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14 de Agosto de 2023

Atuação de mulheres no mercado de hidrogênio é discutida em Webinar e será foco de curso gratuito

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“Nós começamos a quebrar a ideia de a tecnologia ser liderada por homens e a trazer a ideia de que a mulher pode estar em lugar de destaque, pode estar em lugar de fala dentro do setor de tecnologias e do mercado de hidrogênio”.

A análise, da doutora em engenharia do petróleo e pesquisadora do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Fabíola Correia, foi uma das que nortearam o Webinar “Power-2-You: Mulheres no mercado de Hidrogênio Verde”, promovido pelo projeto H2Brasil, no YouTube, na última terça-feira (08). (Clique aqui para assistir).

O evento reuniu especialistas de referência no mercado de hidrogênio para tratar de oportunidades, desafios e lições aprendidas para interessadas na área – uma das que estão em desenvolvimento no Brasil, com participação predominantemente de homens.

Curso

O assunto é um dos que integram a programação do Microcurso “Power-2-You: Mulheres no Mercado de Hidrogênio – Introdução ao Hidrogênio Verde”, oficialmente lançado durante o Webinar.

A iniciativa tem como público-alvo mulheres interessadas no setor de energias renováveis e na atuação com hidrogênio verde. As inscrições para participar são gratuitas e já estão abertas no site (https://pt.surveymonkey.com/r/6JV5H7Q).

“O curso terá linguagem prática, objetiva e de fácil acesso. Não precisa ser especialista para participar”, ressaltou a pesquisadora Fabíola Correia, responsável pelo material que será ministrado e convidada pelo H2Brasil como professora no projeto.

“Nós vamos falar sobre mudanças climáticas, descarbonização e desfossilização, sobre Power-to-X, uma tecnologia importantíssima para a transição energética, sobre o que é o hidrogênio, suas cores, a visão no Brasil e no mundo, com ênfase nos desafios. Também vamos conversar sobre a cadeia produtiva, rotas tecnológicas, tendências e aplicações”, exemplificou a pesquisadora.

Os módulos do Microcurso, segundo ela, estarão disponíveis a partir de novembro, em data a ser divulgada. A programação inclui aulas, entrevistas e materiais de apoio com cases de mulheres que atuam em diferentes frentes de mercado voltadas ao hidrogênio verde. As aulas serão assíncronas, ou seja, com gravações transmitidas sem necessidade de interação em tempo real. O conteúdo ficará acessível em um canal fechado, no YouTube.

Tanto o Webinar quanto o Microcurso são parte do projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, implementado pela agência alemã de cooperação internacional GIZ e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil, com o apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha.

Construindo carreira

Convidada no painel “Construindo uma carreira em hidrogênio verde – caminhos, desafios e possibilidades”, a pesquisadora do ISI-ER defendeu que, para construir uma trilha sólida nesse mercado, é preciso “estar em constante atualização para oferecer produtos ou projetos que tenham peso para o hidrogênio e sejam confiáveis para a indústria”. Ela citou a atitude, o engajamento e a cooperação feminina como essenciais para o sucesso profissional.

“Esse é um setor que, de fato, é muitas vezes masculino e é extremamente importante que a gente, enquanto mulher, se posicione. A gente tem que trazer mulheres junto com a gente. Tem que estar nos locais onde existe a fala e divulgar o nosso trabalho constantemente para perceber que a mulher pode estar no lugar de tecnologias também e que o nosso posicionamento pode ser exemplo e força para as que estão vindo atrás da gente”, destacou Fabíola.

Participaram com ela da discussão a doutora em engenharia mecânica e professora adjunta da Universidade Federal de Itajubá, Lucilene de Oliveira Rodrigues, e a engenheira química Marina Reis Piva, que atua na área de Desenvolvimento de Negócios de Hidrogênio Verde do Grupo Gera. A mediação foi realizada pela analista de Inovação e Sustentabilidade da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, Maria Miller.

A pesquisadora do Instituto SENAI destacou que quem quer focar profissionalmente nessa área também “deve olhar de perto quais produtos podem ser obtidos com o hidrogênio verde, incluindo combustíveis avançados”. “É preciso atenção a aspectos como produtos finais, segurança, transporte e mercado regulatório”, frisou.

Fabíola integra a equipe do Laboratório de Sustentabilidade do ISI-ER, coordenando projetos como o desenvolvimento de combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuels), que tem, entre os principais objetivos, produzir um querosene sintético renovável capaz de reduzir as emissões de gases do efeito estufa no transporte aéreo brasileiro. O hidrogênio é um dos insumos utilizados no processo.

O projeto é executado por meio de parceria entre a GIZ e o SENAI-RN, que há aproximadamente 10 anos estuda rotas alternativas de produção de hidrogênio, aquelas que não geram emissão de carbono no processo industrial, assim como combustíveis sustentáveis. A iniciativa tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e participação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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