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20 de Agosto de 2024

12% da população com mais de 10 anos não acessou a internet em 2023, revela IBGE

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), relativos ao ano de 2023, que traz uma visão detalhada sobre o acesso da população brasileira à internet.

Os resultados foram divulgados na última sexta-feira (16) e apresentam também recortes demográficos e regionais, informações sobre aparelhos utilizados para acessar a internet e dados sobre a conectividade nos lares brasileiros.

Crescimento contínuo do acesso à internet

Os dados revelam que 88% das pessoas com 10 anos ou mais utilizaram a internet no país em 2023, o que representa um aumento em relação aos 87,2% registrados em 2022. Esse crescimento contínuo é um reflexo do avanço da tecnologia e da crescente importância da internet no cotidiano dos brasileiros.

Em 2016, apenas 66,1% da população de 10 anos ou mais acessava a internet. Desde então, esse percentual tem aumentado de forma contínua, chegando aos 88% em 2023. Esse crescimento é impulsionado, em parte, pela inclusão digital de grupos que antes tinham menor acesso, como os idosos e os moradores da zona rural.

Entre os idosos, o uso da internet subiu de 24,7% em 2016 para 66% em 2023. Esse aumento de 41,3 pontos percentuais (p.p.) reflete a adaptação dessa faixa etária às novas tecnologias e à necessidade de se manterem conectados em um mundo cada vez mais digital. Entre 2019 e 2023, o grupo de 60 anos ou mais apresentou uma expansão de 21,2 p.p., e, em comparação a 2022, houve um crescimento de 3,9 p.p.

Disparidades regionais e urbanas

A pesquisa também aponta diferenças significativas no acesso à internet entre as grandes regiões do país e entre áreas urbanas e rurais.

Em 2023, o Centro-Oeste manteve a maior proporção de usuários da internet, com 91,4%, enquanto o Nordeste e o Norte registraram os menores percentuais, com 84,2% e 85,3%, respectivamente. Entretanto, a Região Norte apresentou a maior expansão em relação ao ano anterior, com um aumento de 2,9 p.p., enquanto a média nacional foi de 0,8 p.p.

No comparativo entre áreas urbanas e rurais, 89,6% das pessoas que vivem em áreas urbanas acessaram a internet, contra 76,6% nas áreas rurais. Embora ainda exista uma diferença significativa, o crescimento do uso da internet na zona rural foi expressivo nos últimos anos. Em 2016, apenas 33,9% dos moradores da zona rural utilizavam a internet, percentual que subiu para 72,7% em 2022 e alcançou 76,6% em 2023.

Uso da internet por grupos demográficos

A análise dos dados também revela variações no uso da internet por diferentes grupos demográficos. Em 2023, 88,7% das mulheres acessaram a internet, ligeiramente acima do percentual dos homens (87,3%).

O IBGE também apresentou um indicador de uso da internet por cor ou raça. Em 2023, 89,5% das pessoas declaradas brancas utilizaram a internet, em comparação a 87,6% das pessoas pretas e 86,8% das pessoas pardas. Em 2016, as diferenças eram mais acentuadas, com 72,6% das pessoas brancas, 63,9% das pessoas pretas e 60,3% das pessoas pardas acessando a internet.

Exclusão digital e acesso gratuito

Apesar do crescimento do uso da internet, 12% das pessoas com 10 anos ou mais não utilizaram a internet nos últimos três meses de 2023. Esse grupo é composto majoritariamente por pessoas com ensino fundamental incompleto (75,5%) e idosos (51,6%).

A falta de conhecimento sobre como usar a internet foi o motivo mais citado para a não utilização, apontado por 46,3% dos respondentes, seguido pela falta de necessidade, mencionada por 25,9%.

A pesquisa também abordou o acesso gratuito à internet em locais públicos — uma iniciativa que pode contribuir para reduzir a exclusão digital. Em 2023, 10,2% dos usuários acessaram a internet gratuitamente em estabelecimentos públicos de educação ou bibliotecas, um aumento em relação aos 8,9% de 2022. A proporção de estudantes que utilizaram esse serviço foi de 27,1%, sendo maior entre os alunos da rede pública (30,5%) do que da rede privada (20,6%).

Acesso à internet pelos estudantes

A pesquisa também mostrou que 91,9% dos estudantes afirmaram utilizar a internet, enquanto na parcela de não estudantes o percentual foi de 87,1%.

Entre os estudantes, pessoas com ensino superior incompleto (98,3%) e superior completo (97,6%) são as que mais utilizam a internet, enquanto o grupo de pessoas sem instrução registrou o menor percentual, com 44,4%.

Os dados também evidenciam diferenças significativas no uso da internet entre estudantes das redes pública e privada. Em 2023, 97,6% dos estudantes da rede privada utilizaram a internet, enquanto esse percentual foi de 89,1% entre os estudantes da rede pública.

Aparelhos utilizados e finalidades de acesso

O celular foi o aparelho mais utilizado para acessar a internet em 2023, com 98,8% dos usuários, segundo o IBGE. O uso da televisão para esse fim continuou a crescer, alcançando 49,8% dos usuários, enquanto o uso de computadores recuou para 34,2% — mantendo uma tendência de queda observada desde 2016, quando o percentual era de 63,2%. O uso de tablets também diminuiu, passando de 16,4% em 2016 para 7,6% em 2023.

Quanto às finalidades de uso, 94,6% dos usuários utilizaram a internet para chamadas de voz ou vídeo, e 91,1% para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos.

Assistir a vídeos, incluindo programas, séries e filmes, foi uma atividade realizada por 87,6% dos usuários, enquanto 83,5% utilizaram redes sociais. O uso da internet para acessar bancos ou outras instituições financeiras cresceu 6,6 p.p. em relação a 2022, atingindo 66,7% dos usuários.

Aumento de posse de celular

A posse de celular para uso pessoal continua a crescer no Brasil, segundo a pesquisa do IBGE. Em 2023, 87,6% das pessoas com 10 anos ou mais possuíam um celular, aumento em relação aos 86,5% de 2022 e aos 77,4% de 2016. A posse de celular é mais comum entre moradores de áreas urbanas (89,6%) do que em áreas rurais (73,7%).

Acesso à internet nos domicílios

O acesso à internet continua a crescer nos lares brasileiros, refletindo a ampliação da infraestrutura de telecomunicações e o aumento da demanda por conectividade. De acordo com o IBGE, a internet foi acessada em 72,5 milhões de domicílios em 2023, o equivalente a 92,5% das residências — um aumento de 1 ponto percentual em relação a 2022.

Apesar do crescimento geral do acesso à internet nas residências, foi nas áreas rurais que a expansão ocorreu de forma mais significativa, passando de 78,1% para 81% dos domicílios. A diferença no acesso entre áreas urbanas e rurais, que em 2016 era de 40 pontos percentuais, reduziu-se para 13,1 pontos percentuais em 2023.

Segundo os dados da pesquisa, 5,9 milhões de domicílios no Brasil permaneciam sem acesso à Internet em 2023. Entre os principais motivos para a desconexão estavam a falta de conhecimento dos moradores sobre o uso da Internet (33,2%), o custo elevado do serviço (30,0%) e a percepção de que não havia necessidade de acessar a rede (23,4%).

Uso de computadores e tablets

De acordo com os dados do IBGE, o número de domicílios com computadores e tablets continuou a diminuir em 2023. A proporção de residências com computadores caiu de 40,2% em 2022 para 39% em 2023, enquanto o uso de tablets também apresentou um declínio, passando de 10,7% para 10,4% no mesmo período.

Esses dados refletem a tendência de substituição desses dispositivos por celulares e outros aparelhos mais modernos e portáteis, que oferecem funções semelhantes com maior conveniência.

Adoção de banda larga móvel e fixa

O uso de banda larga móvel e fixa nos domicílios brasileiros continuou a crescer em 2023. A banda larga móvel, que teve uma redução em sua participação nos anos anteriores, voltou a subir, passando de 81,2% dos domicílios com internet em 2022 para 83,3% em 2023.

A banda larga fixa também registrou um leve aumento, de 86,4% para 86,9% no mesmo período. Mesmo com a retomada do crescimento da banda larga móvel, a fixa permanece como a principal forma de acesso à internet nas residências brasileiras.

Sinal de TV aberta, por assinatura e streaming

A proporção de domicílios com recepção de sinal de televisão aberta caiu de 91,6% em 2022 para 88% em 2023, representando uma redução de meio milhão de domicílios. Paralelamente, o acesso à TV por assinatura também registrou uma queda, passando de 27,7% para 25,2% dos domicílios com televisão.

Entre os domicílios com televisão, 31,1 milhões possuíam acesso a serviços pagos de streaming de vídeo em 2023, número que representa uma ligeira queda em relação a 2022 (de 43,4% para 42,1%).

Destes lares, 93,9% ainda tinham acesso a canais de televisão, sendo 89,7% via sinal de TV aberta e 39,5% por assinatura. Já a parcela que possuía apenas streaming pago sem acesso à televisão aberta ou por assinatura aumentou para 6,1%, frente aos 4,7% registrados no ano anterior.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IGBE analisa, desde 2016, o acesso à Internet e à televisão e a posse de celular para uso pessoal. Os dados apresentados pelo Instituto refletem a importância crescente da internet na vida dos brasileiros e apontam para um cenário de inclusão digital que, embora tenha avançado, ainda enfrenta desafios significativos — especialmente entre as populações mais vulneráveis.

Fonte: Canaltech, disponível em: https://canaltech.com.br/internet/12-da-populacao-com-mais-de-10-anos-nao-acessou-a-internet-em-2023-revela-ibge/

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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