FIERN lança programa “Ela Faz Indústria” para fortalecer liderança feminina no setor industrial

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Com o objetivo de capacitar e fortalecer a liderança feminina nas indústrias do Rio Grande do Norte, a Federação das Indústrias do Estado (FIERN) lançou nesta quarta-feira (21), em Natal, o programa “Ela Faz Indústria”. O evento de lançamento, realizado na Casa da Indústria, reuniu empresárias, executivas e representantes de instituições parceiras em um debate sobre o protagonismo das mulheres no setor produtivo.

Voltado a empresárias que ocupam funções de liderança em micro e pequenas indústrias, o “Ela Faz Indústria” integra o PROCOMPI – Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias, desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o SEBRAE. No Rio Grande do Norte, a iniciativa é executada pela FIERN.

Durante o lançamento, o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, destacou a importância da inclusão e valorização das mulheres no ambiente industrial como fator estratégico para o crescimento do setor. “As mulheres ocupam, hoje, um papel cada vez mais de representatividade e de destaque. Esse programa vem ao encontro da melhoria da competitividade com a inclusão das mulheres, preparando-as e capacitando-as com conceitos e ações práticas para torná-las cada vez mais em condições de cumprir um papel que somente a mulher é capaz”, afirmou.

Serquiz também apontou avanços e reforçou a expectativa de expansão da iniciativa. “Esperamos que abram novas turmas e que tragam a mulher, cada vez mais, para dentro do processo industrial. Podemos citar avanços. A ABDI aponta que, a cada quatro pessoas na indústria, uma é mulher, e que temos mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras. Esse programa vem para fazer com que esse número aumente, com mais qualidade e maior presença feminina dentro da indústria”, completa.

Representando o SEBRAE-RN, o diretor técnico João Hélio Cavalcanti reforçou o papel da parceria. “O PROCOMPI tem nos ajudado a mudar a realidade das indústrias. As mulheres têm mostrado que fazem a diferença e nós, enquanto Sebrae, estaremos sempre apoiando para que as mulheres empreendedoras tenham oportunidades”, afirmou.

A iniciativa tem origem em uma experiência da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), iniciada em 2020. A partir do sucesso do modelo, a CNI expandiu o projeto para outros estados, incluindo Amazonas, Roraima, Espírito Santo e Rio Grande do Norte. “Estamos em um momento de transformação a nível nacional e mundial, e a CNI, acompanhando isso, desenvolveu esse projeto com a expectativa de que novas lideranças sejam formadas”, explicou Ana Adalgisa Dias, coordenadora de Relações Institucionais e Mercado da FIERN.

A programação contou com um painel de debates formado por sete mulheres de destaque no setor industrial e empresarial, com mediação da palestrante Katarina Alcântara. Anny Medeiros, gerente nacional de Produção do Vestuário do Grupo Guararapes; Eliane Brasil, superintendente do Banco do Nordeste no Ceará; Fabiana Lopes, diretora-presidente do Grupo Neoenergia; Danielle Mafra, superintendente do SESI-RN; Juliska Azevedo, gerente de Comunicação do Sistema FIERN; e Tercina Suassuna, diretora da FIERN e sócia-proprietária da Implementos Vicunha

Durante o painel, as participantes compartilharam experiências profissionais, desafios enfrentados e estratégias para ocupar espaços de liderança. Foram abordados temas como a dupla jornada das mulheres, a importância da comunicação e transparência nos negócios, o gerenciamento de crises e a valorização da sensibilidade como diferencial competitivo.

Para Tercina Suassuna, que também é vice-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (SIMETAL-RN), enfrentar os desafios do setor exige mais do que preparo técnico. “São desafios que requerem coragem. Precisamos de apoio, reconhecimento e, principalmente, muita coragem”, destacou.

O programa utiliza uma metodologia que combina conceitos teóricos e práticas de liderança, com foco no desenvolvimento de competências e no fortalecimento da performance de mulheres à frente de empresas industriais. A proposta é contribuir com a formação de novas lideranças femininas, promovendo maior equidade de gênero no setor produtivo.