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30 de Dezembro de 2019

Aplicativo gratuito sintetiza voz humana para deficientes visuais

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Um aplicativo gratuito está melhorando a vida de milhares de deficientes visuais que utilizam computadores e outros dispositivos tecnológicos, como smartphones e tablets. Produzido pela empresa F123 Consultoria, um sintetizador de voz, batizado de Letícia, reproduz uma voz feminina em português e pode ser usado em praticamente todos os tipos de leitores de tela e sistemas operacionais de tecnologia assistiva.

Para fazer uso de um computador, o deficiente visual utiliza o chamado leitor de tela, um programa que converte o texto exibido em tela em um discurso sintetizado em voz, permitindo que o usuário navegue na internet ou use qualquer software ouvindo o que está escrito no monitor e usando comandos no teclado para executar qualquer tipo de operação. Cada leitor de tela possui um sintetizador de voz associado, e é justamente essa nova opção de voz que foi criada pela F123. O projeto foi um dos primeiros, no Brasil, a serem patrocinados pela Expo Dubai 2020, evento que reunirá milhões de pessoas no ano que vem para celebrar conquistas humanas, sob o tema “Conectando Mentes, Criando o Futuro”.

"A gente queria uma voz que fosse de boa qualidade, que não fosse muito robótica, como são as principais vozes disponíveis em português, e que funcionasse em diferentes plataformas, já que a maioria funciona apenas no sistema Windows ou apenas no [sistema operacional] Android e por aí vai. A nossa voz pode ser disponibilizada em várias plataformas e sistemas operacionais, como Windows, Linux e Android", explica Fernando Botelho, fundador da F123 e um dos criadores da voz Letícia.

Botelho é deficiente visual e fundou a F123, há 12 anos, com o objetivo de desenvolver tecnologias que ajudem a dar mais competitividade às pessoas cegas, nas mais diversas áreas de atuação. A empresa se enquadra no conceito de negócio social, no qual são utilizadas técnicas modernas com missão social ou ambiental e todo o lucro é reinvestido na própria causa. "A gente viu a chamada que a Expo fez. Eles estavam em busca de projetos sociais e ambientais, e fomos o primeiro projeto brasileiro a receber apoio".

Novas vozes    

Na F123, o próximo desafio é criar novos sintetizadores de voz, inclusive uma voz infantil para auxiliar no desenvolvimento de crianças cegas. Segundo Fernando Botelho, também está nos planos o desenvolvimento de aplicativos em outros idiomas, principalmente de regiões mais esquecidas pelo resto do mundo.

"Estamos conversando com potenciais apoiadores para fazer novas vozes em outros idiomas. Existem muitos idiomas pelo mundo afora que não têm bons sintetizadores. É uma tecnologia bastante complexa e muitas empresas não estão interessadas em desenvolver esse aplicativo em idiomas que só são falados em países da África, por exemplo".

Fonte: Agência Brasil

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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