19 de Dezembro de 2022
Aumento de casos de Covid-19 acende alerta para problemas de saúde relacionados à dor
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O Rio Grande do Norte passa por um novo momento de alta de casos de Covid-19. O estado voltou a registrar mais de 1 mil confirmações da doença em único dia após 5 meses, a circulação de novas subvariantes – mais transmissíveis – foi confirmada, e a população com mais de 60 anos já está tomando a quinta dose de vacina para se proteger do coronavírus. Além dos sintomas e efeitos já conhecidos, evitar o contágio também é uma maneira de se resguardar de consequências mais graves, como a piora e o surgimento de problemas de saúde relacionados a dor.
A Covid-19 pode causar o que se chama de Dor Neuropática, como explica a fisioterapeuta e uma das diretoras do Centro Vitta, Kelly Gama. “Esse é um tipo de dor crônica que ocorre quando os nervos sensitivos do Sistema Nervoso Central ou do Sistema Nervoso Periférico são atingidos. Isso pode ocorrer quando não chega oxigênio suficiente às células e tecidos do corpo - o que chamamos de hipóxia -, por hipertensão, problemas de coagulação e lesão das células do sistema imunológico”.
Ela destaca que após o término da doença, quem contraiu Covid pode ter disfunções multissistêmicas. “Embora no início da pandemia, o foco tenha sido no sistema pulmonar, vários estudos mostram afecções no sistema cardíaco, neurológico, hematológico e osteomuscular. Pode-se desenvolver mialgia, que é a dor muscular, associada com fadiga”, descreveu.
A fisioterapeuta ressalta que o tratamento para casos como esses deve ser personalizado e individualizado, voltado para o contexto biopsicossocial. Segundo Kelly, uma das formas de atuar no gerenciamento das dores musculoesqueléticas agudas e crônicas é aplicar estratégias que ampliem a autoeficácia do indivíduo para o manejo dos seus sintomas, ou seja, aumentando a confiança em lidar com a dor, de modo que o comportamento de enfrentamento passa pela crença na capacidade de prover recursos necessários para conviver com a dor.
“O programa de tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, objetivando a educação em dor, exercícios contingenciados com atividades gradativas, massagem, exercícios respiratórios, alimentação anti-inflamatória, psicoterapia cognitiva comportamental e exercícios para condicionamento físico. Em alguns casos, se faz necessário tratamento medicamentoso sob prescrição médica. É importante que o paciente passe por uma consulta minuciosa em que o profissional, que pode ser um fisioterapeuta ou um médico, possa definir a melhor estratégia de tratamento”, ressaltou.