir moléculas que sejam solúveis em água ou não, denominadas hidrofílicas e hidrofóbicas. Atualmente, há moléculas com potencial para tratamento de doenças oculares que ainda não são utilizadas como formulações oftálmicas em virtude de suas características biofarmacêuticas, como baixa solubilidade e biodisponibilidade.

De acordo com o diretor da Agência de Inovação (AGIR), Daniel de Lima Pontes, antes do depósito em si, o invento passou por uma análise no que diz respeito a aspectos como novidade, capacidade inventiva, aplicação industrial e suficiência descritiva, necessários para a solicitação de patenteabilidade. As orientações e explicações a respeito dos aspectos para patentear uma determinada invenção são dadas na própria AGIR, unidade localizada no prédio da Reitoria, ou através do e-mail patente@agir.ufrn.br. Daniel Pontes frisou que o depósito já permite que a tecnologia esteja disponível para o setor produtivo aproveitá-la a fim de melhorar seus processos e fluxos de trabalho.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

+ Leia mais

Categorias