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19 de Julho de 2021

Academias de ginástica ainda sofrem com reflexos gerados pela pandemia

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Os reflexos da pandemia da Covid-19 atingiram em cheio os setores de eventos, turismo e entretenimento em geral, como bares, restaurantes e cinemas. Porém, outro segmento vem sentindo fortemente os impactos negativos e ainda não conseguiu compensar as perdas, o ramo de academias de ginástica. As empresas ligadas a essa atividade estão no grupo dos setores mais atingidos.

A 11ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que esse segmento chegou, em maio, a um patamar 52% abaixo do que seria normal para o mês. Isso significa que os estabelecimentos estão funcionando com menos da metade do faturamento habitual. Até fevereiro deste ano, o percentual de defasagem era de 42%.

Os dados, números e percentuais das estatísticas são melhor compreendidos quando se olha o cenário. Em Natal, como em grande parte das cidades brasileiras, a realidade que se apresenta é de um crescente número de estabelecimentos que fecharam às portas em março do ano passado, quando entraram em vigor as medidas restritivas, e nunca mais abriram. Esse foi o destino de parte das pequenas academias, que não estão constituídas em redes e têm apenas uma unidade em determinada localidade, as chamadas academias de bairro.

Das que conseguiram acompanhar o vai e vem dos decretos governamentais, a maioria opera com baixa freqüência de alunos, queda na rentabilidade e aumento de dívidas para manter o funcionamento. De acordo com a pesquisa do Sebrae, 72% dos donos de academias alegam que estão com muita dificuldade de manter o negócio.

Protocolos de higiene

Empresários investiram em adaptação às regras de segurança sanitária e protocolos de bioprevenção, mas ainda assim não foi suficiente para retomar os níveis de faturamento anteriores. A expectativa de melhoria está atrelada ao avanço da vacinação, quando o calendário atingir a faixa dos trinta anos.

O Centro de Treinamento Box Potengi, um estabelecimento especializado em crossfit e treinamento funcional, instalado na avenida Itapetinga, no bairro do Potengi, zona Norte da capital potiguar, foi um dos que sofreram o impacto da pandemia. A academia foi aberta em novembro de 2019 e, no ano seguinte, precisou mudar para expandir. O afastamento social foi como um balde de água fria nos planos dos sócios proprietários da empresas.

“Tivemos de fechar e cheios de incertezas. Negociamos pagar apenas 50% do valor do aluguel do espaço no período e só voltamos a pagar o valor da outra metade a partir de agora”, revela o educador físico Eduardo Amorim, um dos sócios do Box Potengi junto com Ubiratan Carvalho.

Para a voltar a funcionar, houve investimentos em medidas de bioprevenção e, por natureza da atividade, o estabelecimento ja tinha as condições adequandas, como espaço amplo (300 metros quadrados), ambientes arejados, ar livre, com raias individuais distanciadas uma das outras. O natural era de se esperar que a frenquência de alunos aumentasse. Mas no foi o que ocorreu. O faturamento caiu em torno de 30% e a quantidade de alunos em torno de 40% em relação aos níveis antes da pandemia.

“Esses números são positivos porque muitos, após um longo período em casa estavam se queixando de ansiedade, insônia e sobrepeso por falta de atividade. Mas logo depois a freqüência oscilou. Esse movimento de abrir e fechar, abrir e fechar, associado ao aumento de casos e mortes, gera muita insegurança para o praticante de atividades físicas. Os retornos após os fechamentos foram os momentos mais complicados para gente”.

Na avaliação de Eduardo Amorim, a adoção de medidas de bioprevenção foi fundamental, mas a recuperação só será completa com a vacinação. “O início da vacinação teve reflexos positivos mas, para a nossa empresa, será melhor quando a população mais jovem começar a se vacinar”, pondera Eduardo Amorim.

Recomendação ao setor

Na avaliação do gerente do Escritório Metropolitano do Sebrae-RN, Thales Medeiros, essa é a situação de muitos empresários que tem buscado atendimento e orientação do Sebrae.

"A par das recomendação de bioprevenção para o estabelecimento, que o Sebrae vem atuando intensivamente, e para as práticas esportivas indoor ou não, é muito importante que o empresário refine seu processo de comunicação com alunos, ex-alunos e mídias sociais em geral, a fim de posicionar-se adequada e assertivamente em seu nicho", diz.

Além disso, o gerente explica que modalidades diferenciadas, estudos das novas dinâmicas de disponibilidade dos clientes, políticas promocionais, entre outros, têm proporcionado os melhores resultados. "A revisão da estratégia comercial e financeira da empresa com um bom consultor é também extremamente importante".

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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