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16 de Maio de 2023

Abase analisa estratégias para atuação do Sebrae no desenvolvimento territorial

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As ações e os projetos prioritários a serem implementados pelo Sebrae até 2026 com foco no desenvolvimento territorial foram um dos assuntos discutidos na primeira reunião extraordinária do ano da Abase Nordeste – Associação Brasileira dos Sebraes Estaduais. O encontro ocorreu na sede do Sebrae no Rio Grande do Norte, em Natal, na tarde desta segunda-feira (15), e reuniu dirigentes do Sebrae nos estados do Nordeste. As cadeias produtivas do agronegócio, que promovem o desenvolvimento territorial, estarão no centro das atenções da atual gestão. Uma das propostas será a construção de um projeto estruturante para a cadeia produtiva do leite e derivados.

A reunião contou com a presença da diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete de Castro Coelho, que destacou os avanços e o protagonismo da instituição diante das atuais dinâmicas do mercado, inclusive no que se refere às mudanças de perfis do trabalhador do futuro, assim como o modelo de gestão adotado.

“Essa será uma gestão que decide junto e aproveita as melhores práticas, uma gestão fraterna, de união, de muita convergência e de decisões, no sentido de preparar o Sebrae para o futuro. O Sebrae fez muito e além do que seria esperado de uma instituição destes modelo e porte. Agora, temos o desafio nesta gestão de dar um salto e chegar antes”, anuncia a diretora do Sebrae Nacional.

De acordo com Margarete Coelho, um dos desafios será assumir o protagonismo na preparação das micro e pequenas empresas brasileiras frente às mudanças no perfil dos trabalhadores do futuro. Na visão da diretora, as relações de trabalho passarão por profundas mudanças, o que envolve a tendência de desaparecimento do trabalhador celetista, e o Sebrae tem papel de preparar os pequenos negócios para essa nova realidade com repasses de conhecimento e conteúdo.

Foto: Moraes Neto

Margarete Coelho falou ainda sobre as reestruturações física e interna, planejadas para a sede do Sebrae Nacional, com as obras de adequação do prédio, em Brasília (DF). “A obra está andando bem rápido. As dificuldades operacionais que a gente teve inicialmente foram ajustadas com um novo cronograma e a empresa se comprometeu em cumprí-lo, dobrando o número de pessoas e a quantidade de equipamentos”, anuncia.

Segundo a diretora, ao término da obra, o espaço estará pronto para entrar em operação imediatamente, sem necessidade de um período de adaptação interna. Isso porque a obra foi planejada para conclusão em etapas e, a cada conclusão, já são feitas as adequações para o trabalho das equipes internas em cada fase. Margarete Coelho elogiou as instalações do Sebrae-RN e confirmou que a unidade será referência para o modelo de gestão de pessoas a ser adotado pelo Sebrae Nacional. E o mesmo ocorrerá em outras áreas, como é o caso da sustentabilidade, que terá como referência o Sebrae em Mato Grosso. “Vamos aproveitar o que cada Sebrae tem de melhor”, resume.

Avanço nos territórios

O vice-presidente eleito da Abase, Luiz Alberto Amorim, que é o atual superintendente do Sebrae na Paraíba, também participou da reunião extraordinária, juntamente com o suplente Delano Rocha, diretor técnico do Sebrae no Piaui. A nova diretoria da associação assume o mandato em primeiro de junho. Luiz Alberto destacou a importância do trabalho realizado pelo Sebrae na região nordeste ao longo das últimas décadas que proporcionou avanços significativos em algumas cadeias produtivas, que hoje são fundamentais para a economia da região e de todo o país.

“Fazendo essa retrospectiva e olhando para os resultados, vemos um desenvolvimento significativo. A apicultura é bom exemplo disso. Quando o Sebrae entrou no tema e passou a estruturar todos os processos, a cadeia produtiva do mel no Piauí conseguiu um grande destaque na produção, assim como o Ceará e o Rio Grande do Norte. Até a Paraíba, ainda que timidamente, começou também a aparecer no mapa. Ou seja, transformou a realidade”, atesta.

“Neste setor, havia uma dificuldade de entrada do produto no mercado externo. Começamos a fazer um trabalho grande para a certificação nessa área e hoje o mel do Nordeste é exportado largamente sem nenhum obstáculo”, exemplifica o diretor eleito Luiz Alberto Amorim, ao citar ainda a ovinocaprinocultura, que à época era algo bem incipiente, acabou passando a integrar a pauta, inclusive entrando no mapa da região e nacional.

Em relação à aquicultura, o vice-presidente eleito da Abase lembrou que o Sebrae identificou novas oportunidades como aposta no agronegócio para pequenos produtores rurais. “E elegemos a cadeia produtiva do tambaqui e da ostra. Conseguimos identificar aqui uma ostra que é bem mais produtiva do que a ostra do pacífico, que é cultivada em Santa Catarina, e sanamos uma das dificuldades, o banco de sementes da ostra, inclusive aqui no Rio Grande do Norte”, lembra. A solução veio de uma propriedade de produção de camarão, instalada em Tibau do Sul, que investiu em um laboratório de sementes de ostras, possibilitando a expansão da produção em toda a região. “Hoje as dificuldades estão menos relacionadas à tecnologia”, avalia.

O diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, tem opinião semelhante e, durante a reunião, mostrou-se otimista diante de um cenário favorável a esse desenvolvimento dentro da gestão do sistema Sebrae.

“A gente reclamava muito que o Sebrae, como sistema, nunca teve uma pegada de desenvolvimento regional. Os mais antigos são testemunhas dessa nossa discussão, e que nunca tivemos um representante do Nordeste na diretoria. Estamos agora com uma nordestina, que já foi deputada estadual e federal [Margarete Coelho]. Uma mulher nordestina, que é interessada e comprometida com as coisas do Nordeste, com quem a gente pode se aproximar muito, pois temos uma pauta extensa para ser analisada”, afirma Melo.

O atual presidente da Abase Nordeste, João Hélio Cavalcanti, que é o diretor técnico do Sebrae-RN, também concorda com a contribuição que a instituição proporcionou ao lançar um olhar macro e estratégico de impulso das potencialidades da região, com ações integradas conforme vocações específicas de cada localidade. E cita o programa AgroNordeste como uma dessas experiências bem-sucedidas.

“Isso é resultado de troca de experiências e de conhecimento daquilo que deu certo. Foram repassadas informações e boas práticas, fazendo com que houvesse, de forma mais intensa, uma troca na condição dos projetos integrados, fortalecendo a rede do Nordeste, o que gerou um claro desenvolvimento”, lembra João Hélio.

Segundo João Hélio, essa integração e esse fortalecimento entre os estados nordestinos permitiram desenhar, aprovar e ampliar projetos exitosos para o Sistema Sebrae, como é o caso da economia criativa o do próprio AgroNordeste, que iniciou no Rio Grande do Norte por meio de uma de um piloto, o Sebrae no Semiárido, que em seguida se transformou no Sertão Empreendedor – adotado pelo sistema Sebrae como AgroNordeste. “A minha passagem pela Abase me fez crescer muito como profissional, me fez acreditar que de forma coesa, unida e integrada podemos fazer acontecer e desenvolver o Sebrae como instituição”, analisa o diretor.

Projeto estruturante para setor leiteiro

Durante a reunião, a coordenadora da Cadeia de Leite e Derivados do Sebrae Nacional, Claudia Stehling, apresentou uma proposta para a construção do Projeto Estruturante da Cadeia Produtiva do Leite, de 2023 a 2026. A ideia é estruturar e consolidar a cadeia produtiva do leite e derivados, promovendo o desenvolvimento sustentável, competitividade e profissionalização do setor com foco nos pequenos negócios. De início, a perspectiva é que esse projeto abranja 32 territórios situados em 7 estados nordestinos, envolvendo 655 municípios da região.

De acordo com Claudia Stehling, o programa será baseado em quatro eixos estruturantes, que são: Formação de Capital Humano; Ambiente de Negócios; Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade; e Mercado e Comercialização. Para isso, serão capacitados mulheres e jovens no processo de sucessão rural, uso de inteligência de dados, assistência técnica, gestão empresarial e o cooperativismo.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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